terça-feira, janeiro 06, 2004

Parques de madeira ainda vazios..................


Inaugurados com pompa e circunstância pelo ministro da Agricultura, os parques de madeira pretendiam ser uma tábua de salvação para os produtores florestais que perderam as matas. O facto é que, passados alguns meses, estão quase vazios. Por exemplo, no parque de Proença está apenas a madeira ali depositada aquando da visita do ministro.

Isto está bonito....está.

"Lutar pensando"

Já antes, no programa "A Quatro Mãos", ouvira a excelente entrevista que Maria de Lurdes Pintasilgo concedera à jornalista Gabriela Canavilhas. A certa altura: "O poder, quando não é ditado por comerciantes de ideais, é o reconhecimento de uma enorme impotência". As palavras da engenheira recordavam que, quando primeira-ministro, viera a Oleiros debater a questão dos fogos florestais. Ouvira gente e autarcas e logo ali foi delineado um conjunto de medidas que respondessem, no plano técnico, a uma política preventiva. Desde à diversificação florestal à limpeza das matas. Assinara-se mesmo um protocolo com a Região Militar do Centro, quanto a este último aspecto. Tudo foi neutralizado. E, tantos anos depois, há um Agosto que mostra que nada foi feito. Oiço a engenheira Pintasilgo: "Cada governo parece nascer da crítica ao governo anterior". Mas foi bom ouvi-la dizer que a desilusão não deve conduzir ao demissionismo. "É preciso lutar pensando e levar mais longe o pensamento" e exigir "uma utopia susceptível de ser realizada". Quer dizer: "Outras formas de democracia, com mais conteúdo, onde todas as pessoas possam participar".

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