terça-feira, maio 08, 2007

A LOUSÃ aqui tão perto

Falar na Lousã equivale a referir monumentos, história, belezas paisagísticas e, designadamente, montanha, para além da sua proximidade geográfica a outros centros turísticos. Segundo Fernando dos Santos Carvalho confessou ao jornal MOTOR que a Lousã está inserida no Pinhal Interior Norte e, neste momento, tem cerca de 18 mil habitantes. “Fomos o concelho que mais cresceu na zona centro na década de 90 a 2000, quase 17 por cento. E de 2001 a 2004 crescemos 9,5 por cento”. A Lousã estende-se por cerca de 138 quilómetros quadrados, seis freguesias onde não se notam discrepâncias entre o urbano e o rural, sendo que existe uma certa homogeneidade entre todas as localidades desta vila. Apesar de existirem alguns problemas, nomeadamente ao nível das acessibilidades, tudo tem sido feito em prol do desenvolvimento do concelho. “As acessibilidades são, de facto, um problema. Não é fácil chegar à Lousã, apesar de terem sido feitos novos acessos e estarmos um bocadito melhor. No entanto, precisamos de uma estrada digna, uma estrada seja demonstrativa da nossa qualidade, a todos os níveis”. Numa altura em que todos dizem que o turismo é o tubo de escape de Portugal, Fernando dos Santos Carvalho admite que se tem feito um esforço, “à medida das nossas possibilidades”, para que o turismo se afirme, de facto, na vila. “O grande problema que sentíamos, prendia-se com a falta de alojamento. Existiam muitas iniciativas e muitas visitas turísticas, mas não retirávamos daí qualquer contrapartida uma vez que ninguém ficava aqui alojado e, como tal, não consumiam os nossos produtos”. Tendo consciência deste factor, o autarca e o seu executivo, tudo fizeram para que se estabelecesse uma parceria entre a autarquia e entidades privadas que, de alguma forma, garantissem a abertura de uma unidade hoteleira de porte considerável. “Assim sendo, inauguramos o Meliá Hotel – Palácio da Lousã. Este é um equipamento de grande qualidade, mas não responde a todas as nossas necessidades”. Desperto para este factor, o autarca não baixou os braços e fez com que fosse possível instalar mais um equipamento hoteleiro na vila. “No mês de Abril inauguramos uma Pousada da Juventude, com 62 quartos. Assim, penso que já temos melhores condições para receber os nossos visitantes”.Outro dos motivos de orgulho deste presidente e de toda a equipa da Câmara Municipal da Lousã, são as tão famosas e belas Aldeias do Xisto. “Fomos a Câmara que mais intervenções teve em número de aldeias. Inicialmente, tínhamos proposto a intervenção em sete, mas fomo-nos apercebendo que as verbas eram demasiados limitadas para tal número e, na realidade, só tivemos actuação em cinco”.Paralelamente a este projecto, foi desenvolvido um outro que serve para, por um lado, preservar a história de uma região e, por outro, dar uso ao património camarário. “Dessa forma, decidimos criar quatro museus. Um deles dedicado à gastronomia e doçaria regional, outro ligado à etnografia, e dois outros prontos a ser inaugurados”. Desta forma, é possível aliar o desporto típico destas zonas serranas, à cultura e à qualidade dos equipamentos hoteleiros, “este foi o nosso mote e foi para isso que lutamos”. Quando se fala do certame Lousã Camp, Fernando dos Santos Carvalho considera que esta terra ainda é o paraíso do todo-o-terreno e, como tal, “apesar de ser prestigiante acolhermos um certame desta qualidade, o próprio certame está quase rotulado de sucesso devido às condições que a própria região lhes proporciona”. Além disso, e apesar de saber que o todo-o-terreno tem um local privilegiado na serra, “não podemos sobreviver apenas com este tipo de certames. Ou seja, quem aqui vive, tem que arranjar alternativas para a sobrevivência e aproveitar da melhor forma os recursos naturais da Lousã”. Desta forma, é necessário estabelecer uma série de vectores, dos quais o autarca destaca a Caça Fotográfica, já que “temos a felicidade de termos javalis, veados, corças, entre outros. Este ano, abriu a possibilidade de se fazer batidas aos veados e nós fomos praticamente o único concelho da Serra da Lousã que não permitiu faze-las já que temos que preservar o que a natureza nos dá, pedindo em troca apenas tranquilidade. Pretendemos que todos os sectores possam conviver na Serra da Lousã”. Para tal, é necessário deixar que as espécies se desenvolvam nos seus habitats naturais e