O eurodeputado Fausto Correia demitiu-se do Conselho Consultivo da sociedade Metro Mondego, para o qual tinha sido convidado pelo presidente do conselho de administração, José Mariz.
Demito-me aqui, através da acta, de um cargo para o qual nunca fui convocado, sublinhou anteontem à noite durante a Assembleia Municipal de Miranda do Corvo, órgão a que preside, adiantando que não tencionava apresentar a sua demissão de outra forma, pois foram tomadas decisões sem ser ouvido.
Numa análise ao projecto de implantação do metropolitano ligeiro de superfície, Fausto Correia afirmou que esta questão não dignifica a classe política que tem estado envolvida e criticou a falta de seriedade e empenho dos vários actores.
Neste processo sinto-me enganado pelo menos nove meses», frisou, destacando alguns desses momentos, a começar pela criação da Metro Mondego no último Governo de Cavaco Silva quando não havia um tostão para a sua concretização.
Depois, na fase final do Governo de António Guterres, do qual fazia parte, quando foram emitidos dois despachos diferenciados das secretarias de Estado do Tesouro e dos Transportes, quando era necessário apenas um. O eurodeputado e presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Corvo referiu-se ainda à forma atabalhoada e apressada com que a Metro Mondego pretende lançar o concurso público internacional, quando não existe estudo de impacte ambiental para as alterações introduzidas na Avenida Armando Gonsalves, em Coimbra.
Fausto Correia criticou ainda altas figuras da região que afirmaram publicamente há alguns meses que o projecto deveria acabar, perante o silêncio do presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação.
O autarca sente-se também enganado pela Área Metropolitana de Coimbra, lamentando que o seu presidente não tenha sensibilidade para defender o projecto no seu todo.
Assembleia Municipal de Miranda aprovou moção Projecto do metro deve ir para concurso no seu todo
A Assembleia Municipal de Miranda do Corvo aprovou por unanimidade uma moção exigindo o lançamento imediato do concurso público internacional respeitante às obras do Metro Mondego no ramal da Lousã e a manutenção do projecto original, sem permitir a exclusão do troço Lousã-Serpins.
O documento sugere que se acrescente, em momento posterior, uma extensão de Serpins a Vila Nova do Ceira, a fim de se servir adequadamente os concelhos de Góis, Arganil e Pampilhosa da Serra.
O desenvolvimento harmonioso do país exige que o investimento em infra-estruturas não se confine apenas às áreas metropolitanas de Lisboa e Porto ? mas se estenda ao resto do país e, muito particularmente, às zonas mais desprotegidas, lê-se.
Nesta moção, os deputados municipais de Miranda do Corvo afirmam também que não aceitam a aplicação estrita de critérios puramente economicistas, quando eles não se aplicam a outras infra-estruturas semelhantes à volta de Lisboa e Porto. Exigem dos órgãos representativos da Área Metropolitana de Coimbra a assunção de uma clara e inequívoca posição de apoio ao lançamento imediato do concurso público internacional, na sua totalidade e em toda a extensão,
Por último, a Assembleia Municipal lamenta veementemente todo o atraso que este projecto tem conhecido ao longo de muitos anos, com manifesto prejuízo para as populações, e dá o seu incondicional apoio à autarquia da Lousã no que concerne à manutenção do troço ferroviário até Serpins.
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