As “marradas” e os donos das “hastes”

CARLA LIMA sente-se indignada e escreve assim depois de ouvir o que ninguem gosta.

Eu faço por prezar que os textos que aqui vou escrevendo, manifestando a minha opinião (livre) sobre os diversos e pertinentes assuntos do dia a dia da nossa comunidade, sejam assentes na “figura pública” dos diversos intervenientes e não em ofensas pessoais de baixo nível e indirectas..
- De baixo nível, porque referem questões pessoais e no sentido depreciativo de situações decorrentes da vida, da qual somos intervenientes pela consequência do facto.
- Indirectas, porque a frontalidade só existe quando manifestada perante a subserviência dos seus acólitos e normalmente aos berros, não existe a frontalidade, a educação e a capacidade de discutir opiniões diferentes das suas, com aqueles que têm a “coragem” de as apresentar e manifestar.
Isto vem a propósito das bocas “indirectas” que hoje ouvi, quando entrei no “Jardim das Palmeiras” (a mais pura espécie “endógena” de V. N. de Poiares) com o propósito de fazer umas fotos para inserir na notícia sobre o directo da RTP. O público presente, o local e a boa educação impediu-me de interpelar uma “figura pública”, que conversava com alguém, mas no momento em que eu passava por perto (sem recorrer à bajulação e ao beija mão, como sempre faço), subiu o tom de voz dizendo para quem o ouvia:
- Andam aí alguns gajos a marrar comigo!
- Nem sabe quem é o pai, mas gosta de marrar comigo!
É evidente que a indirecta era para mim, sou filho de pai incógnito, lido bem com isso e tenho todos os direitos como qualquer outro cidadão, não constituindo isso um estigma para mim. Para mais vindo de um ser humano que não será um grande exemplo de virtudes, menos relevância tem.
O que me incomodou a sério foi a questão das “marradas”, pelo termo em si e pelo objectivo com que é dito.
O objectivo é evidente! .............. uma resposta habitual a quem manifesta opiniões diferentes ............. e a sua maneira de as discutir, pois como sou daqueles que não é dependente do seu “aval” para exercer uma actividade, resta apenas o insulto gratuito!
A questão do “termo” é que é complicada ......”marrar”.
1. Bater com os chifres.
2. Dar marrada.
3. Bater com o marrão (martelo).
4. [Calão] Bater com a cabeça.
5. Esbarrar com alguém.
6. [Portugal: Regionalismo] Toldar-se (o vinho).
7. Amarrar (falando-se do cão).
8. Estudar muito, queimar as pestanas; encornar.
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
De todos os significados, a nossa “figura pública”, se fosse culto, bem educado e se soubesse usar a língua de Camões, teria dito:
-4 - Nem sabe quem é o pai, mas gosta de “esbarrar” comigo!
E estaria correcto, porque é isso que fazemos, implicamos, criticamos, complicamos hábitos, questionamos, informamos .............. enfim, pomos à discussão pública os assuntos e isso incomoda.
Poderia fazer uma referência a cada uma destas interpretações de “marrar”, mas vou ficar-me apenas pela 1ª e pela última, pois pelo meu conhecimento de português são sem dúvida nenhuma o seu significado nas versões:
Português correcto –“bater com os chifres”
Calão – “encornar”
Partindo do pressuposto e falando português correcto, “bater com os cifres” foi o que pretendeu dizer. Isso é de todo impossível da minha parte, assente na ausência do acessório apropriado (chifres) para o efeito, fico a aguardar a informação necessária onde adquirir e o manual de instruções prórias para o seu uso!
Sobre o termo “encornar”, forma de calão e significado de “marrar”, está ligado na forma popular à infedilidade conjugal. Eu afirmo aqui publicamente que não ando a “encornar” ninguém.
Espero que a celeridade, de referência, na circulação de informação na nossa comunidade, não deixe os seus créditos por mãos alheias e faça chegar a informação aos seus destinatários .... rapidinho.

Realmente a Carla Lima é uma mulher corajosa e de uma maneira educada responde quase à letra a um inletrado.

Como alguem ja referiu neste e noutros blogues, temos um bom substituto do 29