quarta-feira, julho 14, 2004

Donos de terras sem uso devem ser penalizados

O director regional de Agricultura da Beira Litoral, Leonel Amorim, defendeu ontem em Aveiro a penalização fiscal de quem detém a terra e «não a usa, não a arrenda e não a vende», degradando a paisagem rural

Falando na abertura de um seminário promovido pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal(AJAP) sobre as alterações ao programa Agro, Leonel Amorim salientou que a Beira Litoral é a mais pulverizada do país, em termos de dimensão das propriedades.
Para o director regional, a dificuldade dos jovens no acesso à terra é um dos principais problemas com que se deparam na região, contrastando com o abandono da actividade agrícola.
Leonel Amorim disse ser necessário exercer uma maior pressão ambiental para contrariar esse abandono, que degrada a paisagem rural e o ambiente e penalizar em termos fiscais os proprietários das terras que as deixam incultas.
«É necessário penalizar fiscalmente os que não utilizam, não arrendam e não vendem as terras, visando a especulação», advogou, considerando que muitos não fazem nada com as terras, não obstante não poderem construir, porque mantêm a expectativa de um dia o poderem vir a fazer, o que prejudica a modernização da agricultura. A escassez de terra, apesar de haver terras abandonadas, dificulta o estabelecimento dos jovens agricultores que precisam de dimensionar a sua exploração, o que, sublinhou, acentua a desertificação das zonas rurais.
Para o director regional de Agricultura, um contributo para contrariar o fenómeno deverá ser também a diferenciação regional das ajudas, em função do preço da terra. «As ajudas devem ser repensadas numa diferenciação positiva, tendo em conta as zonas onde o preço da terra é mais elevado», defendeu.
A Beira Litoral apresenta apenas três por cento de agricultores com menos de 35 anos, quando a média nacional é de cinco por cento e a comunitária se situa nos oito por cento e o número de jovens inscritos no subsídio ao gasóleo agrícola tem vindo sempre a descer, desde 1999 até 2004.
Mesmo os 3200 jovens formados no sector até 1999, na região, só um terço beneficiou de ajudas à instalação e após cinco anos já metade tinha abandonado a actividade agrícola, devido às dificuldades encontradas.
Além da dificuldade de acesso à terra, a falta de acompanhamento dos investimentos feitos é outra das dificuldades com que os jovens agricultores se deparam, segundo referiu o presidente da AJAP, Firmino Cordeiro.
«Há jovens arrojados que fizeram investimentos e acabaram endividados, por falta de acompanhamento», relatou Firmino Cordeiro, que questionou o destino dos técnicos que têm sido formados nas escolas superiores agrárias e cuja escassez se nota no terreno.

Comentarios ca do je.......

Nunca se viu tanta asneira junta.
Será que este Director consegue distinguir uma carqueija duma esteva?
Nem se sabe se ele pretende um novo PREC com uma Reforma Agraria para dar " a terra a quem a trabalha" ou se ainda quer sacar mais uns centimos aos desgraçados que foram abandonados nas suas aldeias que durante uma vida... a sua e a das gerações anteriores conseguiram capitalizar essas terras como patrimonio de todo o seu trabalho....e que alguem progressivamente as depreciou bem como ao fruto que essas terras produziam.
Ninguem ha 30 anos quis preparar estas gentes para as modernices que se adivinhavam.Por isso é que toda a gente fugiu do mundo rural.
Não é o sr. Director que tem de se queixar destas gentes. É esta gente que se deve queixar de pessoas como o sr. Director.
Já houve alguem que se lhes tivesse dirigido a propor rentabilizar-lhes as terras?
Porque não propõe a criação de bolsas de terrenos para quem os quiser trabalhar, agricultar ou florestar?
O sr. Director não deve ainda ser do tempo em que um alqueire de milho dava para pagar uma semana de trabalho braçal.Hoje esse alqueire paga-se com meia hora de trabalho.Já vi que não comeu a broa que o diabo amassou.

Penalizar?......ainda mais?

Fale é em incentivar quem ainda por paciência ou destino se deixa ficar pelas suas aldeias a amanhar as suas territas e à espera que o fogo lhes queime aquilo que eles ainda dizem que é deles e que julgam que vale uma fortuna.
Por isso é que choram quando o fogo lhes bate à porta ou quando são recambiados para os Lares.

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