Jaime Soares o ainda presidente da Câmara estando já em fim de linha, começa a ser " acoçado " pelos companheiros de partido.
Elas cá se fazem cá se pagam.
Face ao que veio recentemente a público sobre a sede do PSD em Coimbra, é necessário repor a verdade dos factos. No dia 24 de Maio é publicada, no jornal Diário As Beiras, uma notícia com o título “PSD tem de entregar sede”, na qual fui directamente visado. Face ao direito de resposta que me era devido, de imediato fiz chegar ao director do referido jornal, por e-mail, o esclarecimento que passo a transcrever:
“Perante a notícia hoje veiculada por esse jornal sobre a sede do PSD em Coimbra, o cidadão Jaime Soares vem informar de que o problema com o contrato de arrendamento da referida sede não é do tempo dos seus mandatos como presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra do PSD, mas outrossim uma situação que já se vinha a arrastar há alguns anos, tendo nos seus mandatos encetado diligências para tentar resolver um compromisso que outros tinham assumido. Houve, à época, algumas ingerências da concelhia de Coimbra que em nada ajudaram a resolver o problema, antes pelo contrário, que foi mal conduzido e mal conseguido desde a primeira hora, trazendo à coação um profundo desagrado do proprietário, existindo até outro tipo de atitudes, da responsabilidade da concelhia, que, essas sim, podiam e deviam ser rigorosamente apuradas, atendendo à sua gravidade.
Assim, cumpre-me reforçar de que só a minha intervenção evitou males piores, aos quais sou totalmente alheio, tendo sido iniciadas novas negociações para se concretizar em definitivo um acordo que ultrapassasse a situação existente, nomeadamente com as várias propostas que fiz para a aquisição do imóvel. Tal não foi conseguido, porque, entretanto, as situações criadas pela concelhia afastaram-nos de toda e qualquer possibilidade de negociação. E foi por esse facto que eu próprio tentei negociar um novo edifício, que procurei por toda a cidade, não o conseguindo pelo facto de não termos capacidade financeira para o adquirir. Assim, a minha intervenção foi única e simplesmente a de conseguir um novo prazo, mas não um novo contrato, que se manteve exactamente nos mesmos moldes, excepto no valor da renda mensal, que foi aumentado com acordo de ambas as partes, mas mesmo assim estas negociações foram muito difíceis de concretizar.
Perante este esclarecimento que se impunha, espero que neste conflito anunciado possa imperar o bom senso e se ultrapasse esta situação, tendo para mim que o actual presidente da Comissão Política Distrital, homem sensato e cordato, possa conseguir renegociar um novo contrato.
Não deixando de acreditar na possibilidade desse acordo com o senhorio, é também meu dever referir que o Dr. Pedro Machado, neste momento, estará a passar pelas mesmas dificuldades com que me deparei, sem que, tanto ele como eu próprio, tenhamos tido um mínimo de responsabilidade em todo este processo.
Qualquer dúvida que possa persistir quanto à veracidade dos factos facilmente se dissipará com a consulta dos documentos existentes sobre este processo, os quais dão a conhecer quem, como, quando e em que moldes foi celebrado o contrato em causa.”
Apesar de este esclarecimento ser datado de 24 de Maio, não foi publicado na edição seguinte do jornal, como seria expectável, mas apenas no dia 26 de Maio se publica um leve excerto, misturado com outras questões, de forma intencional, ou talvez não, que resultam num artigo que distorce o sentido original do texto e, ao invés de esclarecer e repor a verdade dos factos, apenas deturpa ainda mais toda a questão.
Julgo ainda que estou em condições de poder afirmar algo de que fui informado e que, a ser verdade, como acredito que seja, indicia que todas estas notícias se baseiam numa diabólica montagem, falseando um processo, que é isso mesmo, falso!
Até ao momento em que estou escrever estas linhas, dia 27 de Maio, não tinha chegado à sede do PSD qualquer documento relacionado com alguma hipotética acção de despejo.
Não somos pessoas de utilizar essas práticas, mas é óbvio que sabemos como se fazem. E, por essa razão, sem ter que pesquisar muito, sabemos os seus mentores, de onde partiram e quais são as suas intenções – simplesmente deploráveis!
Quanto aos subscritores da carta aberta, ilustres militantes do PSD de Coimbra, com um grande passado, ao serviço da causa do interesse pessoal, descurando por isso as verdadeiras causas social-democratas, leviandades partidárias que já os deviam ter levado, no passado, a aprender com os erros, ou pelo menos, que não se permitissem atrever a envolver nas suas estratégias pouco claras pessoas cujo passado fala por si e que lhes permitiu granjear o respeito dos militantes do PSD e da sociedade em geral. Como sabem os ilustres subscritores da carta aberta, tive sempre como objectivo servir a comunidade, social-democrata e não só. E, se fizerem uma análise comparativa entre as nossas posturas, seguramente que essa comparação deixa as pessoas que me “acusam” a uma longa distância, no que concerne aos valores, aos princípios, à causa social-democrata e à causa pública.
Caros amigos, somos todos muito poucos para concretizar o muito que o nosso partido necessita e as populações nos exigem. Deixem-se de trazer para a praça pública assuntos que só dentro do partido devem ser tratados, como sempre o fiz. E apenas isso não acontece hoje porque a tal fui obrigado e, como se diz, “quem não se sente não é filho de boa gente”.
Dir-lhes-ei, para terminar, que com estas atitudes politicamente desonestas, jamais conseguirão beliscar minimamente todo o trabalho, esforço, dedicação e dignidade que, ao longo de tantos anos, tenho colocado ao serviço do PSD e não a servir-me do PSD. E como também diz o povo, “para bom entendedor, meia palavra basta”.
Uma saudação social-democrata aos que se considerem dignos de a aceitar.
http://www.asbeiras.pt/index.php?area=opiniao&numero=83319&ed=31052010