sexta-feira, dezembro 26, 2003

E tudo o vento levou... e nada nos querem devolver......




Assim é Coimbra...assim é a zona Centro...assim foram e são os nossos políticos cá do burgo.
A sua pouca qualidade....deu nisto.

Depois dos encerramentos do Centro de Medicina Desportivo; do Museu da Ciência e da Técnica; do ICERR – Instituto para a Conservação e Exploração da Rede Rodoviária; da Direcção Regional do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento; da Direcção Regional do IND – Instituto do Desporto; da desarticulação do Centro Regional de Segurança Social, chegou a vez do sector das telecomunicações e energia.

As empresas: Portugal Telecom, EDP, TV Cabo e CTT, inseridas em sectores estratégicos das comunicações, telecomunicações e da energia, grandes empregadoras a nível nacional e distrital tem vindo progressivamente a concentrar os seus serviços em Lisboa reduzindo em Coimbra a qualidade do serviço prestado.

A PT de empresa líder na inovação tecnológica e no volume de investimento, que digitalizou a rede fixa e a transformou numa das mais avançadas da Europa passou a ser uma empresa mais preocupada com os mercados financeiros privilegiando o mercado bolsista em detrimento do investimento no sector real da economia. A qualidade do serviço deteriorou-se, o serviço telefónico e a reparação de avarias regrediu significativamente. Há cerca de quinze dias na zona de Madeira-Oleiros, o serviço fixo telefónico ainda não estava reposto depois dos incêndios em Agosto terem interrompido as comunicações. A PT não investe para servir e esquece-se do princípio e necessidade do serviço universal. Na década de 90, em Coimbra, a PT chegou ao nível dos recursos humanos a ter 625 efectivos dos quais 104 eram quadros superiores. E actualmente apenas são 104 dos quais 51 são quadros superiores. Tudo tem sido transferido para Lisboa, foi destruído o Centro de Telecomunicações Avançadas, bem como o auditório de videoconferência. Coimbra é o terceiro mercado de telecomunicações do País, mas entretanto já saíram ou foram extintos os seguintes serviços em Coimbra: Os serviços de contabilidade; os serviços de gestão de fundos; os serviços de gestão de pessoal; os serviços jurídicos; os serviços de aprovisionamento; os serviços de apoio; os serviços de informação; e a desarticulação da direcção operacional. Aliás, a venda do Governo da rede fixa à PT por necessidades orçamentais, gostaríamos com toda a certeza de conhecer se a propriedade ainda é da PT ou se já teria sido alienada aos investidores estrangeiros.

A liquidação da TV Cabo Mondego em Coimbra é também um caso paradigmático. Muito interessante seria esclarecer-se se estas empresas teriam ou não recebido fundos para os seus investimentos na base da sua aplicação em zonas desfavorecidas.

Os CTT – Correios de Portugal S.A., também vêm deteriorando o seu serviço e hoje já nos vamos habituando aos seus atrasos, já nem o correio azul é entregue no dia seguinte. Nesta empresa vem-se assistindo à redução dos seus efectivos. Por exemplo: No Centro de Tratamento de Taveiro há uma redução drástica dos efectivos muito para além da descida de tráfego estimada em cerca de 7%, enquanto a empresa reduziu entre efectivos e contratados cerca de 12%. Ainda recentemente transferiram para Lisboa os serviços de contabilidade nos quais trabalhavam cerca de 28 funcionários. E já preparam o encerramento dos serviços de informática no qual trabalham 10 funcionários. A tudo isto acresce a curto prazo o encerramento de mais dezasseis postos dos CTT ao longo do Distrito.

A reestruturação destas empresas tem determinado um crescente esvaziamento dos serviços existentes em Coimbra e a coberto de uma lógica de redução de custos, tem vindo sistematicamente a encerrarem serviços, a concentrá-los em Lisboa e simultaneamente a degradarem o serviço prestado. Tudo isto feito na maior das descrições e sem ondas.

Bem sabemos que o Estado em algumas destas empresas já não é o principal accionista, no entanto, cabe-lhe o papel regulador tendo em vista a manutenção da coesão social do País, porque esta política de concentração não é benéfica para o todo nacional e as empresas também deveriam desempenhar um papel social.
É caso para recordar: E tudo o vento levou... e ainda por cima nada nos querem devolver... nem sequer colocaram em funcionamento em Coimbra, a Direcção de Conservação do IEP, que este Governo aprovou e que consta do diploma que extinguiu o ICERR e criou o Instituto de Estradas de Portugal. Que estes exemplos sirvam para reflectir e contribuam para arrefecer os mais entusiastas que pretendem privatizar a saúde.

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