terça-feira, novembro 03, 2009

Tentaram transformar a igreja em sede político-partidária

“Tentaram transformar a igreja em sede político-partidária segundo Jaime Soares

Num discurso escrito, contrariando os seus hábitos, Jaime Soares fez questão de dizer «tudo» o que lhe ia «na alma e no coração», dizendo «aos poiarenses o que eles têm necessidade e obrigação de saber». E têm «obrigação de saber» que, «no dia das eleições, na missa de um baptizado, realizada ao meio-dia, em Vila Nova de Poiares, um senhor padre de ocasião, durante a homilia, considerou que os serviços da Câmara funcionavam através de “luvas”». O presidente, eleito para o seu último mandado, explicou ao Diário de Coimbra que o sacerdote em causa, designado pela Diocese para substituir o padre Natário, se referia «ao funcionamento dos serviço da Câmara, onde os processos se atrasam indefinidamente, mas se formos lá com o dinheirito tudo se revolve». Afirmações proferidas na altura em que o autarca entrava na igreja para assistir à cerimónia. Mas não foi este o único incidente que marcou a campanha eleitoral em Vila Nova de Poiares. Sem usar a expressão “terrorismo político”, Jaime Soares deixou-a bem evidente no discurso crítico e inflamado que proferiu, na noite de sábado, perante um salão «nobre cheio de poiarenses. «Tentaram envolver, ou envolveram mesmo, pequenos grupos ligados à Igreja Católica, tentando transformá-la em sede de campanha político-partidária, não respeitando minimamente os seus valores morais e éticos. Felizmente que a maioria esmagadora dos poiarenses que professam a religião católica os ignoraram», disse ainda o autarca.
Jaime Soares, o único presidente eleito depois do 25 de Abril que Vila Nova de Poiares conheceu quer saber «como é possível que, em plena campanha eleitoral, se afaste o padre Natário, um dos melhores párocos que passou pelo nosso concelho?». Um afastamento ditado pelo bispo, D. Albino Cleto, independentemente da idade avançada do sacerdote e dos seus problemas de saúde, uma vez que, entre outras doenças, é diabético, estando, inclusivamente, já cego de um olho, para não falar dos problemas de locomoção de que tem padecido. «Será que é por ser amigo do presidente da Câmara?», questionou ainda Soares. «Desde quando é que isso é pecado?», enfatizou, recordando que o mesmo padre Natário «esteve em Condeixa e foi amigo do Jorge Bento e esteve em Mortágua e foi amigo do Afonso Abrantes». «Isso é pecado?», quer saber. Em seu entender, os “pecados” estão noutros espaços e noutras atitudes. E, por isso, perguntou «como é possível mandar padres substitutos para que, oito dias antes do acto eleitoral, se façam almoços de confraternização e estes se passeiam por lugares públicos, com os candidatos do PS?». «Claro que não é proibido, mas é eticamente reprovável», entende Soares, que considera «reprovável» a substituição do padre Natário, «que todos os poiarense admiram e respeitam, para em seu lugar colocar um substituto em part-time».
“Cristo não quer estes comportamentos”
Afirmando-se católico, e considerando a igreja um «espaço de princípios, de valores, de fé e amor ao próximo», observou que «alguns tentam destruir» essa «Igreja da solidariedade e do humanismo que Cristo pregou», «presumivelmente com a conivência do principal responsável da Diocese», acusou. Por isso, defende que se «faça uma rápida e profunda reflexão, antes que piores males possam suceder». «Cristo não quer estes comportamentos, porque desrespeitam os princípios e valores da Igreja que Ele fundou», disse ainda.
Mas o “apontar o dedo” não se ficou por aqui, uma vez que se repetiram as atitudes de «baixa política»,«não olhando a meios para atingir os fins». E deu o exemplo de «quem, a coberto da noite distribuiu dezenas e dezenas de panfletos e comunicados anónimos, a insultar e ofender gravemente pessoas honestas e dignas, só porque não comungam das suas opções». «Sabemos a sua origem e quem é o seu autor», disse ainda Jaime Soares. «Aguardaremos calmamente que a Justiça cumpra a sua função».
O autarca fez ainda saber que deu conhecimento ao mandatário da candidatura do PS, - «também ele um destacado líder da Igreja local» - «das “anomalias” verificadas durante a campanha. Todavia, este «nada fez para o evitar, não assumindo – a tempo e em tempo – os valores do respeito, da moral, da ética política a que estava obrigado». É, pois, considera Jaime Soares, «co-responsável em todo o processo».
Mas, apesar de todas estas “anomalias e interferências”, «o povo votou, decidiu e disse clara e inequivocamente quem quer para governar o município de Vila Nova de Poiares e quem não quer para governar o município de Vila Nova de Poiares», disse e repetiu o autarca, que deu início ao seu último mandato, prometendo continuar «a trabalhar, a trabalhar muito» para o desenvolvimento do concelho que, disse com orgulho, «continua em boas mãos». Relativamente aos que «cometeram tantas irresponsabilidades, que Deus faça a sua Justiça», disse, sugerindo à oposição «claramente derrotada», que faça a «sua leitura democrática» e assuma «uma postura ética e política que permita, de hoje em diante, uma discussão séria das propostas, de forma que a estabilidade e paz social sejam uma constante na governação do nosso município».


