Faz hoje um ano que Fernando Valle partiu deste mundo com a bonita idade de 104 anos. O homem que julgávamos intemporal, como frisou há um ano Jorge Sampaio, deixou um legado de humanismo e bondade que ficará para sempre na memória de quem o conheceu.
Miguel Torga, amigo de longa data do médico de Coja, classificou-o como o Matusalém sem idade. O ser humano que teve tempo para ser no mundo a imagem paradigmática do jovem irreverente, do bom chefe de família, do amigo leal, do médico devotado, do político isento, do governante capaz, do cidadão exemplar.
O médico rural que trocou os palcos da ribalta política - onde podia ter sido tudo, como afirmou Mário Soares - pelas serranias do Açor e do vale do Alva, ajudando a curar o corpo e muitas vezes a alma dos mais desfavorecidos.
Almeida Santos, também grande amigo de Fernando Valle, lembrou há um ano que o médico humanista, viveu como um santo laico, não era religioso, mas tinha um sentido místico muito apurado, admirava muito Santo António e S. Francisco, que eram despojados dos bens da terra, tal como ele próprio.
O PS - partido do qual foi um dos fundadores - vai hoje realizar uma jornada em memória de Fernando Valle, com uma romagem à sua campa e deposição de uma coroa de flores.
A Federação Distrital de Coimbra do PS, que organiza a cerimónia recorda que o militante e fundador e desde 1999 e até à sua morte presidente honorário do PS, foi sempre um activo defensor da liberdade, da fraternidade e da igualdade entre todos.
Fernando Baeta Cardoso do Valle nasceu a 30 de Julho de 1900, na pequena aldeia da Cerdeira, próximo de Coja, concelho de Arganil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário