quinta-feira, março 04, 2004

MIRANDA DO CORVO– Semide quer Academia da verdadeira chanfana.....

O seu a seu dono, segundo o presidente da Junta de Freguesia

Semide assume-se não como a capital da chanfana, mas como o “berço” da verdadeira chanfana. E para o provar, “serve-se” da história e das lendas por ela alimentada. Certo é o facto do presidente da Junta de Freguesia estar já a estudar o estatutos da futura Academia da verdadeira chanfana de Semide.
O presidente da Junta de Freguesia de Semide está a estudar a hipótese de avançar com a criação de uma Academia da Chanfana. Em declarações, João Carvalho garantiu que “a verdadeira chanfana é oriunda de Semide” e que por isso, está já a elaborar um projecto de estatutos para a criação da Academia da verdadeira chanfana de Semide”.
E a história parece dar razão ao autarca. Embora com várias versões, sabe-se ao certo que a vila de Semide é referida no século XI como propriedade de D. Anião da Estrada, um fidalgo asturiense que tinha três filhos que decidiram construir um mosteiro para acolher monges beneditinos. No entanto, o mosteiro viria a receber freiras, ainda no século XII, nomeadamente as netas de S. Anaia de Estrada.
E foram estas freiras que ficaram ligadas à história da freguesia e da região, mas também, às lendas que entretanto foram nascendo. “E uma delas – conta João Carvalho – diz que aquando das invasões francesas, o povo envenenou as águas para matar os franceses. Mas como tinham de comer, passaram a cozinhar a carne com o vinho da região”.As lendas não se ficam por aqui. Mas todas elas acabam por “colocar” a invenção da receita da chanfana na cozinha do Mosteiro de Semide e, por isso, nas mãos das freiras.
Mas há mais. Respondendo, ou melhor, dando uma acha para a fogueira que divide as autarquias de Vila Nova de Poiares (onde existe a Confraria da Chanfana) e de Miranda do Corvo (onde foi criada a Confraria da Cabra Velha) quanto à origem da chanfana, o autarca garante que “a verdadeira chanfana não é feita de carne velha, nem leva salsa ou toucinho”. “A verdadeira chanfana nasceu em Semide e ainda hoje se confecciona aqui”, reforçou. Adiantando que não lhes interessa entrar numa qualquer guerra, o autarca sublinha que Semide não quer ser nem capital nacional nem capital universal da chanfana, simplesmente porque “ela é o berço da verdadeira chanfana”.
O presidente da Junta de Freguesia de Semide reconhece que a chanfana é um prato confeccionado um pouco por toda a região Centro, mas em Semide ela é genuína “e onde vale a pena ir para descobrir o verdadeiro sabor”.
Quanto à Academia, João Carvalho reconhece que são aquelas que “ditam” e transmitem o verdadeiro conhecimento e sabedoria. “E como já existem duas confrarias a chamarem a si o berço de um dos pratos mais procurados e apreciados nesta região, considero que nada melhor do que chamar Academia da verdadeira chanfana de Semide à nossa entidade”, considera.



3 comentários:

Anônimo disse...

concordo prefeitamente com o sr presidente da junta

Unknown disse...

Foi necessário que Jaime Marta Soares "abusivamente" chamasse a Poiares, a origem da chanfana, para que os Mirandenses acordassem.Poiares tem sem duvida muita coisa boa, inclusive terá também cabras, mas o seu a seu dono.

Unknown disse...

Foi necessário que Jaime Marta Soares "abusivamente" chamasse a Poiares, a origem da chanfana, para que os Mirandenses acordassem.Poiares tem sem duvida muita coisa boa, inclusive terá também cabras, mas o seu a seu dono.A propósito, a academia ainda existe?