domingo, fevereiro 29, 2004

PENACOVA - Milhares provaram lampreia em Penacova ................

Autarquia faz balanço positivo do fim-de-semana gastronómico

Ainda não há números exactos, mas a Câmara de Penacova calcula que o VII Fim-de-semana da Lampreia tenha reunido cerca de quatro mil apreciadores. A edição foi, pela primeira vez, alargada a sexta-feira e contou com a adesão de nove restaurantes, o que permitiu servir mais e melhor o prato típico.

Potenciar a gastronomia como vector essencial do desenvolvimento turístico da região é o objectivo que a autarquia de Penacova pretende atingir com a organização do Fim-de-semana da Lampreia, um prato típico do concelho. Ontem à tarde – e apesar de ainda faltar a contabilização dos jantares –, o presidente da Câmara Municipal, Maurício Marques, apontava para cerca de quatro mil o número de clientes registados nos nove restaurantes que aderiram à sétima edição da iniciativa.
O balanço é, nas palavras do autarca, “extremamente positivo”, e a iniciativa é para continuar, já que, através dela, se tem conseguido não só divulgar a gastronomia e os interesse turísticos da região como também se tem potencializado o desenvolvimento dos vários operadores locais. No caso concreto da restauração, a opinião de Maurício Marques é de que “o evento tem sido o catalizador de investimentos na melhoria e na qualidade dos serviços”, de tal forma que “os serviços prestados são hoje bastante melhores, situando-se acima da média”
Esta edição do fim-de-semana da lampreia contou com um maior número de restaurantes e ainda com mais um dia de realização de actividades, pelo que, ao contrário do que, por vezes, acontecia em anos anteriores, não se verificaram grandes atrasos no atendimento aos clientes. Ainda assim, e a provar que a lampreia reúne um grande número de apreciadores, o presidente da Câmara notou que ontem às 16H00, nalguns estabelecimentos, ainda havia pessoas a começar a almoçar.
Em cada restaurante, os clientes tiveram a oportunidade de concorrer a fins-de-semana nas casas de turismo rural e no Hotel de Penacova, devendo o sorteio ser realizado esta semana. Uma forma de promover a região, a que se juntou ainda, ao longo destes três dias, a sugestão da organização de visita a locais de referência como o Mosteiro do Lorvão, os Moinhos da Portela de Oliveira, o Museu Vitorino Nemésio, os Fornos de Cal, a Praia Fluvial do Vimieiro ou a zona da Barragem da Aguieira. A acrescentar à apreciada lampreia e outra gastronomia regional estes são, no entender da autarquia, motivos mais do que suficientes para uma visita.

“Há anos que pedimos a escada de peixe”

A Confraria da Lampreia e a Amigos do Mondego e Efluentes (AMA) aproveitou o fim-de-semana da lampreia para, em colaboração com os restaurantes participantes na iniciativa, recolher dos visitantes a assinatura de uma petição a enviar à Assembleia da República, com vista à construção de uma escada de peixe na Ponte Açude, em Coimbra. Também a autarquia defende esta intervenção, no entanto, Maurício Marques esclarece que a luta da Câmara é bastante mais antiga, data já de 1998.
“Há anos que a Câmara tem vindo a alertar para a necessidade de construir uma escada de peixe, sob pena de, progressivamente, se correr o risco de extinção da lampreia, bem como de outras espécies como é o caso do sável”, declarou o autarca de Penacova, notando que foi, aliás, devido a esta “insistência” que se conseguiu, recentemente, a discussão e aprovação da obra na Câmara de Coimbra.
O projecto está orçado em dois milhões e meio de euros, uma estimativa que Maurício Marques entende ser “um pouco elevada”, mas que considera “indispensável” para a sobrevivência da espécie nas regiões do Mondego e do Alva, onde outrora a lampreia era bastante abundante.
No início de Março, a autarquia de Penacova pretende trazer ao concelho o presidente do Instituto Nacional da Água (INAG), em mais uma tentativa de sensibilização das autoridades para o problema.
Recorde-se que, desde que foi feito o açude do Mondego, em Coimbra, lampreia apenas pode subir o rio para desovar com a ajuda de técnicos do Serviço Florestal – que faz a captura e o transporte para montante – ou quando se verificam as cheias.

PENACOVA – Fim-de-semana em Penacova com um gostinho a lampreia.........

Banhado pelo Rio Mondego que lhe levava a lampreia, o concelho de Penacova desenvolveu um dos pratos mais procurados na região

Penacova aposta forte na festa da lampreia. Durante este fim-de-semana – sexta, sábado e domingo – nove restaurantes do concelho mostram o que valem e dão a provar o tradicional arroz de lampreia, entre outros pratos deliciosos. Uma oportunidade para conhecer a gastronomia, o artesanato e as belas paisagens que o concelho tem para oferecer.

Hoje tem início o sétimo fim-de-semana da lampreia em Penacova. Organizado pela Câmara Municipal, o certame pretende promover a gastronomia local através de um dos pratos mais conhecidos e tradicionais da região, o arroz de lampreia.
À semelhança das edições anteriores, o certame decorre em nove restaurantes do concelho, que vão praticar preços convidativos: 55 euros a lampreia e 15 euros a dose. Quem se deslocar a Penacova este fim-de-semana, para além de saborear este prato, tem direito à oferta de doces conventuais regionais – como são as nevadas e os pastéis de Lorvão – e à água, cedida pela Águas das Caldas de Penacova. Haverá também artesãos locais a trabalhar ao vivo nos restaurantes, a manufacturar palitos, moinhos de vento, barcas serranas. O apreciador também vai ter oportunidade de ganhar, através de sorteio, uma dormida no Hotel Palacete do Mondego ou quatro dormidas nas três casas de turismo rural do concelho: Nascer do Sol (Vale Carvalho), Casa das Oliveiras (Vila Nova) e Casa de Turismo Rural da Carvoeira.
Nas edições anteriores, o fim-de-semana resumia-se a dois dias, sábado e domingo. “Este ano os restaurantes fizeram pressão e disseram que se justificava fazer durante três dias”, explica António Simões, vice-presidente da Câmara Municipal de Penacova, pelo que se adicionou a sexta-feira.
“Temos um conjunto de muito bons restaurantes no concelho e nesta época Penacova é o destino privilegiado para a lampreia. Para eles (restaurantes) é uma mais-valia toda esta promoção turística para o concelho”, afirma António Simões. Segundo o responsável, é importante que haja uma interacção grande entre todos os intervenientes, envolvendo a autarquia, restaurantes, hotelaria, as águas, os artesãos. “O objectivo é envolver não só as pessoas que possam ter uma mais-valia para a sua actividade, mas também a população do concelho, de forma a criar uma auto-estima para os penacovenses e uma empatia com as pessoas que vêm de fora. Para que as pessoas sintam isto como seu”, afirma.
A Câmara Municipal tem apostado na promoção do certame através da comunicação social e num conjunto de iniciativas paralelas, como é o caso de duas exposições de pintores do concelho (de Frutuoso Oliveira no átrio da Câmara e de José da Fonte na Biblioteca) e de uma ludoteca itinerante onde as crianças podem permanecer durante o dia. A aliar a isto, há as paisagens naturais que Penacova tem para oferecer. “As pessoas que vêm ficam a gostar de Penacova, que tem uma paisagem muito agradável”, garante o vice-presidente, que sublinha que quem gostar de aventuras tem disponíveis equipamentos para a prática de rappel, slide, tiro com arco e canoagem, na praia fluvial do Reconquinho.
A “fama” do certame já ganhou alguma dimensão. “Quem vem normalmente gosta de voltar. O ano passado, veio um casal de Lisboa de propósito para almoçar lampreia e depois voltou de taxi. Outros quase que deixam marcado nos restaurantes de um ano para o outro”, conta António Simões, referindo que as pessoas vêm de todo o lado, muitos do Norte e também de Lisboa.
Nas últimas edições a afluência tem sido de “milhares de pessoas”. “De ano para ano tem sido melhor, tanto que este ano passámos para três dias para que o tempo do evento seja maior”, assim como a afluência do público.

VOLTADA PARA O TURISMO

Penacova está em condições de dar um salto qualitativo, afirma o vice-presidente da Câmara Municipal. Apesar de alguns constrangimentos, que têm que ver com a estrutura do concelho e o terreno acidentado, o responsável considera que as grandes obras estruturais do concelho do pós 25 de Abril estão resolvidas e que o caminho a tomar é apostar no turismo.
“As estradas estão muito melhores, não só no acesso pelo IP3 mas nas outras vias do concelho”, refere António Simões, sublinhando que foi criado um conjunto de infra-estruturas “viradas para a qualidade de vida das pessoas”, como o hotel, as casas de turismo rural, as piscinas municipais, a água ao domicílio em todo o concelho. “Eu julgo que o turismo é o futuro das autarquias. Penacova tem potencialidade para aproveitar o que a natureza lhe deu”, refere o responsável, nomeando a praia fluvial do Reconquinho e o Rio Alva. E acrescenta que Penacova “tem que se afirmar pela qualidade”, dado que não tem grandes tradições em termos industriais, em virtude da proximidade com Coimbra.
Em busca dessa qualidade, a autarquia fez um conjunto de investimentos nesta área, com a melhoria de espaços públicos, reconstrução dos moinhos, reabilitação do Mosteiro do Lorvão. Há também a ambição de fazer uma exposição permanente na Casa do Monte em Lorvão.
Mas outros projectos estão na forja. António Simões reconhece estar “esperançado” no avanço da construção do novo Palácio da Justiça.
A Câmara cedeu o projecto e o terreno, e espera agora o desenrolar do processo “a curto prazo”. A constrição do novo tribunal viria libertar o actual edifício no centro da vila, onde a Câmara quer instalar a Casa da Cultura. “Temos um conjunto de artistas em Penacova que não têm um espaço próprio para expôr a suas obras. Os nossos artistas merecem ter um espaço que possa ser proporcional à sua qualidade”, refere António Simões. Projectada está também uma nova biblioteca a ser construída na zona junto às escolas, visto que a existente já não preenche todos os requisitos.
Sendo o concelho contemplado com uma grande riqueza natural, a autarquia tem vindo a apostar na sensibilização ambiental. Está a promover um projecto de educação ambiental em todas as escolas do concelho, para além de, até dia 31 de Maio, decorreram dois concursos: um de poesia intitulado “Água, fonte de vida, fonte de inspiração” e um de fotografia sobre o tema “Um olhar sobre o património do concelho”.

Escada de peixe
é fundamental

O projecto da construção de uma escada de peixe na Ponte Açude em Coimbra é uma reivindicação de há muitos anos da Câmara Municipal de Penacova. Em causa está a subida do rio Mondego pela lampreia que já chega em escassa quantidade a Penacova, ao contrário do que acontecia antigamente, antes da existência da Ponte Açude, que constitui um obstáculo aos peixes desta espécie que sobem o rio, não conseguindo atravessá-lo.
Actualmente a quantidade da lampreia em Penacova difere conforme seja um ano de muita pluviosidade ou não. Quando o leito do rio vai cheio, os peixes conseguem passar o obstáculo e subir o rio. “Há dois anos quando houve as inundações houve muita lampreia em Penacova, mas nos outros anos já não foi assim”, recorda António Simões, vice-presidente da Câmara Municipal.
Esta realidade torna a construção do que se convencionou chamar “escada de peixe” muito importante para a continuação da pesca da lampreia no concelho. Actualmente existem apenas três pescadores com licença profissional no concelho a pescar lampreia.
“O que queríamos é que não tivesse aquele obstáculo natural. Corremos o risco da lampreia no Mondego se tornar uma espécie em vias de extinção”, diz o responsável.
Entretanto a Câmara Municipal de Coimbra já aprovou o projecto para a construção da escada de peixe, trazendo um avanço significativo nas pretensões do executivo penacovense. “Agora do projecto até à prática vamos ver o que demora”, refere.
António Simões considera que a lampreia que é apanhada em Penacova “é mais saborosa porque está mais batida das pedras na água limpa do rio Mondego”. “Quanto mais a montante mais saborosa se torna. Por isso é que a lampreia tem outro sabor cá”, garante.
Paralelamente há outras entidades que estão interessadas em levar adiante a construção da escada de peixe. Manuel Flórido, mordomo-mor da confraria da lampreia, garante que a associação quer ser “mais uma voz” que se vai juntar aos amigos do Rio Mondego e afluentes em relação a este projecto. E vão escrever uma petição, que irá circular este fim-de-semana da lampreia em Penacova, para as pessoas assinarem a favor da construção da escada de peixe. “O objectivo é conseguir quatro mil assinaturas para levar à Assembleia da República e o assunto ser discutido em plenário”, explica Manuel Flórido.

Confraria vai defender
pratos regionais e certificação

A confraria da lampreia deverá ser uma realidade muito em breve. A escritura notarial da confraria foi efectuada em Agosto de 2003 e entretanto foram eleitos os corpos sociais, sendo o mordomo-mor Manuel Flórido, o juiz da confraria Fernando Lopes e o presidente do conselho fiscal Mário Pereira. A comissão instaladora fez o regulamento e o ritual. Espera-se agora que seja feito o primeiro capítulo da confraria da lampreia até meados de Abril, para a tomada de posse dos corpos sociais e entronização dos sócios fundadores.
De acordo com Manuel Flórido, a iniciativa foi de um grupo de amigos que normalmente se juntam a mesa, que conversam sobre alguns temas e que depois resolveram criar a confraria da lampreia.
São 12 os membros fundadores e que também constituem a comissão instaladora. A maior parte são naturais do concelho: Manuel Flórido, Carlos Mendes, Álvaro Pereira, Fernanda Pimentel, Álvaro Pinheiro, Luís Menezes, Carlos Fonseca, Leonel Serra e Manuel Feio, e outros exercem a profissão em Penacova: Fernando Lopes, Fernando Andrade, Mário Pereira.
É intenção da direcção realizar a cerimónia ainda durante a época da lampreia, mas está tudo dependente do processo “burocrático” de manufactura dos trajes e insígnias. “Está a ser muito rápido, devido à urgência que temos”, refere o mordomo-mor.

convÍvio e divulgação

A confraria da lampreia tem como objectivos o convívio e a amizade, e a defesa dos saberes e sabores não só da lampreia – o “prato nobre” – mas também os pratos regionais, como o arroz de míscaros, a chanfana, o peixe frito, os pastéis conventuais do Lorvão e as nevadas, o bacalhau com migas, a sopa seca (que a confraria pretende recuperar) e a gastronomia tradicional. Manuel Flórido refere que a associação está numa fase de investigação acerca da lampreia e já foram encontradas 23 maneiras diferentes de confeccionar lampreia.
Outro dos objectivos da confraria é a solidariedade. Os estatutos determinam que 20 por cento da conta da gerência seja destinada a IPSS’s ligadas à juventude e à terceira idade. Se as receitas não forem suficientes, a direcção já pensou em outras formas de ajudar, como promover jantares para as famílias mais carenciadas, por exemplo.
Há várias iniciativas previstas para decorrerem durante o ano ligadas à lampreia e aos pratos regionais. A realização de fins-de-semana ou domingos gastronómicos para promoção de pratos regionais, um seminário, uma exposição de fotografia e outra de pintura sobre a lampreia.
Manuel Flórido revela outras ambições, como fazer uma rota turística da lampreia a nível nacional (e não só) e conseguir a certificação da receita da lampreia à Penacova, que se caracteriza pela confecção com vinho tinto, entre outros ingredientes específicos.

A indumentária dos confrades

O traje dos membros da confraria da lampreia é composto por um capote tipo varino com mangas e carapuço, revestido com uma rede que simboliza a rede em que os pescadores guardavam a lampreia. O capote era usado por pessoas mais abastadas, nomeadamente os arrais das barcas serranas, que servia de agasalho e também era usado em cerimónias. Como o meio era pobre, a peça de vestuário passava do pai para o filho mais velho.
Tem um chapéu de aba larga como se usava nos finais do século XIX, tanto pelos homens como pelas lavadeiras do Mondego.
O mordomo-mor e o juiz usam uma vara, que antigamente era usada pelos rapazes que iam às romarias, e que tanto servia de adorno como de defesa, com uma lâmina pontiaguda na ponta.
A insígnia tem uma medalha branca e azul, cores inspiradas no brasão do concelho e no azul do mar. As mesmas cores estão presentes no escapulário. O logotipo é composto de uma bateira, uma fisga e uma lampreia.



Voluntários de Penacova realizaram simulacro na Barragem da Aguieira................

Podemos dormir descansados



A explosão provocada por curto-circuito, à cota 39,50 metros, seguida de incêndio, ocorreu às 16H35. Um funcionário ficou ferido.
O alarme interno, com comunicação imediata ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Penacova, foi accionado um minuto depois. Na central da Barragem da Aguieira, a brigada de intervenção, composta por funcionários treinados para o efeito, avaliou a situação, tendo determinado a evacuação das instalações. A primeira viatura dos bombeiros demorou 14 minutos a chegar à barragem. O trânsito no IP3, “com camiões que pareciam comboios”, dificultou a marcha dos meios de socorro. Mal entraram nas instalações, os bombeiros recuperaram algum dos tempo perdido na viagem. Dois bombeiros desceram em rappel para a zona de acesso ao interior da barragem. Com as escadas desimpedidas, os restantes elementos não demoraram muito a chegar ao local do sinistro. Dois socorristas, acompanhados por pessoal munido com extintores, efectuaram o reconhecimento, atacaram o incêndio e assistiram o ferido.
Foram, ainda, montadas duas linhas de espuma a partir da viatura de desencarceramento e da viatura de combate a incêndios. “Num caso extremo, poderíamos utilizar espuma, o que, no caso das barragens, é complicado”, explicou António Simões, comandante dos Bombeiros Voluntários de Penacova.
O repórter acompanhou o desempenho dos bombeiros no coração da barragem. Por entre o fumo e com o calor a apertar foi fácil perceber a dificuldade de quem dá o melhor que tem para salvar vidas. Ao todo, depois de accionado o alarme e até o ferido dar entrada na ambulância, os bombeiros gastaram 38 minutos. “Um desempenho francamente bom”, segundo o comandante.
O ferido “ficou de boa saúde”, o que levou dois funcionários a ironizar sobre a “satisfação da seguradora”.
António Simões agradeceu a possibilidade de “testar a eficácia” dos Voluntários de Penacova em situações, como as barragens, que “são instalações muito complicadas” e que nem sempre “temos tempo para conhecer como deveríamos”. “Felizmente que os acidentes também são poucos”, disse.
Os elementos da corporação que participaram no simulacro – Alice Pimentel, Jaime Pereirinha, António Ministro, Manuela Mira, Vítor Simões, Acácio Alpoim, Bruno Esteves, Carlos Almeida, Bruno Simões, Eduardo Miguel, Paulo Santos, Nuno Garcia, Filomena Sofia, Tiago Flórido, Vasco Viseu, Marco Artur, Orlando Grilo e Leila Silva – estiveram à altura do desafio, mas António Simões já tem em agenda “visitas guiadas para os elementos mais novos da corporação”.
Edgar Dolgner, responsável pela implementação do sistema de segurança nas 25 centrais hidroeléctricas, afirmou que os simulacros têm de ser realizados de dois em dois anos e que a EDP tem de “fazer prova deles para manter a certificação”. Francisco Taveira, responsável pelo sector de medicina no trabalho da empresa, acompanhou de perto o simulacro.
Edgar Dolgner elogiou a direcção da Barragem da Aguieira que “tem dado provas de grande capacidade de resposta” em vários campos. “Estes simulacros são para o bem de todos, pois, como estamos a reduzir pessoal – agora, é tudo automatizado –, é necessário dar garantias aos funcionários e às populações”, concluiu.



terça-feira, fevereiro 24, 2004

Visitantes bloqueados em autocarros e automóveis na Serra da Estrela..............


