quinta-feira, novembro 03, 2005

Mais de um terço das Câmaras sob investigação

Denúncias.
Apos a época de eleições municipais, aumentam as queixas anónimas contra autarcas.

Das 308 câmaras municipais do País, mais de um terço estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo dados recolhidos, estão a correr na PJ 264 inquéritos, mais 41 averiguações preventivas sobre 124 autarquias locais. Os dados dizem respeito às investigações de todos os departamentos da PJ, sendo que os crimes mais frequentemente identificados passam por corrupção, peculato, tráfico de influências e abuso de poder, o que não significa que todos venham a ser alvo de uma acusação e julgamento. Certo é que, após as eleições, a maioria dos presidentes não colocou na tomada de posse o discurso anticorrupção no topo das prioridades.

No âmbito da investigação criminal, há ainda um conjunto de denúncias anónimas que têm chegado, nos últimos tempos, à PJ e ao Ministério Público, mas que estão a ser tratadas com a "devida prudência", motivada pelo pós eleições autárquicas. Nestas incluem-se todo o tipo de situações desde denúncias por corrupção e desvios de dinheiro até relatos de furto de documentos nas autarquias.

Apesar de a realidade ser considerada "preocupante" pela PJ, não só pelo número de processos mas também pelo seu conteúdo, os presidentes de câmaras têm colocado de parte (ou relegado para segundo plano) um discurso firme de combate à corrupção. Não é, de facto, um tema saliente nos discursos.

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