terça-feira, abril 03, 2012

Jaime Soares: "Limitação de mandatos é antidemocrática"

Mais antigo autarca português critica a limitação de mandatos para os presidentes de Câmara.

Jaime Soares, o mais antigo autarca português, não tem problemas em criticar a reforma autárquica que está em estudo: "Considero a lei aberrante e antidemocrática", disse ao Expresso.Para o presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, eleito pelo PSD, "está a retirar-se aos cidadãos o direito de escolher quem administra as autarquias". O autarca concretiza: "A democracia trouxe-nos a liberdade de tomar as nossas opções." Jaime Soares sustenta que a limitação até três mandatos para os autarcas só faria sentido "se todos os cargos da Administração Pública fossem abrangidos".
Ora nem mais ou comem todos ou não come nenhum. Se os outros tambem fossem limitados já não se importava. Recordando, por exemplo, o regime dos deputados e dos dirigentes regionais, onde não existe limitação, o autarca defende que "a lei devia colocar todos no mesmo patamar". A possibilidade de um autarca, no fim dos três mandatos, se candidatar a outra Câmara, leva o presidente de Vila Nova de Poiares a perguntar: "Ao fim de três mandatos as pessoas perdem as qualidades ou mudam? Se não serve para uma Câmara, não serve para outra". 
"Autarquias fazem com um euro aquilo que o Governo faz com quatro" Recusando aceitar que se considerem os autarcas "como os maus da fita", o membro do PSD diz que "esta lei foi feita em cima do joelho" e que "há um lobby por detrás da mesma". Acusando "os governos de atirar a desgraça do endividamento para os municípios", o mais antigo presidente de Câmara português diz que as autarquias, mesmo com cortes, "fazem com um euro aquilo que o Governo faz com quatro". Jaime Soares sai em defesa das Câmaras Municipais e esclarece: "As autarquias foram, em Portugal, a alavanca do crescimento, cativaram investidores e criaram postos de trabalho". Ao fim de quase 40 anos de liderança, Jaime Soares acredita "que o poder central está cada vez mais poderoso" e "que esta já não é a revolução do poder local".
Só não consegue explicar como é que um concelho dos mais pequenos do país e com menos habitantes, deve tanto dinheiro e tem um endividamento colossal. Onde está a justificação para tal? Quanto dinheiro desbaratado com o aerodromo do Bidoeiro?