Foram ontem apresentados no Centro de Técnicas e Operações Florestais da Lousã (COTF) os seis Planos Regionais de Ordenamento da Região Centro, correspondentes ao Centro Litoral, Dão e Lafões, Pinhal Interior Norte e Sul e Beira Interior Norte e Sul. Com este instrumento de trabalho, a Direcção Geral de Recursos Florestais pretende gerir melhor os espaços florestais, não só na sua componente produtiva, mas também na conservação da biodiversidade
Gerir e ordenar a floresta são as palavras chave dos Planos Regionais de Ordenamento (PROF) da Região Centro que foram ontem à tarde apresentados no COTF da Lousã, pelo director-geral dos Recursos Florestais.
Segundo Sousa Macedo, «trata-se de uma base de informações que fundamenta decisões e que oferece orientações para o Estado tomar decisões para tornar melhor a floresta».
Não se trata de um plano a curto ou médio prazo, mas um projecto a longo prazo que «há-de contribuir para diminuir os fogos, quando tivermos uma floresta mais ordenada», na opinião daquele responsável.
Os planos foram elaborados pelo consórcio Metacortex, Erena, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Superior de Agronomia e Universidade de Évora. Na sua concepção definiram-se cinco funções que passam pela produção, protecção de água e solo, conservação de recursos biológicos, paisagem/recreio/turismo e a silvopastorícia.
O estudo aponta como pontos fracos a falta de planeamento estratégico dos espaços florestais, a elevada fragmentação da propriedade, a desadequação do cadastro e o envelhecimento e desertificação do interior.
Como pontes fortes são enumeradas as áreas classificadas, as paisagens muito interessantes, o potencial para produção de material lenhoso e o potencial social e turístico.
Equilíbrio nas espécies
«Temos de olhar para os espaços florestais como espaços de multifuncionalidade, com uma óptica ambiental e conservação dos habitates» afirmou Sousa Macedo, sustentando que nas áreas ardidas deve haver equilíbrio nas espécies a plantar.
Aliás, uma das inovações dos PROF é a carta de aptidão das espécies ao espaço florestal que consiste no inventário completo de indicadores biológicos e ecológicos que permite indicar qual o tipo de árvore mais adequada a determinada zona.
Toda esta filosofia de actuação terá de ser efectuada em colaboração com os proprietários, até porque 85% da floresta é privada, ressalvou o director-geral dos Recursos Florestais.
«Há necessidade de fazer uma alocação correcta das espécies, cada coisa no seu sítio», sublinhou, defendendo que ao «gerirmos os espaços estamos a enriquecer o mosaico florestal».
Dentro de cada PROF serão ainda definidas Zonas de Intervenção Florestal, sendo que este documento estará também em articulação com a revisão dos Planos Directores Municipais.
Antes do final do ano deverão estar regulamentados os seis Planos Regionais de Ordenamento da Região Centro, depois de terem passado por um amplo período de discussão e consulta pública.
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