Visitantes da Serra da Estrela estavam ontem à noite bloqueados em autocarros e automóveis na estrada Torre-Sabugueiro/Seia devido à forte queda de neve que afectou a região nas últimas horas, segundo informou fonte da GNR.
Os veículos estavam localizados sobretudo na zona da Lagoa Comprida/Sabugueiro e Penhas Douradas. Segundo o mesmo informador, ocorreram vários acidentes apenas com danos materiais, prevendo-se que as condições na região, onde continuava a nevar ao fim da tarde, se agravassem durante a noite.
O coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) da Guarda, António Fonseca, confirmou o bloqueamento dos autocarros e viaturas ligeiras no maciço central da Serra da Estrela, de onde as pessoas estavam a ser resgatadas com a ajuda de bombeiros de Manteigas, Gouveia, São Romão, Loriga e Seia.
O director da Direcção de Estradas da Guarda, António Martins, informou que no local se encontravam dois veículos que procediam ao lançamento de sal para provocar degelo e prestar auxílio aos automobilistas.
O nevão provocou o encerramento da estrada entre Guarda/Famalicão da Serra e Valhelhas, de todas as estradas da Serra da Estrela. Gabriela Costa, uma das pessoas que se encontrava bloqueada na estrada junto a Lagoa Comprida, contou que estava há mais de três horas dentro do carro.
«Estamos parados desde pelo menos as 16h30 e há uma fila enorme de carros que não anda. Não se trata de pára-arranca. A fila não anda mesmo. Ainda por cima temos crianças dentro do carro e está um frio imenso», disse.
Contou ainda que os Bombeiros Voluntários de Seia tinham passado no local pouco depois das 16h30 e tinham estimado que a situação deveria ser resolvida dentro de uma hora.

Máquina esmagou trabalhador na Lousã.............

Um homem de 50 anos morreu ontem de manhã esmagado por uma máquina numa serração de madeiras, na zona industrial do Alto do Padrão, Lousã

O ambiente ontem de manhã era de grande consternação na serração Manuel Dias e Filhos, situada na zona industrial do Alto do Padrão, Lousã, pela morte de um operário que manobrava uma máquina de descascar rolos de madeira.
O acidente, que ocorreu por volta das 9h45, logo a seguir ao pequeno almoço, vitimou Arlindo Mendes, de 50 anos, funcionário da empresa desde 1995.
O malogrado trabalhador foi apanhado pelo tapete rolante da descascadeira e esmagado pela máquina. Os colegas só se aperceberam da situação quando se depararam com o corpo desfigurado.
«Acho incrível como é que ele entrou na máquina juntamente com um rolo», refere Mário Oliveira Dias, de 52 anos, colega de trabalho e amigo, ainda incrédulo com o sucedido.
Afirmou ainda que a vítima era um trabalhador experiente e que «tudo se passou sem que ele soltasse um grito», acrescentando que quando se aperceberam do sucedido já era tarde de mais.
«Ouvimos um barulho correspondente a um esforço maior da máquina e o meu ajudante em tom de brincadeira perguntou-me se o Arlindo tinha posto dois rolos ao mesmo tempo, mal imaginava o que estava a suceder», contou Mário Dias.
O óbito foi confirmado no local pela equipa do VMER, tendo o corpo sido removido pelos Bombeiros Municipais da Lousã para o Instituto de Medicina Legal, onde foi autopsiado durante a tarde.
Fonte da empresa Manuel Dias e Filhos confirmou que o funcionário se encontrava no local de trabalho a manobrar uma máquina de descascar rolos de madeira de que era operador há vários anos.
A mesma fonte adiantou que não se sabe o que se passou, referindo que na altura do acidente as máquinas ainda não estavam em pleno funcionamento e que o operário não terá gritado por auxílio.
A morte de Arlindo Mendes provocou grande consternação na localidade de Vila Flor, freguesia de Vila Nova, Miranda do Corvo, de onde era natural e residente. Era casado com Maria Manuela Ferreira e deixa três filhos menores, duas meninas com 14 e quatro anos e um rapaz de oito.
Na aldeia era tido como uma «pessoa simples, recatada e bastante trabalhadora», frisou Palmira Bento Bacalhau, vizinha da vítima.

domingo, fevereiro 22, 2004

PENACOVA - Tropa ajuda a prevenir fogos

A Câmara de Penacova e a Escola Prática de Engenharia, sediada em Tancos, assinaram ontem um protocolo, com vista à prevenção de incêndios, concretamente para execução, reparação e alargamento de cerca de 20 Km de caminhos e aceiros florestais no concelho.
Segundo este protocolo a Escola Prática de Engenharia vai destacar, a partir de 1 de Março e durante meio ano, três pessoas, dois tractores de lagartas, uma plataforma e uma viatura táctica ligeira. O documento foi assinado pelo presidente da autarquia penacovense, Maurício Marques, e pelo comandante daquela unidade militar, coronel Aníbal Alves Flambó.

PENACOVA ? Lampreia ? rainha por um fim-de-semana.........

Festival pleno de iniciativas de gastronomia e não só


A Câmara de Penacova organiza, de sexta-feira, 27 até domingo, 29 de Fevereiro, o sétimo fim-de-semana da Lampreia, promovendo a gastronomia local através de um dos pratos mais conhecidos e tradicionais do concelho, o arroz de lampreia.
Com o rio Mondego por cen?rio, o Festival decorrerá nos moldes já conhecidos, ou seja distribuido por nove restaurantes do concelho. O arroz de lampreia é, obviamente, rei. Os preços são convidativos (55 euros a lampreia e 15 euros a dose) e há ainda nevadas e pastéis de Lorvão e águas das Caldas de Penacova como ofertas.
Para al?m do atractivo gastronómico, em cada restaurante serão sorteadas refeições, para duas pessoas, e uma dormida no Hotel Palacete do Mondego. Ainda entre todos os apreciadores serão sorteadas mais quatro dormidas, oferecidas pelas seguintes casas de turismo rural: Carvoeira, Oliveiras, Nascer do Sol e Moinhos da Serra da Atalhada.
A autarquia aposta, entretanto, num programa variado e ambicioso de iniciativas paralelas, uma delas associada aos próprios restaurantes, pois consta da presença de artesãos a trabalhar ao vivo.
Antes de mais, registe-se a preocupação com a comodidade, uma vez que os casais com filhos pequenos podem deixá-los na Ludoteca, a funcionar em permanência na Biblioteca Municipal, durante o fim-de-semana.
Depois, refira-se que a empresa de desportos e actividades radicais Sportmargens vai ter disponíveis, na Praia Fluvial do Reconquinho, equipamentos para a prática de rappel, slide, tiro com arco e canoagem.
Por fim, saliente-se o apoio recebido da Associação de Produtores de Arroz de Portugal, através do seu presidente Carlos Laranjeira, que conseguiu que a Cooperativa Agrícola de Montemor ofereça o arroz carolino do Baixo Mondego.

