Um monumento em homenagem aos pilotos que há 50 anos morreram tragicamente num acidente de aviação vai ser domingo inaugurado, em Vila Nova de Poiares. No momento da inauguração, quatro F-16 vão sobrevoar a zona do acidente
Foi há 50 anos que o maior acidente de aviação da Força Aérea Portuguesa ocorreu na Serra do Carvalho, em Vila Nova de Poiares. Oito dos doze aviões a jacto F-84 dos vindos da Guerra da Coreiaque seguiam em direcção à base da Ota, para as celebrações do 2.º aniversário da Força Aérea Portuguesa (FAP) despenharam-se na Serra do Carvalho, tendo morrido os oito pilotos que conduziam os aviões.
Meio século depois, o povo mandatou o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, para que em parceria com a FAP, inaugurar um monumento em homenagem aos pilotos.
Uma forma de assinalar, marcar e manter viva a memória histórica do acidente ocorrido naquela serra do Carvalho.
Passados 50 anos,todos os elementos deste concelho e que pertenceram à Força Aerea, quer tecnicos especialistas quer paraquedistas, quer pilotos, não podíam deixar de lembrar o dia, e a lembrança é uma homenagem séria, com muito respeito pelos jovens O monumento, a localizar numa nova rotunda de Vila Nova de Poiares, é constituído por oito colunas metálicas encimadas com ?asas?, representando cada um dos aviadores que perdeu a vida no trágico acidente, o maior da FAP em termos de aviões envolvidos. A obra é da autoria dos arquitectos da FAP, cabendo à autarquia criar as infra-estruturas necessárias à colocação do monumento. A inauguração, a ter lugar às 15h00 de domingo, será marcada pelo descerramento de uma placa, altura em que o local será de novo sobrevoado por quatro aviões F-16. Presentes nestas que são também as cerimónias da Força Aérea, está o Chefe de Estado Maior da Força Aérea, o general Taveira Martins, bem como outros oficiais generais e instituições representativas do concelho de Vila Nova de Poiares.
À semelhança dos anos anteriores, a data será também assinalada com a já habitual missa de acção de graças e sufrágio pelos mortos da Força Aérea, na Serra do Carvalho, local onde já existe uma capela em honra de Nossa Senhora do Ar e um monumento, ambos construídos pela autarquia de Poiares. A missa, a ter lugar pelas 11h00, terá caracterização militar, com um terno de clarins a executar vários toques nos momentos mais marcantes da cerimónia. Após esta celebração serão depositadas algumas coroas de flores no monumento que existe no local, altura em que ocorrerá uma passagem aérea com quatro aviões F-16, que executarão a manobra ?Missing Man?, significando ?aquele que não voltou da missão?, tal como aconteceu a 1 de Julho de 1955.
O maior desastre da Força Aérea
Eram 10h00 quando tudo aconteceu. Oito dos doze aviões da Força Aérea comandados pelo capitão Rangel de Lima, despenharam-se na Serra do Carvalho, em Vila Nova de Poiares. Dirigiam-se para a Base Aérea da Ota para as comemorações do 2.º aniversário da Força Aérea Portuguesa. A formação voava do Oeste para Leste, seguindo o curso do Rio Mondego, conforme noticiou na altura o Diário de Coimbra. Oito F-84 não chegaram ao destino e, segundo relatos da altura, os aviões embateram na Serra do Carvalho, tendo os oito pilotos morte imediata.
A notícia teve forte destaque, fruto da gravidade do acidente, o maior do mundo, em termos de meios aéreos envolvidos. A população ficou em estado de choque e de imediato começaram as romarias ao local. Os destroços dos aparelhos tombados e desfeitos começaram a surgir na nossa frente, em área de muitas centenas de metros, relatava-se na altura, descrevendo o cenário da catástrofe composto por muitos destroços dos aparelhos que alcatifavam a zona trágica. Populares da aldeia do Carvalho descreveram como os factos se teriam passado, tendo alguns deles afirmado que seria a "névoa" que envolvia a Serra do Carvalho que teria provocado o acidente.
Perderam a vida no acidente o tenente António Albino da Rocha Moz, José Nobre Guerreiro Bispo, Henrique Ferreira Pinto Orwell, Fernando Ventura Pinto, Fernando da Silva Santos, António Carvalho, Dinis Lopes Alves Martins e Danilo Martins da Fonseca. O capitão Rangel de Lima, que comandava a formação, e mais três pilotos que pilotavam os restantes quatro aviões ?escaparam? ao acidente.
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