convivam em harmonia com os humanos. “Pretendemos, para isso, criar como que áreas demarcadas, especificamente para fazer determinadas actividades”. A gastronomia também tem sido alvo de uma grande aposta por parte da autarquia e, segundo nos confessa o presidente da Câmara, “com muito bons resultados”.O futuro, segundo o nosso interlocutor, apresenta-se promissor. “Temos consciência que as dificuldades são muitas, mas penso que tudo está encaminhado no melhor sentido. Se nos faltavam acessibilidades e estas já começam a ser construídas, estamos no bom caminho”, finaliza.Posto de turismoFalar na Lousã, em termos turísticos, equivale a referir monumentos, história, belezas paisagísticas e, designadamente, montanha, para além da sua proximidade geográfica a outros centros turísticos. De facto, a Lousã, situada no centro de Portugal, caracteriza-se por ser um concelho com bastantes motivos de interesse, quer ao nível da sua história, quer no que respeita aos espaços naturais e respectiva utilização, como sejam os desportos de aventura, cujo palco privilegiado é a Serra da Lousã, que se assume como ex- libris deste concelho. A Serra da Lousã, caracteriza-se pela sua magnitude e simplicidade, apresentando-se com a sua rusticidade própria, que caracteriza os espaços naturais, pouco sujeitos a agressões e intervenções humanas. Neste particular, destacam-se as aldeias serranas e os diversos percursos naturais, devidamente individualizados, para os passeios pedestres e as actividades de todo o terreno, quer ao nível do passeio, quer ao nível das actividades desportivas, sejam de relevo nacional, ou de carácter internacional. O maciço montanhoso em causa, encontra-se todo ele, devidamente atravessado por pequenas estradas florestais, a que recorrem as organizações de desportos motorizados (BTT, Enduro, Raides Motorizados) e bem assim, os dos desportos de aventura, como sejam o Parapente, Provas de Orientação, Atletismo de Montanha e outros.Também a caça, e a pesca nos cursos de água serranos, assumem destaque progressivo, designadamente a caça ao javali, e a pesca às trutas. Mas se a componente do desporto é relevante, também o contacto com a natureza vem, cada vez mais, assumindo uma importância crescente, com o recurso aos passeios pedestres e todo o terreno, os quais permitem ao visitante, contactar com uma elevada diversidade de paisagens, algumas de cortar a respiração pela sua beleza e magnitude, como pelo contacto com a fauna variada ali existente, e de que se destaca a Corça, o Veado, o Milhafre e o citado Javali, entre outros.Contudo, também nas suas faldas, esta montanha encerra autênticos tesouros paisagísticos e monumentais. É o caso, por exemplo, do complexo natural e paisagístico, da Srª da Piedade, vale quase encantado, onde junto ao rio que ali corre, se erguem escarpas altivas, encimadas por um complexo religioso de grande beleza, a cujos pés se destacam as piscinas fluviais, cuja outra margem se encontra marcada pela existência de um morro encimado por um castelo medieval, que remonta ao século XI. Mas se a Serra da Lousã, nos proporciona as riquezas naturais mencionadas, chegados ao vale amplo e verdejante, ergue-se uma vila pujante de desenvolvimento, e em que a harmonia entre o novo e o histórico, é característica principal.Destacam-se neste aglomerado habitacional, como aliás pontificam noutros locais do concelho, a excelência da arquitectura dos séculos XVIII e XIX, cuja manifestação por excelência, surge corporizada nos vários solares e palácio existentes na parte velha da vila.Destaque especial merece, igualmente, o pelourinho existente nos Paços do Concelho, zona de transição entre a parte antiga e nova do aglomerado urbano, o qual se encontra, conjuntamente com o castelo, classificado como monumento nacional.Trata-se, pois, de um concelho, cujo ex-libris, é o turismo de montanha, e cujas potencialidades já em 1929, eram reconhecidas, tendo-lhe sido atribuída a classificação de “Estância de Repouso e Turismo”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas Poiares não poderia apanhar esta embalagem?
Aqui ha uns dias no Sol vinha uma anotação sobre o abandono de casas solarengas, apalaçadas, antigas que se encontam abandonadas no concelho de Poiares e que poderiam ser aproveitadas para Turismo Rural.
O turismo em Poiares é uma especie de toca e foge.Fazem-se coisas mas é so para os outros verem e porem-se a mexer.