segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Camionistas indignados com patrulha da BT ......

Dois camionistas de longo curso estão indignados com uma patrulha da Brigada de Trânsito (BT) da GNR, que chamaram para os ajudar. Um percalço no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, levou-os a solicitar a ajuda a esta força policial e acabaram ambos por ser multados e, dizem, abandonados pelos agentes

Dois camionistas de longo curso queixaram-se ontem ao nosso Jornal por, alegadamente, terem sido «vítimas» do excesso de zelo por parte de dois agentes da Brigada de Trânsito (BT), e de estes ignorarem o pedido de ajuda que lhes solicitaram. Paulo César, de S. Silvestre, Coimbra, é um dos motoristas que acusa a referida brigada, afirmando que, em oito anos de profissão «nunca tal me aconteceu. Nem no estrangeiro!».
Tudo terá acontecido na passada sexta-feira, quando este camionista e outro que lhe seguia atrás, resolveram parar no IP-3, junto a Cunhedo, Penacova, «para descansar um pouco». Ambos vinham de Pamplona, Espanha, e seguiam para Azambuja, onde iam descarregar 10 automóveis que transportavam desde Espanha.
Segundo Paulo César, o camião do seu colega ficou «ligeiramente tombado» na berma da estrada e em risco «de tombar completamente e destruir as viaturas que transportava». Face ao problema que se lhes deparou, ligaram para o patrão, em Azambuja, a contar-lhes o sucedido, ao que este lhes terá recomendado que ligassem para a sua fábrica na Guarda e pedissem uma grua «para endireitar o camião». Ao mesmo tempo foi-lhes também recomendado pelo patrão para que chamassem a Brigada de Trânsito para esta «sinalizar a estrada e orientar o trânsito», pois o incidente aconteceu por volta das 18h00, altura em que o movimento era «bastante intenso».
Foi o que fizeram! Depois de pedirem a grua para retirar o camião da posição «perigosa em que se encontrava», ligaram para a BT a solicitar uma patrulha que os fosse ajudar na tarefa.
Os agentes da BT chegaram ao local «cerca de meia-hora depois» e – conta Paulo César -, depois de «nos terem dito que não devíamos ter encostado tanto à berma, ignoraram a sinalização da estrada, e foram ver os tacógrafos [disco que grava a quilometragem e velocidade dos veículos] dos camiões», conta este motorista.
Acto contínuo, acusa Paulo César, «os agentes multaram-nos por excesso de velocidade» por, alegadamente, terem excedido os 80 quilómetros/hora permitidos por lei para este tipo de veículos, «e ainda multaram o meu colega por excesso de comprimento do camião», embora – refere este camionista -, «ser portador de uma licença especial» para exceder o comprimento da viatura, devido à carga que transportava. Multas de 60 euros e 720 euros, respectivamente.
Passadas as multas, continua Paulo César, os agentes «não esperaram pela grua para orientar o trânsito, foram-se embora, e disseram-nos que o problema era nosso, que o trabalho deles estava feito».
Esta alegada atitude dos agentes da BT indignou os camionistas, que afirmam, ainda, que por volta das 23h00 [altura em que chegou a grua para remover o camião], os mesmos agentes «voltaram ao local» e os chamaram para fazerem «o teste do balão». Teste que “acusou” «negativo» e, perante isso, os agentes «foram-se embora», o que para os motoristas “prova” «o desinteresse em ajudar-nos e a ajudar na sinalização da estrada», e que os agentes só foram ao local «para nos multar».
O problema acabou por ser resolvido por volta da meia-noite e meia, altura em que a grua retirou o camião da berma da estrada, tendo os motoristas prosseguido a viagem para a Azambuja.

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