segunda-feira, abril 11, 2005

GOIS - Cabeças ameaça concorrer como independente

Mais um a dar com os pes no grupelho da Distrital de Coimbra.

Vai ser bonito vai.... se Jorge Coelho não põe mãos nisto e não corre já com eles....ha-de assistir à derrocada na zona Centro.

José Cabeças quer que o PS se defina, em termos distritais e nacionais relativamente ao candidato à autarquia de Góis e, caso se mantenha o nome de José Girão Vitorino, está disposto a bater com a porta, abandonar o Partido Socialista e avançar com uma candidatura independente

No mesmo dia em que Girão Vitorino apresentou a sua recandidatura à Câmara Municipal de Góis, José Cabeças, presidente da concelhia socialista e também presidente da Assembleia Municipal local, esticou a corda e, no limite, ou o Partido Socialista, a nível concelhio, distrital e nacional toma posição relativamente a tudo isto ou Cabeças mostra-se com vontade de virar costas ao PS e disposto a avançar com uma candidatura independente à autarquia de Góis.
A candidatura ontem apresentada, à revelia da concelhia, presidida por José Cabeças, é uma das razões apontadas para este mal-estar.

Estou propositadamente alheado deste processo, afirma o candidato a candidato à Câmara de Góis, instado a disponibilizar-se para a autarquia pelo intitulado Movimento Cívico de Apoio à Candidatura de José Cabeças à Câmara Municipal de Góis, que ontem já tinha reunido 590 assinaturas num universo de 4.800 habitantes.

Se não houver uma reacção consentânea, de acordo com os princípios que defendo e dos princípios internos do partido, que a democracia interna funcione
, tenho de perceber por quem estou rodeado e se todo o processo continuar a ser conduzido à minha revelia, se, no limite, perceber que andei enganado, então não há partido algum que esteja acima da minha dignidade e vou-me embora, afirma José Cabeças.
Sublinhando que não tem dado passo algum sem ter dado prévio conhecimento à Federação Distrital, José Cabeças disse ontem que também o coordenador nacional das autárquicas, Jorge Coelho, já foi informado desta sua tomada de posição.
Sobre o acordo assinado em Fevereiro do ano passado relativamente à recandidatura de Girão Vitorino, Cabeças entende que pressupõe um conjunto e itens que não foram cumpridos «e não fui eu que os não cumpri», afirma, considerando que desse cumprimento estaria dependente o seu apoio à recandidatura do actual presidente, seu ?vice? no último mandado que cumpriu à frente da autarquia de Góis, de onde saiu para liderar a Administração Regional de Saúde do Centro. «Não estavam previstas perseguições aos vereadores, ou a instituições a que estou ligado, como a ADIBER e a Santa Casa da Misericórdia», afirma.
Crítico relativamente à actuação de José Girão Vitorino, Cabeças afirma que «a energia que move o presidente da câmara é a energia da perseguição e entende que o maior e mais poderoso sinal de vontade de mudar é protagonizado pela população que, do nada, fez nascer um movimento cívico que, num espaço de tempo recorde, reuniu quase 600 assinaturas de apoio à sua candidatura à Câmara.
Chegou-se a um limite e não há partido nenhum que esteja acima da minha dignidade e se perceber que andei enganado estes anos todo então saio, afirma peremptório.

Não posso acreditar que o partido aceite um projecto em que o número um anda zangado com o número dois e não falem com o número três.
Não posso aceitar que os partidos políticos simplesmente acolham indivíduos que pelas suas competências próprias nunca chegariam a estes lugares, adianta, cáustico, José Cabeças, que aponta o dedo ao actual presidente da autarquia, mas é ainda mais crítico relativamente ao vice-presidente, acusando-o de estar a destruir o PS.
Afirmando-se defensor dos valores da solidariedade, do desenvolvimento e de um partido ao serviço das pessoas e não de meia dúzia de pessoas e interesses instalados, José Cabeças equaciona abandonar o PS e avançar com uma candidatura independente suportada pelo Movimento Cívico.
Tanto quanto sei o movimento está a oficializar-se, tem uma comissão executiva e não vai parar», afirma. «Estou à espera de ver até onde vai o PS e se o PS não for até onde entendo que deve ir, tirarei as minhas conclusões», adianta Cabeças, sublinhando que «Jorge Coelho tem uma resposta para me dar».

Victor Baptista empenhado em demover Cabeças

Sou amigo pessoal de José Cabeças há muitos anos, tenho por ele o maior respeito, considero-o um bom quadro do PS, preparado para ocupar qualquer lugar, dentro do PS e não só, e espero ter a capacidade de o convercer a não fazer isso.
Palavras de Victor Baptista, a propósito da eventualidade de Cabeças avançar com uma candidatura independente em Góis.
Considerando que a questão de Góis é muito complexa e delicada, o presidente da Federação do PS de Coimbra lembra o acordo firmado em Fevereiro do ano passado, bem como o processo de avocação de candidaturas aprovado por larga margem pela Federação.
«Espero que esta tempestade passe e consiga convencer José Cabeças a não avançar para essa situação», disse ainda, crente que o responsável da concelhia do PS de Góis não falou com Jorge Coelho.
«Vou falar com José Cabeças e com Jorge Coelho», afirma, disposto a dar o ?tudo por tudo? no sentido de ultrapassar esta «radicalização de posições» por parte do também presidente da Assembleia Municipal de Góis. Ele esteve na Câmara enquanto quis e apoiou Girão Vitorino, então seu número dois. Não percebo o porquê de tudo isto, desabafa Baptista, que assume como linha mestra para as próximas autárquicas a necessidade do PS conquistar câmaras.
Em 2001 tínhamos nove câmaras e agora temos cinco, lembra, para sublinhar a necessidade de ganhar território e colocar os interesses do PS acima dos interesses pessoais.Logicamente e todos pensam que o PS não vai ganhar Câmaras com pessoas assim à frente como Victor Baptista. Em Coimbra vai ser um desastre se este se candidatar tambem.
Aceitarei todas as sugestões da direcção nacional e nunca colocarei em causa o que a direcção nacional entender ser melhor para o PS. Gostaria que os meus camaradas, presidentes de concelhias, aceitassem as regras do jogo e a regulamentação estatuária que está consagrada como eu aceito, disse ainda o presidente da Federação.

Mas será que a direcção nacional sabe exactamente o que se passa na distrital de Coimbra? Jorge Coelho anda muito distraido. Em Coimbra só a lei da vassourada resolverá os problemas do PS....e já agora, tambem os do PSD.

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