O Conselho de Administração da Metro Mondego acredita que o lançamento do concurso do Metro Ligeiro de Superfície deverá avançar em breve aguardando-se um sinal da tutela.
De fora fica o troço ferroviário Lousã ? Serpins já que o Governo, sócio maioritário, assim decidiu
O projecto já está aprovado pela maioria dos accionistas, por isso o traçado entre Lousã e Serpins do Metro Ligeiro de Superfície (MLS) vai mesmo ficar de fora, optando-se com uma solução de rodovia para fazer a ligação da Lousã a Serpins e às restantes freguesias do concelho que, no entender da administração da Metro Mondego (MM), traz muitas vantagens.
Ontem, em conferência de imprensa, a administração da MM apresentou a solução que, considera, é financeiramente muito mais barata e permite uma maior abrangência em termos de utilizadores.
A solução apresentada passa pela utilização de transportes rodoviários que farão a ligação de todas as freguesias com a Lousã, sede de concelho, de onde partirá o metro em direcção a Coimbra. Esta solução permite que as freguesias de Foz de Arouce, Casal de Ermio, Serpins e Vilarinho passem a dispor de um meio de transporte rodoviário que, até aqui, é praticamente inexistente. Com este serviço o número de utilizadores do metro será muito maior uma vez que de um universo de pouco mais de 1700 habitantes (de Serpins), o metro passará a estar ao dispor de mais de cinco mil habitantes (correspondentes aos habitantes das quatro freguesias).
Menos dinheiro e melhor serviço
Segundo José Mariz, presidente da MM, esta solução permite um serviço quase «porta a porta», já que «com muito menos dinheiro, servimos muito mais população e muito melhor do que actualmente são servidas já que pela sua modalidade vai buscar as pessoas quase a casa», explicou. Concretizando, Guilherme Carreira, administrador executivo da MM, referiu que a complementaridade entre sistema rodoviário e ferroviário permitirá servir mais do triplo da população que hoje é servida», gastando-se «30 vezes menos. Ou seja, explicou o administrador, a manutenção da infra-estrutura ferroviária até Serpins implicaria um custo de 10 milhões de euros, enquanto que a solução de complementaridade entre os dois meios implicará apenas um gasto de 350 mil euros.
Por outro lado, afirmou Guilherme Carreira, para que o prolongamento da linha do metro até Serpins se justificasse teria de haver 50 vezes mais passageiros do que actualmente. Em seu entender esta situação dificilmente se verificará já que, entre Lousã e Serpins não há população nem vai haver porque é uma zona protegida e nem sequer é expectável que haja futuramente mais população que possa justificar o metro.
Falta um sinal a tutela
Aprovada que está esta a versão definitiva dos documentos do concurso internacional do MLS, entregue a 30 de Novembro ao Governo, parecem estar reunidas as condições para o lançamento do concurso público internacional, esperando os administradores um sinal da tutela. E nem um Governo em gestão parece abalar as convicções dos administradores em que o concurso seja lançado muito brevemente. Todos os cenários convergem no sentido de que o metro vai ser brevemente lançado a concurso internacional, disse José Mariz. Por outro lado, assegurou, este é um acto administrativo e na fase actual ele não vai a Conselho de Ministros, disse afirmando que o processo necessita apenas de um despacho conjunto do secretário dos Transportes e Comunicações e do secretário de Estado do Tesouro e das Finanças. José Mariz acrescentou, de resto que, este é um processo que está em curso e não é uma solução que um Governo em gestão fosse apressadamente tirar de qualquer gaveta para lançar.
Questionado sobre a possibilidade de impugnação do concurso público por Fernando Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Lousã, que já manifestou esta intenção como forma de manifestar o seu desagrado com a exclusão do troço Lousã/Serpins, os administradores asseguram que, e invocando os estatutos da sociedade, a aprovação necessita apenas do voto da maioria dos accionistas, o que já aconteceu.
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