Dois camionistas de longo curso estão indignados com uma patrulha da Brigada de Trânsito (BT) da GNR, que chamaram para os ajudar. Um percalço no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, levou-os a solicitar a ajuda a esta força policial e acabaram ambos por ser multados e, dizem, abandonados pelos agentes
Dois camionistas de longo curso queixaram-se ontem ao nosso Jornal por, alegadamente, terem sido «vítimas» do excesso de zelo por parte de dois agentes da Brigada de Trânsito (BT), e de estes ignorarem o pedido de ajuda que lhes solicitaram. Paulo César, de S. Silvestre, Coimbra, é um dos motoristas que acusa a referida brigada, afirmando que, em oito anos de profissão «nunca tal me aconteceu. Nem no estrangeiro!».
Tudo terá acontecido na passada sexta-feira, quando este camionista e outro que lhe seguia atrás, resolveram parar no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, «para descansar um pouco». Ambos vinham de Pamplona, Espanha, e seguiam para Azambuja, onde iam descarregar 10 automóveis que transportavam desde Espanha.
Segundo Paulo César, o camião do seu colega ficou «ligeiramente tombado» na berma da estrada e em risco «de tombar completamente e destruir as viaturas que transportava». Face ao problema que se lhes deparou, ligaram para o patrão, em Azambuja, a contar-lhes o sucedido, ao que este lhes terá recomendado que ligassem para a sua fábrica na Guarda e pedissem uma grua «para endireitar o camião». Ao mesmo tempo foi-lhes também recomendado pelo patrão para que chamassem a Brigada de Trânsito para esta «sinalizar a estrada e orientar o trânsito», pois o incidente aconteceu por volta das 18h00, altura em que o movimento era «bastante intenso».
Foi o que fizeram! Depois de pedirem a grua para retirar o camião da posição «perigosa em que se encontrava», ligaram para a BT a solicitar uma patrulha que os fosse ajudar na tarefa.
Os agentes da BT chegaram ao local «cerca de meia-hora depois» e – conta Paulo César -, depois de «nos terem dito que não devíamos ter encostado tanto à berma, ignoraram a sinalização da estrada, e foram ver os tacógrafos [disco que grava a quilometragem e velocidade dos veículos] dos camiões», conta este motorista.
Acto contínuo, acusa Paulo César, «os agentes multaram-nos por excesso de velocidade» por, alegadamente, terem excedido os 80 quilómetros/hora permitidos por lei para este tipo de veículos, «e ainda multaram o meu colega por excesso de comprimento do camião», embora – refere este camionista -, «ser portador de uma licença especial» para exceder o comprimento da viatura, devido à carga que transportava. Multas de 60 euros e 720 euros, respectivamente.
Passadas as multas, continua Paulo César, os agentes «não esperaram pela grua para orientar o trânsito, foram-se embora, e disseram-nos que o problema era nosso, que o trabalho deles estava feito».
Esta alegada atitude dos agentes da BT indignou os camionistas, que afirmam, ainda, que por volta das 23h00 [altura em que chegou a grua para remover o camião], os mesmos agentes «voltaram ao local» e os chamaram para fazerem «o teste do balão». Teste que “acusou” «negativo» e, perante isso, os agentes «foram-se embora», o que para os motoristas “prova” «o desinteresse em ajudar-nos e a ajudar na sinalização da estrada», e que os agentes só foram ao local «para nos multar».
O problema acabou por ser resolvido por volta da meia-noite e meia, altura em que a grua retirou o camião da berma da estrada, tendo os motoristas prosseguido a viagem para a Azambuja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário