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domingo, novembro 07, 2004
Concelhia do PS sem confiança no vereador Paulo Penedos
Foi um Paulo Penedos incomodado o que ontem confirmou ao Diário de Coimbra que a Concelhia socialista de Vila Nova de Poiares lhe retirou a confiança política. Incomodado pela argumentação da decisão - "ser uma oposição demasiado branda perante o executivo liderado pelo social-democrata Jaime Soares" -, pela dedicação pessoal que tem exigido o mandato de vereador e, também, por ser uma medida contrária aos valores que entende ser fundamento do socialismo.
Convocado pela primeira vez em um ano para uma reunião de Concelhia, órgão a que pertence por inerência, Paulo Penedos foi informado na noite de sexta-feira que lhe havia sido retirada a confiança política, por o secretariado considerar «demasiado branda» a sua performance autárquica.
Paulo Penedos discorda frontalmente desta apreciação e, em declarações ao Diário de Coimbra, observou "a oposição elevada que se tem feito no executivo municipal de Poiares", e não truculenta.
Já a Concelhia, na apreciação que faz, afirma que os vereadores do PS (o outro é o independente Armando Pimentel) revelam "alta de sintonia entre si, mas "sintonia com a maioria social-democrata no executivo municipal, evidenciando falta de solidariedade com o Partido Socialista».
O órgão do PS, presidido por Telmo Ferreira, recorda ainda que no final do primeiro mandado o vereador Paulo Penedos comprometeu-se a virar uma página, afirmando que o ano de benefício de dúvida, por parte dos vereadores socialistas, tinha chegado ao seu termo". Nos dois anos seguintes "manteve-se a concordância com a maioria social-democrata», conclui a Concelhia, ao justificar a decisão de retirar a confiança política a Paulo Penedos e a advertência ao vereador Armando Pimentel, onde o convida a manifestar cooperação com o PS.
Paulo Penedos confirma que houve uma votação favorável, em início de mandato, do Plano de Actividades e do Plano Plurianual de Investimentos, precisamente por «benefício de dúvida» de quem entra, mas contrapõe com as votações contra as taxas mais altas de contribuição autárquica e de derrama. Quanto às obras particulares, os vereadores do PS têm votado favoravelmente, por considerarem que não são assuntos de exclusiva gestão política municipal e porque, segundo Penedos, o impedimento destes actos poderia ter o efeito perverso de levar a maioria social-democrata a acusar os socialistas de impedirem o progresso das pessoas de Vila Nova de Poiares.
Recusando aceitar a decisão, Paulo Penedos vai esperar pela próxima reunião da Comissão Política Distrital, liderada por Fausto Correia. Até porque, argumenta, a retirada de confiança é um instituto estatutário do PS que só pode ser accionado em caso de incumprimento de deveres ou de uma decisão política, por exemplo da Concelhia. Mas, argumenta, a Concelhia nunca delineou comigo qualquer estratégia. O presidente só me telefona a pedir dinheiro para a renda da sede. Não é este o PS que conheço, enfatiza.
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