Ontem, em reunião extraordinária da Assembleia Municipal, Góis ractificou a adesão do concelho à Área Metropolitana de Coimbra. A votação das duas bancadas parlamentares não fez o “pleno”, dada a abstenção de dois deputados, um do PS e outro do PSD
A discussão “aqueceu” nos últimos tempos, com um verdadeiro “braço-de-ferro” entre a autarquia e o presidente da Assembleia Municipal, o mesmo será dizer entre a adesão do concelho de Góis à Área Metropolitana de Coimbra ou à Comunidade Intermunicipal da Beira Serra. As dúvidas desfizeram-se ontem, numa reunião extradordinária da Assembleia Municipal, convocada expressamente para o efeito pelo presidente da edilidade, José Girão Vitorino.
O resultado apontou para uma clara maioria a favor da adesão do concelho à Área Metropolitana, na medida em que os membros das duas bancadas expressaram-se a favor, registando-se duas abstenções, uma por parte do PSD e outra por parte do PS. Ninguém votou contra. Significa que, ontem, ficou ratificada pela Assembleia Municipal, a adesão do concelho à Área Metropolitana, dando assim continuidade e força a uma deliberação há muito tomada pela autarquia liderada por José Girão Vitoriano que, depois de aprovar a adesão à área Metropolitana já tinha, inclusivamente, aprovado os respectivos estatutos. Por outro lado, significa um “ponto final” numa “fricção” que «estava a desgastar o concelho», diz Diamantino Garcia, vice-presidente da autarquia.
Manifestamente «aliviado» com o fim das discussões e divisões, entre a adesão do concelho à Área Metropolitana de Coimbra ou à Comunidade Intermunicpal da Beira Serra, Diamantino Garcia sublinha que «a votação dos dois grupos parlamentares é perfeitamente clara. Todos votaram em consciência e julgamos ter feito o melhor pelo concelho de Góis. A decisão tinha de ser tomada e foi», remata, referindo as pressões que, nos últimos tempos, se fizeram sentir sobre o concelho, seja relativamente à sua adesão à Comunidade Intermunicipal, seja relativamente à adesão à Área Metropolitana de Coimbra. Pressões que, refere, «desgastaram imenso o concelho».
Relativamente às vantagens e desvantagens da adesão a uma ou outra possibilidade, Diamantino Garcia - que confessa ter tido, ele próprio, em tempos, algumas dúvidas relativamente à área metropolitana de Coimbra - reconhece que há sempre, de um lado ou de outro, “fragilidades” pois nenhuma solução é «a ideal». No entender do vice-presidente da autarquia, muito embora Góis pudesse ter uma maior representatividade na Comunidade Intermunicipal do que na Área Metropolitana, o mesmo acontecendo relativamente a uma maior identidade de problemas, a solução não passaria por aqui. Isto porque, quando uma comunidade destas se estende a Tábua, Oleiros, Sertã, «começamos a ver pouca identidade», afirma, considerando que esta é uma «das fragilidades de uma comunidade intermunicipal».
O peso do futuro
e da tradição
O vereador e também vice-presidente da câmara de Góis, alerta, ainda, para a necessidade de «pensamos no peso, na representatividade, porque vamos competir com as regiões da Europa» e aí, não tem dúvidas em que as áreas metropolitanas têm outro estatuto e outra força. Um facto ao qual Diamantino Garcia junta razões históricas e afectivas que, defende, sempre levaram «Góis a ter uma grande proximidade, uma identidade afectiva com Coimbra».
A título pessoal, Diamantino Garcia considera que a instituição da áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais e urbanas não constitui mais do que «uma maneira encapotada de se fazer uma regionalização» que não foi aprovada. «A lei - acrescenta - é um tanto anacrónica e não se compreende muito bem como é que vai funcionar», desabafa. Mas, mau grado estas indefinições que ainda persistem, o vice-presidente da câmara de Góis sublinha que a Área Metropolitana de Coimbra já tem estatutos («que podem ser melhorados», diz), «sabe-se o que é, é algo de palpável e as comunidades intermunicipais não se sabe muito bem o que são», remata.
Fechado este “primeiro round”, o município de Góis está na área Metropolitana de Coimbra, pelo menos durante os próximos cinco anos.
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