Cultura é parceira

Para além da gastronomia, outras expressões culturais estão a ser dinamizadas no concelho, enquadradas por esta iniciativa do fim-de-semana da Lampreia. Assim, no átrio da Câmara e na Biblioteca vão estar patentes duas exposições de pintura (de Frutuoso Oliveira e de José Fonte, respectivamente).
Ontem, ainda, foram anunciados dois concursos, ambos a decorrer até 31 de Maio: um deles, de fotografia, tem como tema (Um olhar sobre o património de Penacova), devendo os trabalhos premiados ser expostos no feriado municipal; o outro, de poesia, tem como tema ( água, fonte de vida, fonte de inspiração) e é promovido em colaboração com a Extensão Educativa de Penacova, destinando-se a crian?as do primeiro ciclo.

Receitas há muitas

Há mais de uma centena de receitas de lampreia, mas as mais famosas são o arroz de lampreia e a lampreia à bordalesa (não esquecendo a "lampreia" de ovos). A sua pesca ocorre a partir de Janeiro até Março/Abril, sendo feita com a varela (rede gigante em forma de cone, colocada junto aos pared?es ou nos pesqueiros), com trás malhos (redes com bóias) ou com o redão (rede colocada no barco "picareto").


Os nove restaurantes

Boa Viagem
(Raiva, tel. 239 477256)

Casimiro
(Silveirinho, tel. 239 456413)

Corti?o
(Cavadinha, tel. 239 477388)

Cóta
(Azenha do Rio, tel. 239 474841)

Mondego
(Raiva, tel. 239 476126)

Panorâmico
(Penacova, tel. 239 477333)

Piscinas
(Eirinha, tel. 239 476306)

Primavera
(Vila Nova, 239 477328)

Vimieiro
(Praia fluvial de Vimieiro no Rio Alva, tel. 239 456987)



Área Metropolitana conta com 16 concelhos......

Mais do que justificado.........

Depois da Mealhada do distrito de Aveiro, agora Mortágua do distrito de Viseu.

A futura Grande Área Metropolitana de Coimbra (GAMC) deverá agrupar 450 mil habitantes de 16 concelhos, disse ontem o presidente da Câmara de Coimbra, após uma reunião de autarcas.

A GAMC – a única, para já, na região Centro – integrará 14 dos 17 concelhos do distrito (de fora ficam Pampilhosa da Serra, Arganil e Oliveira do Hospital), Mealhada (Aveiro) e Mortágua (Viseu).
No final de uma reunião com autarcas dos municípios fundadores da GAMC, ontem realizada em Coimbra, o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, manifestou-se convicto de que a nova estrutura está “em vésperas de agrupar 16 concelhos (contando com Tábua) o que, a acontecer, significa cerca de 450 mil habitantes”.
Carlos Encarnação encara com naturalidade o facto de três concelhos do distrito optarem por ficar de fora da GAMC e de dois de outros distritos aderirem, tendo em conta “os fluxos e interesses conexos” dos vários municípios aderentes.
“Compreendo o princípio de liberdade de decisão, ninguém adere àquilo que não quer e não me compete fazer pressão sob quem quer que seja para aderir”, disse. Segundo o autarca de Coimbra, o pedido para formalização, em escritura pública, da GAMC, já foi formalmente efectuado e falta apenas as assembleias municipais de sete municípios ratificarem a adesão.
Sobre quem recairá a presidência da futura GAMC, Encarnação disse que “essa questão não se coloca nem foi discutida. Partem todos (os municípios) em pé de igualdade”.

GÓIS EM DEFINITIVO

O presidente da Câmara de Góis, José Girão, garantiu, por sua vez, que “está decidida” a adesão do seu concelho à GAMC, considerando ultrapassada uma controvérsia gerada entre o executivo municipal e o presidente da assembleia municipal, José Cabeças, que defendia a integração do concelho na Comunidade Intermunicipal da Beira Serra e Pinhal.
“Desde Dezembro de 2002 que pedimos a adesão a Coimbra, só podíamos voltar atrás com autorização da assembleia municipal, que, com 16 votos a favor e duas abstenções (um deputado do PS e outro do PSD), já ratificou a adesão”, sublinhou.
Contrariamente à posição assumida por José Cabeças, José Girão defende que Góis “apesar de ser um concelho pequeno, só tem a ganhar com a integração na GAMC”. Confrontado com o facto de concelhos vizinhos, como Arganil e Oliveira do Hospital, preferirem a Comunidade Intermunicipal da Beira-Serra e Pinhal, José Girão afirma “nada ter contra” e que as relações de Góis com esses concelhos “continuam a ser as mesmas”.
Até agora, Coimbra é a única Grande Área Metropolitana definida na Região Centro. Há uma semana, o presidente da Câmara de Viseu disse que faltavam apenas quatro mil habitantes para que Viseu atingisse os 350 mil habitantes necessários à constituição de uma Grande Área Metropolitana. Se tal não acontecer, ficará como Comunidade Urbana.

Tabuenses querem... Coimbra

Os três concelhos do distrito de Coimbra excluídos da GAMC preparam-se para formar a Comunidade Intermunicipal da Beira-Serra e Pinhal, conjuntamente com Castanheira de Pêra, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos (Leiria) e Sertã (Castelo Branco).
Tábua oscilava entre aquela comunidade intermunicipal, a Comunidade Urbana de Viseu e a GAMC. Porém, no próximo dia 27, a assembleia municipal deverá ratificar a integração na GAMC, após uma sondagem encomendada pela autarquia que conclui ser esse o desejo de 70 por cento da população, confirmou a Agência Lusa junto do gabinete de apoio ao presidente.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Camionistas indignados com patrulha da BT ......

Dois camionistas de longo curso estão indignados com uma patrulha da Brigada de Trânsito (BT) da GNR, que chamaram para os ajudar. Um percalço no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, levou-os a solicitar a ajuda a esta força policial e acabaram ambos por ser multados e, dizem, abandonados pelos agentes

