A casa cor-de -rosa voltou a merecer a atenção das autoridades policiais, por suspeita dos crimes de lenocínio e apoio à emigração ilegal. Os proprietários foram detidos pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR da Lousã e foram libertos depois do pagamento de 35 mil euros de caução
Os elementos do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da Lousã procederam, na passada quarta-feira, a mais uma busca ao estabelecimento comercial "Bom Regresso". Em causa está um complexo que oferece serviços de restaurante, café, discoteca e diversão e onde não faltava, também, um espaço dedicado à prostituição, com "meninas" oriundas de países estrangeiros.O estabelecimento comercial, conhecido como ?casa cor-de-rosa?, fica na localidade de Ribeira da Igreja, freguesia de Espariz, no concelho de Tábua e a prática continuada de actividades relacionadas com a prostituição levou a mais uma intervenção do NIC, que desta vez resultou na detenção de três pessoas, um casal e o filho, proprietários do Bom Regresso.
Os agentes procederam, ainda, à identificação de duas cidadãs brasileiras e uma romena, que se encontravam em situação de permanência ilegal no país e que terão de sair de Portugal no prazo de 20 dias.
Os proprietários foram ontem ouvidos, logo ao princípio da manhã, no Tribunal de Instrução Criminal de Tábua e encontram-se em liberdade depois de procederem ao pagamento das cauções ditadas pelo juiz. Para além de cauções, o tribunal obrigou os três suspeitos a apresentarem-se diariamente no posto da GNR de Tábua.
Refira-se que esta foi a segunda operação, desencadeada no curto espaço de sete meses, pelo Núcleo de Investigação Criminal da Lousã. Com efeito, em princípio de Junho do ano passado,foram identificadas oito mulheres, sete brasileiras e uma colombiana, que se dedicariam a prostituição, e se encontravam em situação ilegal no país. As autoridades apreenderam, ainda, à semelhança do que aconteceu agora, produtos relacionados com a prática da prostituição, nomeadamente cerca dee 300 kits de lençóis descartáveis, uma grande quantidade de preservativos (cerca de meio milhar), bem como dois mil contos em dinheiro e ainda dois computadores.
A GNR apreendeu ainda uma arma de calibre 6.33 mm, uma carrinha viciada (com o número de chassis alterado) e quatro auto-caravanas, também elas viciadas.
A intervenção efectuada durante a tarde de quarta-feira demonstra que, apesar do alerta das autoridades, a casa cor-de-rosa não deixou de funcionar como um espaço conotado, em toda a região com a prática da prostituição.
A família proprietária do estabelecimento tem, também, um longo historial relacionado com o negócio da prostituição, que terá começado na estrada e, anos mais tarde, terá permitido à família (que não é oriunda da freguesia) a construção da casa cor-de-rosa.
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