Do Diário de Coimbra

5 comentários:

Anônimo disse...

É preciso ter lata.
O Emplastro como já não era falado quis ser acontecimento.
Será que os seus vereadores não vão ter vergonha dum tipo destes.
Com estas atitudes e com esta idade é altura de pensarem em interna-lo.
Mas não o metam no Lar da Nossa Senhora das Necessidades.
Levem-no para bem longe.
O bicho é pior que o Nematodo do pinheiro, não ha meio de desaparecer ca da zona.
Ainda está convencido que faz cá falta.
Enquanto a Igreja se perpectuará, um Emplastro destes será esquecido muito rapidamente.
Por isso lhe chamam o Labregossaurio e fica-lhe bem.

Anônimo disse...

Mas não sabem que ele está tão viciado que já não sabe distinguir as coisa?!

Anônimo disse...

Pois não. è um alarve para aqui anda. Como ha gente que ainda lhe dá confiança?
Estes vão ser os primeiros a mijarem-lhe pras botas.
Tambem é das sucatas como o outro e o advogado de defesa é o mesmo.

Anônimo disse...

Não"mijam"porque não tem capacidade para isso. Andam ali todos ao Beija-mão!

ANTÓNIO MANUEL MARTINS MIGUEL disse...

É lamentável este facto, porque ele aconteceu e pela sua falta de verdade.
Estive presente na missa do dia 11 de Outubro, dia de eleições, desde o inicio da celebração.
O celebrante que presidiu à Eucaristia não disse nada do que o presidente da Câmara afirma. Primeiro, o padre em questão, homem de notável integridade moral e cultural, fez uma homilia enquadrada nos textos liturgicos do dia. Apenas referiu que por vezes em algumas Câmaras as pessoas têm que usar meios de "suborno", para obter o que precisam e lhes é de direito ter. Nunca se referiu à Câmara de Poiares ! No entanto até pediu desculpa, pelo que disse, dado que se estava em dia de eleições.
Todos nós "vemos, ouvimos e lemos" como diz a canção, porquê ignorar e armarmo-nos em falsos moralistas? Não é submetendo o Povo ao medo que se consegue encobrir seja o que for e onde quer que seja, tudo tem o seu limite e seu tempo para que as leis universais se cumpram, mais dia menos dia.
Segundo, oito dias antes, aquando da sua primeira homilia em Poiares, os elementos do Conselho Económico da Paróquia (CEP) convidaram o referido padre para uma almoço de cortesia, não o deixando ir para Coimbra sem terem uma atenção, normal quer para não crentes e muito mais normal para crentes.
Não houve qualquer campanha política e quem conhece esse presbitero, sabe que ele jamais aceitaria tal envolvimento !
Por coincidência foi almoçar no mesmo restaurante o candidato da oposição que ao ver a mesa onde se encontrava o padre com os elementos do CEP foi apresentar cumprimentos, um gesto de simpatia.
Resumindo, o Presidente da Câmara mentiu no seu discurso da toma da de posse no dia 31.
Terceiro, se o presidente de Câmara fosse católico jamais utilizaria as palavras que utilizou, ou mentiria, ou envolveria outras pessoas que professassem da mesma fé.
Católicos contra católicos?
O acto desabrido do presidente da Câmara só prova à saciedade que ele não é católico nem assume os princípios cristãos, mesmo que não católicos. Se ele tivesse uma noção correcta da separação de poderes e/ou soubesse qual é a missão da Igreja na Terra, jamais tomaria a posição que tomou querendo amedrontar tudo e todos como é sua prática, sem qualquer respeito pela dignidade e privacidade de outras pessoas.
É lamentável este facto, a todos os títulos!!
Sou uma testemunha da verdade dos factos e não me envolvo com apreciações de outras referências feitas pelo presidente da Câmara.
É fundamental saber gerir conflitos se os houver e não gerar conflitos, querendo surgir como vitima aos olhos do Povo. Práticas bem conhecidas da ciência política!
É preciso serenidade, seriedade, decoro e bom-senso quando se desempenham certas funções !!