O ministro da Agricultura, Jaime Silva, presidiu ontem no concelho de Oliveira do Hospital à apresentação da primeira Zona de Intervenção Florestal, considerando-a um exemplo a seguir no país.
Constituída oficialmente desde o passado dia 30 de Novembro, a ZIF do Alva e Alvoco localiza-se numa das principais manchas verdes do concelho e é uma espécie de “condomínio” florestal.Convencido da importância deste modelo de gestão da floresta, Jaime Silva garante que são iniciativas como esta que «vão levar o grosso» dos dinheiros públicos. «É um dia de orgulho para a floresta portuguesa», afirmou o ministro aos inúmeros proprietários florestais que ontem assistiam, no refeitório da EBI da Ponte das Três Entradas, à apresentação da primeira Zona de Intervenção Florestal do país, acrescentando que «são estes exemplos que o Governo tem a obrigação de apoiar, porque estão a fazer um trabalho que cria riqueza e desenvolvimento local».
Lamentando o estado a que «todos deixámos chegar a floresta», o governante julga que «todos temos a obrigação de deixar aos nossos filhos uma floresta sustentável», e a fórmula melhor para o fazer deverá passar, necessariamente, pelas ZIF. «Um dos sectores prioritários, não tenham dúvidas, é a floresta, mas se organizada em ZIF’s», referiu o ministro da Agricultura, adiantando que a reestruturação no seu ministério passa exactamente por diminuir as despesas de «funcionamento», em detrimento do financiamento de projectos capazes de gerar riqueza, como é o caso das ZIF, que irão funcionar como uma espécie de “condomínio”, onde os proprietários florestais deverão ver assegurada a gestão das suas parcelas. Criada com o objectivo de permitir uma gestão sustentada da propriedade florestal, esta Zona de Intervenção terá como principal preocupação a diminuição do risco de incêndio, e como passos seguintes a valorização de toda a fileira, garantiu o director executivo da CAULE - a entidade promotora da ZIF do Alva e Alvoco. A trabalhar neste processo desde Outubro de 2005, José Vasco de Campos cedo percebeu que esta era a melhor forma de resolver os problemas dos proprietários, numa zona muito “pulverizada”, como é esta em que incide a ZIF, conseguindo reunir ao fim de um ano 459 proprietários num total de 4741 hectares. Aproveitando a presença do ministro da Agricultura e também do secretário de Estado do Desenvolvimento Rural na cerimónia de apresentação pública do projecto, o director da CAULE – Associação Florestal da Beira Serra – pediu mais “celeridade” nos processos, nomeadamente na questão do cadastro dos terrenos. Na “linha da frente” em matéria de ZIF’s, José Vasco de Campos aproveitou ainda para solicitar à tutela que facilite os negócios jurídicos dentro destas áreas, de modo a pôr ordem neste “caos” de registos. «É impensável que uma propriedade pague mais de registo do que aquilo que ela vale», considerou o engenheiro técnico florestal, que além da pulverização da propriedade, elege como “inimigo” número um da floresta as acácias – também conhecidas por mimosas – para quem pediu mais atenção por parte do Governo, pois se não forem atacadas «podem trazer graves danos à floresta e à biodiversidade». Depois de um ano de trabalho intenso, que levou à criação da primeira ZIF do país, José Vasco julga agora que o sucesso desta Zona de Intervenção passa também pelo «envolvimento das autoridades locais».l
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