Não há um PSD, há dois. Se contarmos com o da Madeira, passam a três: o das «elites», o dos «populistas» e o do Alberto João. Contabilizando apenas os dois primeiros, já que o ilhéu funciona sempre como uma espécie de «partido-charneira», que negoceia e viabiliza lideranças, pode dizer-se que eles são inconciliáveis desde os tempos de Francisco de Sá Carneiro, o primeiro «populista» que perdeu metade do grupo parlamentar, o tal meio partido das «elites».
Com excepção de Cavaco, que os disciplinou à custa de mau feitio, duas maiorias absolutas e de muitos fundos comunitários, nunca estes dois partidos se respeitaram. Quando estão os marqueses da Linha no poleiro, guincham os entusiastas da carne assada e da chanfana; quando prevalecem os adeptos da bifana, sofrem os virtuosos fidalgos da laranjada. O que foi unindo esta gente, ao longo de trinta e quatro penosos anos de convívio, foi sempre o poder. Só por ele o partido aguentou Sá Carneiro, Cavaco, Barroso e Santana. E só quem for capaz de criar a ilusão de os voltar a pôr lá poderá «unir» o partido. Que linda figura de estilo esta de «unir o partido» e que lindo enterro lhes reserva o Partido Socialista de Sócrates.
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