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quinta-feira, janeiro 05, 2006
SEMIDE - Deve manter Torre do Convento
O Prof.José Luís Lopes Brandão está contra a possibilidade de se proceder à demolição da torre sineira existente junto ao Convento de Semide. Considerando que a política do purismo demolidor já está ultrapassada, o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra defende que uma solução tão radical» carece, no mínimo, de uma consulta aos habitantes locais
O Pof.Lopes Brandão, natural e residente em Semide, defende que a torre sineira localizada junto ao Convento da localidade, que remonta ao século XII, não deve ser demolida, pois criaria um vazio.
Estas declarações surgem na sequência de um artigo publicado na imprensa diaria, no qual o historiador do Gabinete Técnico Local de Miranda do Corvo defendia, a título pessoal, a demolição da torre, sustentando a sua posição com um parecer de , do Prof.Pedro Dias.
Emitido em 2002 para a Comissão Fabriqueira da Igreja de Semide este parecer não pode deduzir, sem mais, uma demolição. Tal método, além de muito controverso, parece perigoso: se enveredarmos por esse caminho, arriscamo-nos a não saber onde parar.
No documento, o catedrático de História de Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e ex-director da Torre do Tombo, Pedro Dias defendia o derrube da torre para não comprometer uma leitura mais correcta da igreja e do mosteiro, e dar uma maior dignidade ao local».
Para Pedro Dias, que foi consultor da Direcção-Geral dos Monumentos Nacionais quando do restauro da igreja do mosteiro, na década de 90, aquela construção não só não tem interesse estético como também é atentatória da harmonia do conjunto.
Em anteriores declarações, António Rodrigues defendeu a título pessoal esta posição, referindo que historicamente aquela construção não tem interesse nenhum, para além de esconder uma leitura correcta da fachada do convento.
A demolição é demasiado definitiva: representa um corte físico e psicológico. Para além do desrespeito pela obra dos nossos antepassados, se nos arrependermos (nós ou os vindouros) será tarde, sublinha José Lopes Brandão.
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