Carta aberta ao presidente da Câmara de Poiares.
Uma carta de Francisco Andrade, o competente e importante Presidente de Junta de Freguesia de Santo Antonio dos Olivais em Coimbra.
Não faria qualquer comentário à entrevista do senhor Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, de quem sou amigo há muitos anos, se não fora o não poder dissociá-lo do lugar que ocupa como Presidente da Distrital do Partido. Eu sei que o raciocínio do senhor Presidente tem a lógica de quem governa uma autarquia que cabe num bairro da minha Freguesia, e como tal, analisa o trabalho das mesmas a essa dimensão, mas isso não justifica tudo...É natural que dado a realidade de Vila Nova de Poiares, onde o Senhor está a fazer boa obra, necessite de mais poder no Município. Poder financeiro, já que em relação às competências que cabem às suas Freguesias, não é credível que lhe estejam a roubar qualquer protagonismo.Quero acreditar que as pessoas que o leram não compartilharão da opinião que tem sobre o papel que as Freguesias desempenham. Principalmente aquelas que diariamente recorrem aos seus serviços, para verem resolvidos os problemas do seu quotidiano, ou para que estas os consigam levar a quem de direito para serem resolvidos. O Povo sabe bem onde encontra uma porta aberta e um rosto, assim como sabe dar valor às dificuldades que encontram sempre que pretendem expor os seus problemas e deparam com Secretárias, Assessores ou quejandos, ou quando os espera uma resposta programada vinda de um qualquer atendedor automático. As Freguesias não serão nunca um contra – poder dos altos interesses das Câmaras, mas bem pelo contrário uma desburocratização da máquina complexa de muitas delas e um serviço permanente em prol das populações. Não será pois, através da lógica da evolução tecnológica, que se possa justificar a sua extinção, até porque muitas já aderiram a esse bem. O contacto personalizado e directo entre eleito e eleitor, terá sempre o seu procedimento por excelência. Numa sociedade onde se está a perder a noção dos valores e dos direitos, numa fuga para a frente, é triste que mais uma vez se pretenda tirar do Povo aqueles que lhe estão mais próximos.
Permita-me senhor Presidente que o questione: Como reagiria Vª Exª, se na sua lógica do efeito tecnológico, onde assenta a sua tese, o Governo utilizasse o mesmo raciocínio e defendesse a substituição das Câmaras ou da sua anexação, sempre que os seus concelhos não tivessem um determinado número de habitantes?
Reafirmo a amizade que lhe tenho, mas não me leve a mal dizer-lhe que na vida há momentos infelizes e o senhor teve um deles...É que, como Presidente da Distrital, ficou em muito maus lençóis para num futuro próximo, lutar pela conquista dessas autarquias. Assumi com muita honra a presidência da maior Freguesia do Distrito de Coimbra e das maiores do País e orgulho-me da proximidade e do desempenho que prestamos à população de sessenta mil habitantes, sem que algum dia tivesse prejudicado as competências da Câmara Municipal de Coimbra.
9 comentários:
O Jaime está em roda livre. Não diz coisa com coisa.
Então esta da extinção das freguesias é uma atoarda monumental. Que teve a devida resposta do presidente da maior freguesia de Coimbra, que é PSD.
Se alguma credibilidade distrital ainda tinha perdeu-a de vez.
Não sei porque é que não se vai embora de vez.
Ele esquece-se de tomar os medicamentos e depois diz essas coisas
Ele tem razão, porque não se acaba com a junta de freguesia de Santo André? Pois apenas passa a licença para os cães e o dinheiro para a Câmara, o que está lá aquela gente toda a fazer? É só para levar os tostões ao fim do mês?
Oh Xico Andrade
Isto é mesmo a táctica 1-3-5-1.
Sempre ao ataque, parece a saudosa AAC.
Vamos lá a moralizar o poder local.
É preciso muito respeitinho pela autonomia e pelo trabalho das freguesias.
Apoio, apoio, apoio, isso sim.
Solidariedade também.
Atitudes hegemónicas nunca.
Portanto ... o Jaiminho que trabalhe na Cãmara em prol dos munícipes (para isso lhe pagam) e arranje a forma de trabalhar em conjunto com as freguesias, ajudando como a Lei obriga.
Cada macaco no seu galho.
O Concelho é um só, mas tem quatro freguesias.
A Democracia é isso mesmo.Lá por sermos do mesmo Partido, não implica que tenhamos que dizer amén a tudo!
Tenho o prazer de conhecer o Sr.Presidente da Junta de Freguesia de Santo Antonio dos Olivais e mais uma vez (não que precisasse)se confirma o quão é importante o trabalho de um Presidente de Junta de Freguesia (que é o caso do já referido).
Hajam mais homens e mulheres como ele, ajam, Presidentes de Juntas de Freguesia deste País, com o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de S.Antonio dos Olivais age.
Junta essa que tem mais eleitores que Poiares tem de habitantes.
"Acabar" com as Juntas de Freguesias? Acudam-nos Srs. Governantes! Vila Nova de Poiares entraria nun poço sem fundo...(já está à beira dele)
Parabéns Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Santo Antonio dos Olivais pela sua frontalidade, honestidade.
Lamento não votar na sua Freguesia mas quem sabe um dia isso não possa acontecer.
e porque não aproveitar a ideia e... acabar com as camaras e ficarem só as freguesias (com minico de eleitores). assim acabava a questão dum poder dentro doutro.
Para anonymous das 12:45 AM
Concordo plenamente!
Se por milagre isso um dia acontecer terão o meu total e incondicional apoio.
Felizmente temos Juntas de Freguesia com mais votantes que algumas Câmaras Municipais Juntas de Freguesias essas que "mostram" trabalho, progresso em TOTAL transparência.
Acabem mas é com ele e deixem as freguesias em paz. Se ele quer muito espaço mandem-no pra selva em Angola para geminar a Risca Silva com a terra do Belelé
"A certa altura, talvez na última dúzia de anos, surgiu em Coimbra uma geração de jovens políticos, frequentando os espaços partidários de um imaginário bloco central qu, de inegável capacidade intelectual, sonharam enriquecer depressa e à pressa. Foi-lhes dado, seguramente de boa fé, algum espaço de manobra e foi um desclabro. Gastaram mal rios de dinheiro do erário público, aqueles que por ali passaram. Estabeleceram cumplicidades e compadrios que encheram os bolsos dos amigos."
Editorial de Linho Vinhal no "Campeão das Províncias"
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