Dois camionistas de longo curso queixaram-se ontem ao nosso Jornal por, alegadamente, terem sido «vítimas» do excesso de zelo por parte de dois agentes da Brigada de Trânsito (BT), e de estes ignorarem o pedido de ajuda que lhes solicitaram. Paulo César, de S. Silvestre, Coimbra, é um dos motoristas que acusa a referida brigada, afirmando que, em oito anos de profissão «nunca tal me aconteceu. Nem no estrangeiro!».
Tudo terá acontecido na passada sexta-feira, quando este camionista e outro que lhe seguia atrás, resolveram parar no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, «para descansar um pouco». Ambos vinham de Pamplona, Espanha, e seguiam para Azambuja, onde iam descarregar 10 automóveis que transportavam desde Espanha.
Segundo Paulo César, o camião do seu colega ficou «ligeiramente tombado» na berma da estrada e em risco «de tombar completamente e destruir as viaturas que transportava». Face ao problema que se lhes deparou, ligaram para o patrão, em Azambuja, a contar-lhes o sucedido, ao que este lhes terá recomendado que ligassem para a sua fábrica na Guarda e pedissem uma grua «para endireitar o camião». Ao mesmo tempo foi-lhes também recomendado pelo patrão para que chamassem a Brigada de Trânsito para esta «sinalizar a estrada e orientar o trânsito», pois o incidente aconteceu por volta das 18h00, altura em que o movimento era «bastante intenso».
Foi o que fizeram! Depois de pedirem a grua para retirar o camião da posição «perigosa em que se encontrava», ligaram para a BT a solicitar uma patrulha que os fosse ajudar na tarefa.
Os agentes da BT chegaram ao local «cerca de meia-hora depois» e – conta Paulo César -, depois de «nos terem dito que não devíamos ter encostado tanto à berma, ignoraram a sinalização da estrada, e foram ver os tacógrafos [disco que grava a quilometragem e velocidade dos veículos] dos camiões», conta este motorista.
Acto contínuo, acusa Paulo César, «os agentes multaram-nos por excesso de velocidade» por, alegadamente, terem excedido os 80 quilómetros/hora permitidos por lei para este tipo de veículos, «e ainda multaram o meu colega por excesso de comprimento do camião», embora – refere este camionista -, «ser portador de uma licença especial» para exceder o comprimento da viatura, devido à carga que transportava. Multas de 60 euros e 720 euros, respectivamente.
Passadas as multas, continua Paulo César, os agentes «não esperaram pela grua para orientar o trânsito, foram-se embora, e disseram-nos que o problema era nosso, que o trabalho deles estava feito».
Esta alegada atitude dos agentes da BT indignou os camionistas, que afirmam, ainda, que por volta das 23h00 [altura em que chegou a grua para remover o camião], os mesmos agentes «voltaram ao local» e os chamaram para fazerem «o teste do balão». Teste que “acusou” «negativo» e, perante isso, os agentes «foram-se embora», o que para os motoristas “prova” «o desinteresse em ajudar-nos e a ajudar na sinalização da estrada», e que os agentes só foram ao local «para nos multar».
O problema acabou por ser resolvido por volta da meia-noite e meia, altura em que a grua retirou o camião da berma da estrada, tendo os motoristas prosseguido a viagem para a Azambuja.

domingo, fevereiro 15, 2004

Pergunte...que nos informamos.................

Pergunta.
Trabalho numa grande empresa do Norte. Todos os trabalhadores usam computador [...]. Além das mensagens de serviço, recebo pelo correio electrónico muitas mensagens pessoais. Corre a notícia de que todas as mensagens são vistas pelo sector informático, que depois informa a hierarquia no caso de haver pornografia ou outras coisas desagradáveis. A empresa tem o direito de ler as minhas mensagens pessoais?Luís Carlos, Porto


Resposta

O computador foi colocado na sua secretária para estar ao serviço da empresa. Mas, tal como o uso do telefone, o computador também pode ser usado para fins pessoais. O trabalhador que tenha correio electrónico utiliza-o também para receber mensagens privadas.

Nos termos do artº 21º, nº 1, do Código do Trabalho, “o trabalhador goza do direito de reserva e confidencialidade relativamente ao conteúdo das mensagens de natureza pessoal e acesso à informação de carácter não profissional que envie, receba ou consulte, nomeadamente através do correio electrónico”.

Ou seja, a empresa não pode “entrar” no correio electrónico do trabalhador para visionar as mensagens pessoais.

Todavia, o nº 2 do citado artigo contém uma disposição algo perturbadora: “O disposto no número anterior não prejudica o poder de o empregador estabelecer regras de utilização dos meios de comunicação na empresa, nomeadamente do correio electrónico”.

Com base nessa disposição, a entidade patronal pode restringir ou mesmo proibir o uso do correio electrónico para fins pessoais, estabelecendo que este apenas pode ser utilizado ao serviço da empresa.

Não temos conhecimento de empresas que tenham proibido o uso do correio electrónico para envio e recepção de mensagens pessoais.

Coloca-se a questão: se a empresa proibir o uso do correio electrónico para fins pessoais, poderá entrar no computador do trabalhador para verificar se essa ordem é cumprida? Poderá verificar as mensagens?

Tudo indica que o pode fazer, pois com a proibição deixa de haver mensagens pessoais e a empresa estará, então, a verificar apenas as mensagens de serviço...

sábado, fevereiro 14, 2004

O amor não é uma obrigação............

Cerca de 40 pessoas estiveram presentes em jantar anti-Dia de S. Valentim

Há quem não tenha namorado e se sinta “posto de parte” no Dia de S. Valentim. Há, também, quem recuse deixar-se levar pelos “apelos comerciais” de uma data que deve ser celebrada todos os dias. Em Coimbra, um jantar anti-Dia de S. Valentim juntou cerca de 40 pessoas. Todos solteiros...e disponíveis para amar.

Não foi um jantar para “encalhados”. Aliás, a discussão entre os dois organizadores do jantar anti-Dia de S. Valentim é digna de ser registada. O rapaz, Bruno Leitão, rejeitou desde logo a ideia de ele próprio ser “encalhado” porque “quem encalha, encalha porque é obrigado a tal”. Ela, Margarida Dinis, e apologista do léxico, respondeu: “Mas o barco, por exemplo, não encalha à força!”. A verdade, porém, é que “um barco que encalha não pode prosseguir viagem...”, disse o rapaz. Ora, aqui está a essência de tudo. Para Bruno Leitão, o amor é isso mesmo. Prosseguir viagem para outros destinos. Mesmo quando as coisas não correm como estavam previstas. Mesmo que o mar revolto faça desistir da viagem. Há sempre outras rotas...
A iniciativa surgiu em 2002 e já vai na terceira edição cada vez com mais participantes. Este ano, o jantar anti-Dia de S. Valentim, que decorreu na Casa da Louzan, contou com cerca de 40 pessoas. “O jantar nasceu com um pequeno grupo de amigos, tendo aumentado todos os anos o número de participantes, através da difusão por Internet”, explicou o organizador. A ideia, segundo Bruno Leitão, “é reunir um grupo divertido de pessoas descomprometidas, comer, beber, e acima de tudo caricaturar o famoso Dia dos Namorados”. E tem sido um sucesso, tanto que as pessoas que aderem ao evento são oriundas de vários pontos do país.
“Quer queiram quer não, um dos objectivos deste jantar é também conhecer pessoas novas e... quem sabe, até pode surgir o amor”, confidenciou Margarida Dinis. Aliás, no ano passado, três relações nasceram do jantar anti-Dia de S. Valentim.
À semelhança da segunda edição, 25 por cento do valor do jantar reverte a favor de uma instituição de solidariedade. Este ano, será contemplado um grupo de crianças da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro que não tem actividades lúdicas há dois anos. “Este é o nosso gesto de amor no Dia dos Namorados”.
Durante o jantar anti-Dia de S. Valentim realizaram-se vários jogos e houve muita animação e uma boa pitada de ousadia. Depois dos primeiros pratos, a alegria continuou noite dentro em alguns bares da cidade. Talvez o Cupido tenha lançado, inadvertidamente, uma ou outra seta...
Mesmo assim, a iniciativa promete continuar. Porque, como referiu Bruno Leitão, “o Dia dos Namorados é essencialmente comercial. As pessoas sentem-se obrigadas a mostrar às outras o que sentem através de prendas e de jantares... E o amor não deve ser obrigação”. Pois não...



