sábado, setembro 30, 2006

A CRISE DO ESTADO

O Estado está a rebentar pelas costuras. Abandonado anos a fio ao pasto de todos os interesses com total impunidade, revela-se agora sequestrado por eles aos vários níveis de decisão e de confusão de funções e de papéis institucionais dos titulares dos poderes.
Governado com base na regra da infinitude dos recursos, dá-se agora conta que não se pode gastar continuamente o dinheiro que não se tem e decidiu amputar despesa. Por todo o lado se ouve que há menos do que havia e que para o ano se vai ter de gastar menos do que se gastava.

Como se chegou aqui? Através da irresponsabilidade sucessiva de políticos despesistas, sem capacidade de reforma e sem vontade de arriscar um projecto nacional com o poder que democraticamente obtiveram. No íntimo todos os governantes sabiam que o paraíso não seria eterno. No cérebro tudo ajustavam para que tivesse de ser o sucessor de cada um a dar a notícia e, sobretudo, a cometer o delito de fechar a torneira. No interim, foram gerindo os interesses, o melhor que podiam e sabiam, para garantir a eleição para o partido e a sua sobrevivência pessoal num retiro dourado no futuro.
Não existe um sector da vida pública que viva à margem deste ambiente. Poder político, poder económico, poder judicial, poder desportivo, poder mediático, poder religioso. Todos eles estão em profunda crise, ou de credibilidade, ou de valores, ou económica. A novidade não está na crise, que sempre existiu de vez em quando. A novidade está na simultaneidade. A sociedade, que pode ser interesseira mas não é burra, percebeu a situação e retribui com a indiferença. A indiferença cívica de que muitos se queixam, mas que outros continuam a aproveitar para fazer negociatas, salvaguardar interesses privados, confiantes que passam por entre os pingos da chuva.

Subitamente, depois de termos sido preparados com método, ciência e paciência pelos socialistas ditos pragmáticos para anos a fio de tanga (?o pior está para vir? era o título de uma entrevista de José Sócrates, poucos meses atrás, no Expresso, lembram-se?), parece que lentamente se está a reinstalar nova fase da nova ilusão do oásis. Umas décimas aqui, umas décimas ali, e como por encanto parece que os problemas se dissolvem no papel de jornal que anuncia as estimativas e as projecções. Até o petróleo está a baixar. Fácil demais para quem mostrou tanto afã em anunciar dificuldades.
Eu não acredito que ?isto? já está resolvido. E o pior que podia acontecer ao país é que se convencesse disso. O perigo aumentará à medida que se for aproximando a data das próximas eleições. Mas a verdade é esta: nenhuma das causas da crise do Estado está resolvida.

5 comentários:

Anônimo disse...

Será que em Poiares o presidente é despesista?
Quem paga a chanfana? E o Poiarito?

Anônimo disse...

HOJE DIA 5 DE OUTUBRO E SEMPRE
VIVA A REPÚBLICA !
VIVA A DEMOCRACIA !
ABAIXO A LADROAGEM, OS CORRUPTOS, OS VENDIDOS, OS OPORTUNISTAS, OS CARREIRISTAS !
VIVA A GENTE SÉRIA DESTE PAÍS !
SEMPRE !

ZÉ TESO (mas honrado)

Anônimo disse...

oh Ze teso dedica-te à chanfana

Anônimo disse...

oh ze da massa tu queres é chanfalho no lombo, a doer.
Faz-te à vida pá.

Anônimo disse...

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lolikneri havaqatsu