sábado, março 17, 2007

Região do Vale do Alva “pode ser muito atractiva”

Cinco concelhos e 30 freguesias estão juntos na promoção do Vale do Alva, uma região que, não sendo muito rica, «pode ser muito atractiva». Ontem foi apresentada a Rota do Vale do Alva e dados alguns contributos para desenvolver o turismo na região«Temos um património natural único e de enorme importância que não se encontra devidamente valorizado». Palavras de Maurício Marques, presidente da ADESA, Associação de Desenvolvimento da Serra do Açor, à margem do colóquio “Turismo, património e desenvolvimento – uma oportunidade para o Vale do Alva”, que ontem decorreu no Centro Cultural Dr. Vasco de Campos, em Avô, concelho de Oliveira do Hospital. O encontro pretendeu dar a conhecer a Rota do Alva e lançar algumas ideias para incentivar o turismo sustentável nesta área geográfica, que abrange cinco concelhos da região. Maurício Marques entende que esta região do Vale do Alva «não é muito rica» e tem algumas carências a vários níveis, pelo que é necessário «promover a valorizar o que temos». E ao divulgar «incentivamos as pessoas a visitar a região e, com isso, a desenvolverem a restauração, as actividades económicas e outras», afirmou o autarca de Penacova.O presidente da ADESA entende que esta é uma região que, do ponto de vista económico «pode ser muito atractiva», mas tal como em muitos outros casos, «muitas vezes desvalorizamos em demasia o que é nosso».Lutando contra esta «desvalorização», cinco concelhos (Arganil, Oliveira do Hospital, Penacova, Tábua e Vila Nova de Poiares) estão a desenvolver a Rota do Vale do Alva para, em conjunto, promover todas as riquezas naturais e edificadas desta região. Ontem, durante o encontro, o grupo de trabalho do Turismo – Plano de Acção Rural do Vale do Alva deu a conhecer esta rota que, dentro de dois meses, estará disponível em todos os postos de turismo das câmaras envolvidas, nos principais pontos de paragem e nas regiões de turismo. Trata-se, segundo Luís Rodrigues, técnico de turismo da Câmara Municipal de Penacova e membro do grupo de trabalho, de um guia para o viajante onde se dão a conhecer os roteiros possíveis, o que há para visitar, os cinco concelhos e as 30 freguesias localizadas no Vale do Alva, bem como o roteiro gastronómico, de alojamento, entre outras temáticas relacionadas com a região e com o turismo sustentável que se pretende. Em suma, uma forma de «conhecer o Alva de uma forma integrada», explicou Luís Rodrigues. Ver o Alva de “uma dimensão diferente”.Durante a sua apresentação, Luciano Lourenço deu algumas pistas para desenvolver ainda mais esta Rota e defendeu, por várias vezes, a instalação de painéis de sinalização indicando o que é possível ver e, no fundo, «contando a história» da região. Segundo este professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra há um sem número de áreas a explorar que vão muito além «das plantas e dos animais» que existem. É possível «ver o Alva de uma dimensão diferente», afirmou, destacando, por exemplo, o património astronómico, que nesta região tem excelentes condições para se desenvolver, ou o vasto património geológico que, na maior parte dos casos passa despercebido. «Muitas vezes olhamos para as pedras como meras pedras, mas se tentarmos perceber o que elas têm para nos dizer será muito diferente», afirmou, exemplificando com a “Raña de xisto” (relíquias de xisto na freguesia de Folques) ou as falhas geológicas da Lousã, Góis e Arganil ou os morouços de pedras lavadas das lavarias de exploração do ouro no rio Alva em Mucelão, Moura Morta e Ponte de Mucela. Os vales resultantes dos sucessivos encaixes também podem ser explorados, percebendo «como se formou e evoluiu todo esse Vale do Alva», assim como todo o restante património paisagístico, desde o vegetal, animal às vistas panorâmicas. «Há aspectos deliciosos da paisagem que podem ser explorados com as necessárias estruturas de apoio», afirmou, dando ainda novos exemplos, como o som (do vento, dos ribeiros e dos pássaros), o ar e a água, ambos «de grande qualidade», assim como o património edificado e cultural de cada uma das vilas e aldeias. O colóquio “Turismo, património e desenvolvimento – uma oportunidade para o Vale do Alva” foi uma iniciativa promovida pela ADESA, em parceria com a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital. Durante o encontro foram ainda apresentados os temas “Turismo de Natureza”, “O potencial do turismo cinegético” e “A pesca desportiva”.l

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