O perigo de incêndios no próximo Verão e a falta de estratégia para os evitar é uma das preocupações dos bispos católicos da zona Centro, que emitiram uma mensagem sobre esta matéria.
«Um novo Verão se aproxima e não podemos deixar de manifestar a nossa preocupação em relação ao futuro», consideram os bispos, salientando que «os incêndios não são um fatalismo» mas «as desgraças depressa se esquecem, os novos cuidados podem retardar e as mentalidades de muitos, marcadas pela rotina, mudam vagarosamente».
Os bispos apelaram aos párocos para que «esclareçam as populações e as incentivem a estar atentas e colaborantes», recomendando ainda a «sua inscrição nas associações dos bombeiros locais e noutras que defendem o património em todas as suas expressões e riqueza».
Após uma reunião, os prelados das Dioceses de Aveiro, Coimbra, Guarda, Leiria-Fátima, Portalegre e Castelo Branco e Viseu manifestaram a sua preocupação sobre a situação do país.
Grande parte destas dioceses «foi de novo atingida e martirizada pelos numerosos e violentos incêndios que assolaram o país» no Verão passado, salientaram os bispos, embora elogiando «os gestos de solidariedade» depois desta vaga de fogos.
Para os prelados, as «precauções desejadas e procuradas, têm de chegar a tempo, ser operativas e envolver, de modo responsável, os proprietários das florestas, os serviços do Estado com os seus técnicos e mais formas de apoio, as associações de bombeiros, as populações, as autarquias e outras instituições do meio».
Nesse sentido, os bispos do Centro subscrevem as propostas de maior organização dos proprietários florestais, promovendo uma melhor gestão do território e a «limpeza das matas» ou a «abertura de caminhos», em acções que poderão «evitar ou minimizar o risco de novos incêndios».
«Há causas conhecidas e condições propícias aos incêndios, que se podem acautelar e precaver, em tempo próprio. É um dever fazê-lo sem demora», referem os prelados.
No combate às chamas, os bispos defendem uma articulação das autoridades com a população local em harmonia, com respeito dos conhecimentos práticos e técnicos de cada um.
«A resposta de acções técnicas, meios adequados e medidas legislativas, compete aos poderes públicos, que não a podem retardar», nota o documento.
«Prevenir os incêndios, promover a florestação e defender a floresta é contribuir para o bem das pessoas, das populações, do país e da humanidade».
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