segunda-feira, fevereiro 09, 2004

Montaria ao javali na Lousã resultou em seis abates


Montaria ao javali resultou em seis abates
A montaria ao javali que o Clube de Caça e Pesca da Lousã promoveu este fim-de-semana juntou quase uma centena de caçadores

A montaria ao javali realizada no Catarredor, em plena serra da Lousã, por ocasião da V Mostra de Pesca e Caça, que terminou ontem no pavilhão municipal de exposições, resultou no abate de seis animais, confirmou ao Diário de Coimbra fonte da organização.
A mesma fonte adiantou que apenas foram «resgatados» três dos porcos selvagens, um dos quais com 150 quilos, dada a inclinação do terreno onde decorreu a caçada, na qual participaram 95 caçadores auxiliados por seis matilhas de cães.
Este «troféu» acabou por não ser leiloado, revertendo para um convívio que o Clube de Caça e Pesca da Lousã vai realizar em Maio. Os outros dois renderam 175 e 125 euros, respectivamente.
O presidente desta associação, Dário Ramos, precisou à Agência Lusa que o javali que pesava 150 quilos deveria ter entre 10 a 12 anos, «o que raramente acontece», recordando que houve uma montaria nos anos 90 em que foram abatidos 26 animais.
Durante todo o fim-de-semana decorreu uma demonstração de pesca de Achigan num tanque preparado para o efeito com a presença dos Campeões do Mundo de Pesca Embarcada ao Achigan de 2003, dinamizado pela secção do Clube Recreativo do Calhabé.
Para ontem estava também prevista a realização de uma batida à raposa que acabou por não se efectuar devido à falta de inscrições, informou a organização.
Nesta edição, os visitantes puderam apreciar e adquirir artesanato, acessórios, calçado, vestuário e todo o material necessário à prática destas modalidades desportivas.
A exposição contou ainda com a apresentação de produtos alimentares ligados à caça (alheiras, salsicharia tradicional, queijos e enchidos variados) e com uma agência de viagens com roteiros turísticos para os amantes da natureza. A Mostra de Caça e Pesca foi organizada pela Câmara da Lousã, com apoio do Clube de Caça e Pesca, Associação de Caçadores da Lousã, Região de Turismo do Centro e Direcção Regional de Agricultura da Beira Litoral.

domingo, fevereiro 08, 2004

Tabuleiro arranca na nova Ponte da Portela.....................

Colocação da infra-estrutura demorará cerca de um mês

A construção do tabuleiro da nova ponte da Portela sobre o Rio Mondego teve ontem início, prevendo-se que a colocação das vigas metálicas esteja concluída dentro de um mês.
De acordo com os técnicos da obra, trata-se de uma fase fundamental da nova ponte, que deverá estar terminada no prazo previsto, ou seja, em final de Março deste ano.
A obra está estimada em cerca de quatro milhões de euros e fica localizada a poucos metros a jusante da actual ponte, permitindo assim a ligação da Estrada da Beira (EN17) ao centro da cidade de Coimbra e à futura ponte Europa.
A nova ponte – que irá dispor de duas faixas de rodagem, com a largura total de 9,75 metros – integra-se num plano de renovação da rede viária envolvente da cidade de Coimbra. A renovação está previsto no Plano Rodoviário Nacional 2000 que visa dotar a cidade de um anel viário complementar à rede existente. Será este anel que irá permitir interligar a auto-estrada do Norte com a Estrada da Beira e com o futuro IC3 que ligará Tomar- Condeixa e Coimbra. A interligação será feita através do IC2 – Variante Sul de Coimbra e do IC2-Condeixa-Coimbra, ambos localizados na margem esquerda do rio Mondego.
A nova ponte vem assim substituir a actual infra-estrutura, construída em 1873, com uma extensão de 218 metros e largura de cinco metros, o que se tem revelado claramente insuficiente para o actual volume de tráfego. Paralelamente à construção da futura ponte, estão previstas as obras de beneficiação da Estrada da Beira, no troço entre Coimbra e Vila Nova de Poiares. As obras irão permitir o reforço e a reabilitação do pavimento, introdução de vias de ultrapassagem e execução de passeios laterais nas zonas urbanas.

Góis ratificou adesão à Área Metropolitana de Coimbra ..............

Ontem, em reunião extraordinária da Assembleia Municipal, Góis ractificou a adesão do concelho à Área Metropolitana de Coimbra. A votação das duas bancadas parlamentares não fez o “pleno”, dada a abstenção de dois deputados, um do PS e outro do PSD

A discussão “aqueceu” nos últimos tempos, com um verdadeiro “braço-de-ferro” entre a autarquia e o presidente da Assembleia Municipal, o mesmo será dizer entre a adesão do concelho de Góis à Área Metropolitana de Coimbra ou à Comunidade Intermunicipal da Beira Serra. As dúvidas desfizeram-se ontem, numa reunião extradordinária da Assembleia Municipal, convocada expressamente para o efeito pelo presidente da edilidade, José Girão Vitorino.
O resultado apontou para uma clara maioria a favor da adesão do concelho à Área Metropolitana, na medida em que os membros das duas bancadas expressaram-se a favor, registando-se duas abstenções, uma por parte do PSD e outra por parte do PS. Ninguém votou contra. Significa que, ontem, ficou ratificada pela Assembleia Municipal, a adesão do concelho à Área Metropolitana, dando assim continuidade e força a uma deliberação há muito tomada pela autarquia liderada por José Girão Vitoriano que, depois de aprovar a adesão à área Metropolitana já tinha, inclusivamente, aprovado os respectivos estatutos. Por outro lado, significa um “ponto final” numa “fricção” que «estava a desgastar o concelho», diz Diamantino Garcia, vice-presidente da autarquia.
Manifestamente «aliviado» com o fim das discussões e divisões, entre a adesão do concelho à Área Metropolitana de Coimbra ou à Comunidade Intermunicpal da Beira Serra, Diamantino Garcia sublinha que «a votação dos dois grupos parlamentares é perfeitamente clara. Todos votaram em consciência e julgamos ter feito o melhor pelo concelho de Góis. A decisão tinha de ser tomada e foi», remata, referindo as pressões que, nos últimos tempos, se fizeram sentir sobre o concelho, seja relativamente à sua adesão à Comunidade Intermunicipal, seja relativamente à adesão à Área Metropolitana de Coimbra. Pressões que, refere, «desgastaram imenso o concelho».
Relativamente às vantagens e desvantagens da adesão a uma ou outra possibilidade, Diamantino Garcia - que confessa ter tido, ele próprio, em tempos, algumas dúvidas relativamente à área metropolitana de Coimbra - reconhece que há sempre, de um lado ou de outro, “fragilidades” pois nenhuma solução é «a ideal». No entender do vice-presidente da autarquia, muito embora Góis pudesse ter uma maior representatividade na Comunidade Intermunicipal do que na Área Metropolitana, o mesmo acontecendo relativamente a uma maior identidade de problemas, a solução não passaria por aqui. Isto porque, quando uma comunidade destas se estende a Tábua, Oleiros, Sertã, «começamos a ver pouca identidade», afirma, considerando que esta é uma «das fragilidades de uma comunidade intermunicipal».

