terça-feira, setembro 14, 2010

Jaime Soares quer melhores acessibilidades e promete endurecer posições

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares pediu mais uma entrevista para justificar as asneiras que fez ao longo destes anos

.Considera que, apesar dos esforços da autarquia para potenciar o desenvolvimento económico do concelho, continua a existir o “handicap” acessibilidades, eternamente adiadas e que condicionam a decisão dos investidores.

«Temos, notoriamente, o melhor parque industrial do distrito e, um dos melhores a região, com cerca de um milhão e 200 mil hectares de lotes disponíveis», refere o autarca, constatando que «o esforço da câmara em criar estruturas que atraiam investidores», é contrariado pela falta de estradas «em condições».
Jaime Soares defende que «se isto fosse um país com regras e onde se controlasse a despesa pública, seria possível fazer investimentos realmente necessários», lembrando mais uma vez a necessidade de melhorar a Estrada da Beira, ou construir uma nova via entre Coimbra e Poiares.
«Espero que o secretário de Estado das Obras Públicas cumpra as promessas feitas aqui em Vila Nova de Poiares», diz o edil, considerando que «a Estrada da Beira deveria ser uma estrada de desenvolvimento e é, actualmente, uma estrada de subdesenvolvimento, um caminho de cabras ou mesmo um carreiro».
Criticando um Governo que «não tem onde cair morto, mas faz inúmeras auto-estradas desnecessárias», lança também “farpas” aos «meus colegas dos municípios de Góis, Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra, que não me apoiaram numa mega manifestação a reivindicar melhorias na EN17».
«Estão satisfeitos com o que têm», diz, recordando que a EN342, requalificada entre Miranda e Lousã, «já custou mais de 10 milhões de contos (50 milhões de euros)», e não se sabe quando é que a obra continua, se algumas vez continuará».
Estes mesmos concelhos vão ser «beneficiados com o IC3 e o “TGV de Serpins”», uma obra «megalómana que não me passa pela cabeça que possa ficar parada», diz o veterano autarca, sublinhando que «não aceito recadinhos da minha colega de Miranda do Corvo, que é muito simpática e até tem uma confraria parecida com a Confraria da Chanfana de Poiares».
Jaime Soares contrapõe não ter ciúmes das estradas «que os outros têm, mas sempre fui solidário e nunca recebi apoio em relação à EN17», apelando a que se «faça qualquer coisa por esta estrada, porque, com uma boa Estrada da Beira é possível o desenvolvimento económico, não só de Poiares, como dos concelhos vizinhas».
Tentando obviar aos constrangimentos existentes, a autarquia de Vila Nova de Poiares optou pela via mais curta, preconizando uma nova estrada até ao vizinho concelho de Penacova e, por inerência, ao IP3 e às vias principais do país.
Trata-se de uma solução cujo projecto está em fase final - «já deveria estar pronto» - e que deverá obviar as dificuldades actualmente existentes na deslocação de e até ao concelho de Vila Nova de Poiares e que, na óptica do presidente da câmara, afasta os investidores. A via em questão terá 6,5 quilómetros e vai ligar a zona do campo de futebol de Poiares à Ronqueira (Penacova), passando por Santa Maria.

Os maiores viadutos
da Europa em Coimbra
Uma das suas mágoas é não serem aproveitadas as ideias lançadas pelos técnicos do município, relativamente a soluções para melhorar as acessibilidades, sendo que, na sua perspectiva, continuam a ser tomadas decisões megalómanas.
O exemplo que dá prende-se com os anunciados viadutos que ligarão o IC3 a Coimbra. «Hoje em dia, a construção de túneis é tecnicamente mais fácil e mais barata, mas o Governo optou por viadutos», diz Jaime Soares, revelando que, «a informação que tenho é que os maiores viadutos da Europa, com 140 metros de altura, vão ficar situados nos vales dos rios Ceira e Mondego».
Também a nível das infra-estruturas criadas, tendo em vista o desenvolvimento, há queixas relativamente aos organismos do Estado, revelando que «esperamos há meses um visita de Basílio Horta – presidente da Agência Portuguesa para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – ao nosso Universal Parque», o novo nome da zona industrial de Poiares, que «tem sido feito com tostões, enquanto outros o são com milhões».
Jaime Soares considera que, assim, «torna-se difícil potenciar as infra-estruturas», garantindo, no entanto, que o esforço da autarquia tem sido grande, no sentido de criar desenvolvimento económico no concelho.
Para além da vertente empresarial, a câmara tem tido intervenção em áreas como a Educação dos mais jovens e nos cuidados com a terceira idade.
Exemplo disso são os três centros escolares - um dos quais ser inaugurado no dia 5 de Outubro - que Jaime Soares considera tratarem-se de «estruturas de alta qualidade», só mostrando pesar por «hoje não se aprender nada», apesar das boas condições.
O autarca salienta também o facto destas novas escolas terem sido construídas por «fundos da União Europeia e da autarquia, com uma mínima participação do Estado», criticando quem «anda a inaugurar creches todos os dias, sem ter contribuído com um tostão».
Jaime Soares lembra os esforços feios para apoiar os mais idosos, «que são pessoas já debilitadas e que sentem ainda mais a crise económica», razão pela qual considera de «uma injustiça criminosa os cortes nos apoios à terceira idade».
«Preferem dar subsídios a malandros que não querem trabalhar, “polidores de esquinas”, portanto», critica, sustentando que «enquanto isto se mantiver, este país não vai a lado nenhum». «Sou pelo Estado Social, mas sou contra este tipo de situação», concluiu.

2 comentários:

Anônimo disse...

É mesmo o Grito de Ypiranga.
Então a Mega Manifestação?
Depois de terem sido prejudicados ao longo destes anos, os concelhos vizinhos , tiraram o tapete a Poiares.
Já estavam mais do que fartos.
Poiares vai pagar bem caro as asneiras cometidas.
Isto ja era previsivel e os poiarenses estavam avisados.
AGORA TORCEM A ORELHA E ELA JA NÃO DEITA SANGUE.

Anônimo disse...

Vamos ou não fazer um buzinão em Coimbra?
Vamos pois para aparecermos na televisão.