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A ponte metálica de Penacova, que está interdita desde dia 12, devido à ruptura de um dos cabos de suspensão, deverá abrir apenas para os peões dentro de um mês. Entretanto, o director de estradas lembra que a sua ordem de interdição ao trânsito nada teve a ver com avisos sobre deficiências na estrutura, mas sim no pavimento
A ruptura de um dos tirantes da ponte metálica de Penacova, na madrugada do dia 12 deste mês, nada tem a ver com as indicações para o trânsito ser restringido, emitidas pelo Instituto das Estradas (IEP) três dias antes, ordens que, ao serem revogadas no dia a seguir, levantaram polémica.
O esclarecimento é do director de Estradas do distrito, que afirma nunca ter sido informado do perigo de ruptura, mas apenas dos graves problemas que afectavam o pavimento, que se preparava para ser reparado no fatídico dia 12.
Segundo José Gomes, a ?história? já vem de Novembro de 2003, altura em que foi adjudicado ao engenheiro Carlos Ferraz, da empresa Estobra, o projecto para a reabilitação total da estrutura. Ainda segundo aquele responsável, durante a execução do projecto, o IEP terá pedido à empresa projectista que se pronunciasse sobre as condições de segurança da ponte. A resposta chegou em Maio, na qual, de acordo com o comunicado do IEP o projectista informou ter realizado uma vistoria aos cabos de suspensão, relatando que os mesmos, «?na generalidade, não apresentavam problemas de riscos graves? e que ?foram vistoriadas as selas sobre as torres dos pilares, as quatro amarrações e as várias fixações dos cabos?».
Diz José Gomes que em finais de Junho, a mesma empresa alertou o IEP sobre «uma evolução muito gravosa em relação à questão da ruptura do pavimento sobre o pilar da margem direita, recomendando que a obra deveria ficar restringida só ao tráfego de ligeiros e limitado à velocidade de 30 Km/h».
«Perante esta questão, de imediato mandei fazer os sinais de informação adequados e difundi as restrições, via fax, para as entidades competentes e órgãos de comunicação social», diz o director de estradas, justificando um posterior fax a anular estas medidas porque uma análise ao estado do pavimento, realizada pelos técnicos do IEP concluiu ser apenas necessário limitar o trânsito imediatamente antes do início das obras.
«Não era nesta data previsível que acontecesse qualquer outro problema que não fosse o do pavimento, dado que o relatório anterior dizia que os cabos estavam bons», afirma José Gomes, frisando que tendo em conta dois problemas diferentes, «a decisão tomada por mim não pôde ser condicionada pela informação dada pelo Engenheiro Ferraz». O próprio comunicado emitido pelo IEP refere que «a ruptura do cabo de suspensão da ponte no encontro da margem esquerda não é relacionável com as anomalias no pavimento detectadas sobre o pilar da margem direita, referidas pelo projectista» no seu aviso de Junho.
Enquanto as populações de uma e outra margem se deparam com dificuldades e transtornos, o Instituto das Estradas continua a intervencionar a ponte, reparando os danos estruturais, no sentido de conseguir possibilitar a passagem a peões dentro de cerca de um mês. De acordo com os prazos previstos, só dentro de três meses estará substituído o sistema de suspensão da ponte, de forma que possam circular os veículos ligeiros.
Numa segunda fase, a implementar posteriormente, vão-se realizar as restantes obras de reabilitação, necessárias para que o trânsito possa circular sem restrições.
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