O autarca social-democrata alertou que muitos municípios vão "perder capacidade de intervenção" e passar por "situações extremamente complexas e difíceis de ultrapassar", sendo obrigados a reduzir imediatamente o investimento e os funcionários fora do quadro de pessoal e a fazer menos festas e festivais no verão.
Tambem menos almoços, jantaradas, festas e passeatas.
"Esta situação só nos leva a uma grande revolta com as atitudes do Governo, que não soube gerir e equilibrar as contas públicas como nós aqui e vai ter também as outras autarquias como bode expiatório, quando são as menos culpadas de todo o processo", frisou Jaime Soares.
O dirigente da ANMP salientou que, na situação de endividamento do país, as autarquias contribuíram com 15 por cento enquanto o poder central foi responsável por 77 por cento.
"Quem faz os males que os pague. Agora esta situação em que somos obrigados a pagar os males que não fizemos vem imediatamente reflectir-se no mal-estar e nas dificuldades das populações", referiu.
Jaime Soares lembrou ainda que a ANMP entendeu, em reunião do conselho diretivo, não estar disponível para cortes, mas antes recuperar "os 100 milhões de euros que foram retirados à Lei das Finanças Locais em Maio".
"Não são só estes 5 por cento que nos vão se retirados, 127 milhões de euros, porque a meio do ano de 2010 também nos foram retirados 100 milhões de euros", sublinhou o autarca, contabilizando que, em 2011, os municípios vão ficar com menos 10 por cento relativamente a este ano.