Quem manda, manda - Jaime Soares não aplicará multas.

O autarca poiarense garantiu que não aplicará multas aos autores de queimadas quando sentir que estas “não são feitas com intenção de prejudicar alguém”.

O presidente Jaime Soares não gostou das palavras “inconsequentes e incorrectas” do governador civil, Henrique Fernandes, e do comandante distrital de operações, António Martins, sobre o facto das autarquias perdoarem os autos relativos a queimadas e a falta de limpeza. Na sessão, que teve lugar no início da semana na Lousã, os dois responsáveis defenderam o sancionamento dos infractores, já que “as câmaras municipais, a quem compete aplicar a multa, acabam por não o fazer”. O comandante distrital disse mesmo que “a não execução das coimas não faz sentido”. Já Henrique Fernandes mostrou–se nesta reunião favorável a que esta competência, como acontecia antes, regresse aos domínios dos governos civis. Para o autarca poiarense, “o senhor governador civil está ávido de dinheiro” e, como representante do Governo no distrito, “tem de medir bem as suas palavras”. Jaime Soares pede mesmo “respeito” para quem é eleito pela população, “o que o senhor governador não sabe o que é”. Já em relação a António Martins, “não é mais do que a voz do patrão”.E garante: “os presidentes de câmara cumprem a lei”. Jaime Soares recorda que os autos levantados no seu concelho aconteceram todos “em épocas onde era possível serem licenciadas as queimadas”. “Muitas pessoas do nosso espaço rural mal têm dinheiro para comer e vivem do pequeno rendimento obtido da terra. Daí eu questione: estas pessoas que fazem as queimadas para acabar com as ervas daninhas devem ser tratadas por repressão ou com o sentido dissuasor de esclarecimento e informação”.