Mário Almeida está há muitos anos em funções em Vila do Conde? Jaime Soares, também, em Vila Nova de Poiares? Seguramente que sim. Falo desses dois casos de autarcas por quem tenho apreço pessoal e que têm um enorme trabalho nas suas terras, porque são sempre os mais referidos, juntamente com alguns autarcas da CDU em Câmaras ribatejanas ou alentejanas.
Todos esses autarcas vão ter de sair. Alguns admitem candidatar-se a autarquias vizinhas, o que tem sido objecto de alguma controvérsia jurídica. Mas, independentemente da questão legal, pergunto: no plano ético, o que seria preferível – candidatarem-se ao mesmo concelho ou mudarem para outro quando já não podem candidatar-se ao mesmo? Se essas mudanças de território acontecerem é, certamente, porque têm obra feita nos municípios onde estejam a cessar funções.
Como se sabe, já vários presidentes de Câmara deixaram neste mandato as suas funções por não estarem para suportar esse penoso final de exercício do cargo. Carlos Encarnação, António Capucho, Manuel Frexes, Mata Cáceres, José Silvano, entre outros, optaram por sair a meio. Independentemente de outras razões pessoais – e de alguns terem assumido outras funções públicas – nenhum escondeu algum desconforto com esta norma da limitação de mandatos.
No Sol por Santana Lopes