quarta-feira, setembro 28, 2005

MIRANDA DO CORVO - Guerra aberta entre câmara e direcção dos bombeiros

A direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários demitiu?se alegando abusos consecutivos cometidos pela autarquia. O caso pode acabar em tribunal.

O presidente da direcção demissionária dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, António Gama, anunciou ontem, em conferência de imprensa, que vai mover uma acção judicial contra a Comissão Concelhia da JSD por alegadas calúnias publicadas no jornal que se publica no concelho. O líder dos jovens laranja, Sérgio Seco será o principal alvo deste processo, uma vez que utilizou expressões como a direcção dos bombeiros foi ocupada por um grupo que classificamos de partido dos negócios, que se serve dos bombeiros.
Depois de se terem demitido em bloco no passado dia 20 de Setembro, os elementos da direcção explicaram ontem as suas razões e garantiram que ?a decisão é irreversível?. Anunciaram que vão sair no final do mês de Outubro, depois de fazerem a apresentação do relatório e contas, referente aos meses que estiveram em funções, desde Abril de 2005.
António Gama afirma que foi ele próprio que tomou a decisão de bater com a porta, no que foi seguido pelos restantes membros.

Bombeiros apoiam a direcção

Embora os bombeiros tenham feito um abaixo assinado de apoio à direcção, o presidente demissionário afirma que sai porque tem sido alvo de ?falta de respeito? por parte da autarquia liderada pela social?democrata Fátima Ramos. Questões político?partidárias são, aliás, as razões apontadas à boca pequena, para o clima de guerrilha que se estabeleceu entre ambas as instituições.
O facto de o candidato socialista à autarquia, António Simões, ser o presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários e antigo sócio de António Gama, leva a JSD local a acusar, ?este grupo de estar mais interessado em fazer política de oposição?, acrescentando, em comunicado emitido ontem, que ?o sectarismo partidário chegou ao cúmulo de anunciar o saneamento do sócio dr. Sérgio Seco, vereador eleito pelo PSD?, da associação humanitária.
António Gama recusa quaisquer acusações, ripostando que é ele próprio que está a ser alvo de um ataque pessoal, afirmando?se convicto de que ?quando sair, os bombeiros voltarão a ser ajudados.

Graves acusações mútuas

A direcção demissionária aponta o dedo à presidente da autarquia, que é do PSD como responsável pelo alegado corte nas verbas atribuídas à associação humanitária.
O sufoco financeiro obrigou, entretanto, o presidente demissionário dos bombeiros a avançar, com cerca de 15 mil euros de gasóleo para abastecer as viaturas de combate aos fogos.

Em comunicado pago pela populaça, o líder dos jovens laranja e vereador Sérgio Seco rebateu os argumentos apresentados, afirmando que durante estes três anos e oito meses a câmara atribuiu aos bombeiros subsídios no valor de cerca de 220 mil euros e foram pagas e adjudicadas obras, com interesse para os bombeiros, no valor de 130 mil euros.

Mais à frente, a JSD endurece o ataque à direcção dos bombeiros, denunciando que esta direcção fez uma gestão despesista,e quem nem os bombeiros nem a camara fizeram nenhuma proposta para que se evitem os fogos.
O que dá credibilidade é andar tudo ao molho a apagar os fogos.
O tom dos ataques mútuos atinge o seu ponto mais violento quando são recordados os dias de fogo intenso que varreu o concelho na segunda quinzena de Agosto último.

António Gama acusa a autarquia de ter activado o Plano de Emergência Municipal sem se ter reunido com os bombeiros, enquanto a senhora presidente tomando o seu chazinho, nem sequer veio ter com os bombeiros a perguntar se precisavam de alguma coisa.

Em resposta, o Sérgio Seco, através do comunicado da sua tasca , a JSD, refere uma atitude inqualificável dos presidentes da direcção , da assembleia geral e da presidente, que no meio do último grande incêndio apearam o comandante operacional em exercício para andarem a passear de jipe pelo incêndio, deixando o desgraçado que parece que é amigo do Jaime de Poiares, 2º comandante Carlos Amaral, que comandava as operações, a pé no meio do incêndio.
Se não tivesse boas pernas ainda morria queimado.

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