quarta-feira, março 25, 2009

Poiares vai investir em aquário único no país

Projecto em fase adiantada de estudo

É um dos mais pequenos concelhos do distrito de Coimbra, mas sonha ser grande, pelas gentes e pela obra, e não se escusa a avançar com projectos que marcam a diferença. Isso mesmo reconhece o presidente da autarquia, paladino e mentor da grande maioria dos projectos, uns mais originais do que outros. Original por excelência é a nova proposta que Jaime Soares acaba de “magicar” e que o executivo, agradado, aprovou por unanimidade.Em causa está a construção de um aquário de água doce, que pretende constituir um espaço de promoção, afirmação e estudo da biodiversidade, desta feita centrada na vida dos grandes rios portugueses, com uma incursão ao estrangeiro – eventualmente ao Amazonas - e ainda com um enfoque especial nos rios da região.
«Poiares tem de se afirmar pela diferença», defende Jaime Soares, que quis, agora, que essa afirmação passasse por duas componentes que reputa de fundamentais: as crianças e jovens, por um lado, e o estudo e o conhecimento por outro. Conjugados os dois factores, o presidente da autarquia poiarense juntou-se um outro: algo «que fosse importante para Vila Nova de Poiares e aqui atraísse muita gente, nomeadamente das escolas e das universidades». A componente biológica, da vida, e a vasta tradição lusa ligada ao mar e aos rios fez o resto. «O mar está longe de Poiares, mas temos os rios» e a ideia de um aquário de água doce, que recriasse a vida dos grandes rios e testemunhasse a riqueza da fauna e da flora que os caracterizam, ganhou forma na mente do autarca.
«Temos o Aquário Vasco da Gama, com mais de 100 anos, o Oceanário e, em Mora, também existe um projecto, mas pensámos uma coisa diferente», um projecto mais envolvente, mais global, com uma componente lúdica, mas também direccionado para o estudo e para a investigação. «Uma estrutura de afirmação regional e nacional e que pode mesmo ter projecção além fronteiras», adianta, sonhador, Jaime Soares.
Motivado pelo sonho, o autarca de Vila Nova de Poiares resolveu munir-se dos necessários instrumentos técnicos, no sentido de começar a dar forma à ideia. Confessa, então, que visitou vários países, onde esteve em contacto com as estruturas e com a tecnologia que “enformam” o projecto. Acompanhado por engenheiros, arquitectos e outros técnicos, o autarca de Poiares visitou vários países, nomeadamente França, Espanha, Itália e Bélgica e o que viu cimentou-lhe mais as ideias e o projecto, que ainda está no “segredo dos deuses”, já começou a tomar forma, com a garantia de que os autores – arquitectos e engenheiros, são portugueses, mas a tecnologia será «do mais avançado que se faz na Europa».
«Será um orgulho para a região e para o país», afirma o edil, sublinhando o papel decisivo que, em termos futuro, este equipamento pode ter para o estudo da biodiversidade, para a preservação do meio ambiente e para o ensino/educação dos mais jovens. De resto, poderá encarar-se como uma estrutura complementar, esta centrada na vida dos rios, relativamente ao projecto que a autarquia pretende desenvolver na Serra do Carvalho, que quer transformar num parque lúdico, de lazer e de preservação as espécies autóctones, quer em termos de fauna, quer de flora.
Investimento sustentável
O concelho que claramente tem uma “boa nota” em termos ambientais, pode e deve, no entender de Jaime Soares, fazer mais e melhor pela preservação das riquezas naturais e o aquário de água doce é, sem sombra de dúvida, o mais recente e também mais arrojado projecto. «Pretendemos criar, em Poiares, um grande centro de chamamento ao estudo e ao desenvolvimento de todas as espécies que têm nos rios o seu habitat natural», diz Jaime Soares.
A seu favor, para além das ideias, o concelho tem «condições naturais de excelência», refere o autarca, apontando ainda para a proximidade das universidades de Coimbra e de Aveiro, como elemento aglutinador em termos científicos, técnicos e de investigação. Sobretudo é «uma afirmação importante para o distrito».
O projecto está em fase avançada de estudo, reconhece o autarca, prometendo, que a breve trecho vai fornecer mais informações sobre o aquário de água doce.
Em principio e pela sua interioridade no concelho deve vir a ser criado no Rio Alva entre a Barragem das Fronhas e o Vimieiro numa grande extensão de percurso fluvial no concelho de Poiares. Na Rebordosa e com as infraestruturas lá existentes não haverá sossego para as especies em aquario natural. A zona oriental do concelho entre a Serra de S.Pedro Dias e o Rio Alva é um verdadeiro Santuario da flora e da fauna, onde existe a maior reserva de trutas autoctones.
Não deverá ser no Rio Mondego pois essa zona é muito mais de Penacova do que de Poiares. Adianta ainda que este projecto único e que se afirma pela diferença representa «um investimento absolutamente suportável», muito embora se escuse a avançar com valores, uma vez que, “o segredo é a alma do negócio”.Não deixa, todavia, de adiantar que, feitas as contas, se trata de «um investimento que se paga em pouco anos», tendo em conta que os estudos feitos e a experiência vivenciada noutros países garantem o total «êxito e a sustentabilidade do empreendimento». «É uma aposta ganhadora e de grande importância para a criação de riqueza em Poiares», remata Jaime Soares, sublinhando que os “ganhos” vão muito para além do concelho, «envolvendo a região e o país», uma vez que o que se pretende criar é uma «uma estrutura única, de afirmação nacional e além fronteiras», que conjuga «empreendedorismo, inovação e modernidade», ao serviço da ciência, da cultura, dos jovens e do ambiente.
in DCoimbra
pikado do Blog da Moura Morta

Um comentário:

Anônimo disse...

Ate que enfim que se poderá ver uma escolha acertada.
A freguesia das Lavegadas é uma das Fregueisas mais afastadas do concelho e emparedada entre a Serra da Atalhada e S.Pedro e o Rio Alva. Está nos limites mais pobres do concelho e mais longe de Coimbra.
Toda a Freguesia é uma verdadeira Reserva Ecologica.
Merece ser tratada como tal e devidamente apoiada. Foi centro da maior exploração aurifera em tempos de mouros e por isso a Moura Morta teve foral dado por D. Afonso Henriques.
Tambem nas invasões Francesas, teve papel importante com um celebre acampamento nos termos de Mucela e de Ponte de Mucela.