A Associação de Especialistas da Força Aérea com a colaboração da Câmara de Poiares homenagearam os oito militares que morreram há 55 anos na Serra do Carvalho.
A emoção dominou todos os que, de alguma forma, viveram um dos mais tristes episódios da história já longa e heróica da Força Aérea Portuguesa (FAP). Ontem muitos se juntaram para recordar os oito militares que, há 55 anos, morreram quando os aviões que pilotavam embateram na Serra do Carvalho, em Vila Nova de Poiares.
Foi a 1 de Julho de 1955. Comemorava-se o Dia da Aviação, quando oito dos 12 aviões que compunham a formação comandada pelo capitão Rangel Lima, chocaram em plena serra.
Nesse dia, que até era de sol e boa visibilidade, havia apenas algumas nuvens baixas. Os 12 aviões vinham do lado da Lousã, em direcção a Coimbra, mas só os primeiros quatro passaram a serra. Os outros embateram na serra, diz o calino (a um velocidade de quatro mil quilómetros por hora.)????
No acidente perderam a vida o tenente António Albino Rocha Mós, os alferes Henrique Ferreira Pinto Howwell, Alfredo Fernandes Ventura Pinto, José Nobre Guerreiro Bispo, o Sargento Fernando da Silva Santos, e os furriéis Diniz Lopes Alves Martins, António Carvalho e Danilo Martins da Fonseca.
Glória e honra
“Sentimo-nos felizes por sabermos afirmar, todos os anos, o profundo respeito que temos por estes homens”, disse, no final da cerimónia, o presidente da Câmara . O concelho, aliás, nunca os esqueceu: há cinco anos, numa rotunda da vila, foi inaugurado o monumento “Voo dos Anjos”, constituído por oito colunas encimadas por asas representando cada um dos aviadores que pereceram no trágico acidente.
“Glória e honra à Força Aérea Portuguesa. Nesta comemoração, curvamo-nos religiosamente perante este monumento talhado em cruz, prestando homenagem àqueles que aqui perderam a vida”, acrescentou Jaime Soares.
Com a representação da Força Aérea Portuguesa , a cerimónia contou desta vez com a presença do vice-chefe do Estado-Maior, o tenente-general Luís Palma de Figueiredo na impossibilidade do chefe de estado Mair Luis Araujo.
“A cerimónia na Serra do Carvalho é, sobretudo, uma homenagem a quem morre a voar”, frisou. E é, também, uma forma de perpetuar a memória dos militares “que se entregaram totalmente com o sacrifício da própria vida”, referiu.
A tragédia foi recordada mais uma vez, agora como lição a tirar para o presente e para o futuro, mas também com apelos à colaboração, ao sacrifício e ao trabalho.
Na cerimónia – que incluiu a deposição de coroas de flores no cruzeiro erigido em memória dos militares e uma passagem de aeronaves da FAP –, estiveram também as autoridades concelhias, representantes da Associação de Especialistas, familiares dos pilotos vitimados e, como sempre, muitos populares que fizeram questão de se associarem à homenagem.
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