O peso do futuro
e da tradição

O vereador e também vice-presidente da câmara de Góis, alerta, ainda, para a necessidade de «pensamos no peso, na representatividade, porque vamos competir com as regiões da Europa» e aí, não tem dúvidas em que as áreas metropolitanas têm outro estatuto e outra força. Um facto ao qual Diamantino Garcia junta razões históricas e afectivas que, defende, sempre levaram «Góis a ter uma grande proximidade, uma identidade afectiva com Coimbra».
A título pessoal, Diamantino Garcia considera que a instituição da áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e urbanas não constitui mais do que «uma maneira encapotada de se fazer uma regionalização» que não foi aprovada. «A lei - acrescenta - é um tanto anacrónica e não se compreende muito bem como é que vai funcionar», desabafa. Mas, mau grado estas indefinições que ainda persistem, o vice-presidente da câmara de Góis sublinha que a Área Metropolitana de Coimbra já tem estatutos («que podem ser melhorados», diz), «sabe-se o que é, é algo de palpável e as comunidades intermunicipais não se sabe muito bem o que são», remata.
Fechado este “primeiro round”, o município de Góis está na área Metropolitana de Coimbra, pelo menos durante os próximos cinco anos.

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Autarcas e técnicos florestais reclamam investimentos ...........

Autarcas e técnicos florestais do Pinhal Interior reclamaram ontem o cumprimento das promessas do Governo de investir em estruturas de combate e prevenção aos incêndios, para minorar os danos da próxima época de fogos

«O Estado tem que ser uma pessoa de bem e cumprir o que prometeu», considerou durante uma reunião em Pedrógão Grande Manuel da Costa, director-executivo do Instituto para o Desenvolvimento Agrário da Região Centro (IDRAC), que está a apoiar a elaboração de Projectos Municipais de Ordenamento Florestais (PMOF).
O Pinhal Interior abrange zonas dos concelhos de Santarém, Leiria, Coimbra e Castelo Branco e na reunião de ontem estiveram presentes representantes dos concelhos de Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Góis, Sertã e Pedrógão Grande, apontando uma série de investimentos em infra-estruturas semelhantes que travem a progressão dos incêndios.
«O Estado tem de ter coragem e custear as primeiras intervenções», defendeu António Louro, vereador da Câmara de Mação. «Os grandes incêndios florestais não se apagam, contêm-se», frisou António Louro, considerando «ridículas» as tentativas de enfrentar frentes de fogo com mais de 20 quilómetros, como agora sucede.
Segundo disse, a criação de faixas de terreno largas sobre as encostas que funcionem como «tampões» à progressão das chamas em áreas de seis mil hectares é essencial para impedir a destruição da floresta portuguesa. O retorno da agricultura, nomeadamente em áreas mais sensíveis, seria outra das soluções ideais para a gestão do território, defendeu António Louro. O autarca afirmou ainda que não é por acaso que o concelho da região menos afectado pelos fogos - a Sertã - é o que possui mais actividade agrícola.
O ordenamento conjunto das grandes manchas florestais por agrupamentos de proprietários, com gestão profissional, a construção de novos aceiros, pontos de água e de vigia, bem como linhas de defesa em torno das aldeias são algumas das propostas. O autarca disse ainda que a existência de um cadastro actualizado, por si só, não permite a identificação e responsabilização dos proprietários.
Contudo, afirmou, o sucesso destas iniciativas depende da capacidade de mobilização das populações que têm de ter capacidade de agrupar-se, ter algumas despesas - para aumentar as receitas futuras - mantendo incólume a posse da propriedade. A mesma opinião tem Rui Giestas, técnico da Associação Florestal do Concelho de Góis, que apresentou os projectos já existentes no município para a produção florestal ordenada. Revelou que a certificação da madeira do concelho é uma das metas finais deste Projecto, que prevê investimentos de 500 mil euros durante quatro anos.

Atrasos e burocracia

Por seu turno, Diamantino André, autarca de Proença-a-
-Nova, disse temer que estes projectos «não sejam mais do que papéis para arder no Verão» se o «poder central e a opinião pública não considerar esta questão como uma prioridade».
O autarca da Sertã, José Paulo Farinha, mostrou-se pessimista face ao futuro e lamentou que muitos destes projectos só tenham tido a atenção devida depois da última época de fogos. As soluções no terreno devem também passar pela instalação de uma moto-bomba em cada aldeia, mecanização do tratamento das florestas e pelo controlo informático da sua gestão, bem como pela redução da densidade arbórea junto às estradas ou a manutenção da vegetação ligeira junto aos cursos de água.
Segundo o director-executivo do IDARC, cerca de 100 dos 160 milhões de euros que Portugal recebeu de fundos comunitários para a floresta já «foram destruídos pelas chamas». O responsável criticou ainda o «excessivo atraso e burocracia» na avaliação de cada projecto local.
Confrontado com estas críticas, Miguel Serrão, adjunto do secretário de Estado das Florestas, escusou-se a responder directamente aos apelos dos autarcas, mas garantiu que existem apoios comunitários para os projectos anunciados. No seu entender, o emparcelamento funcional do território, com agrupamentos de produtores, é uma das soluções para gerir o território nacional. «O nosso grande drama é a falta de gestão no minifúndio», afirmou, reconhecendo ainda alguns atrasos na aprovação de candidaturas dos projectos, causadas pela mudança de responsáveis nas Comissões de Coordenação de Desenvolvimento Regional (CCDR’s).