Podemos dormir descansados
A explosão provocada por curto-circuito, à cota 39,50 metros, seguida de incêndio, ocorreu às 16H35. Um funcionário ficou ferido.
O alarme interno, com comunicação imediata ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Penacova, foi accionado um minuto depois. Na central da Barragem da Aguieira, a brigada de intervenção, composta por funcionários treinados para o efeito, avaliou a situação, tendo determinado a evacuação das instalações. A primeira viatura dos bombeiros demorou 14 minutos a chegar à barragem. O trânsito no IP3, “com camiões que pareciam comboios”, dificultou a marcha dos meios de socorro. Mal entraram nas instalações, os bombeiros recuperaram algum dos tempo perdido na viagem. Dois bombeiros desceram em rappel para a zona de acesso ao interior da barragem. Com as escadas desimpedidas, os restantes elementos não demoraram muito a chegar ao local do sinistro. Dois socorristas, acompanhados por pessoal munido com extintores, efectuaram o reconhecimento, atacaram o incêndio e assistiram o ferido.
Foram, ainda, montadas duas linhas de espuma a partir da viatura de desencarceramento e da viatura de combate a incêndios. “Num caso extremo, poderíamos utilizar espuma, o que, no caso das barragens, é complicado”, explicou António Simões, comandante dos Bombeiros Voluntários de Penacova.
O repórter acompanhou o desempenho dos bombeiros no coração da barragem. Por entre o fumo e com o calor a apertar foi fácil perceber a dificuldade de quem dá o melhor que tem para salvar vidas. Ao todo, depois de accionado o alarme e até o ferido dar entrada na ambulância, os bombeiros gastaram 38 minutos. “Um desempenho francamente bom”, segundo o comandante.
O ferido “ficou de boa saúde”, o que levou dois funcionários a ironizar sobre a “satisfação da seguradora”.
António Simões agradeceu a possibilidade de “testar a eficácia” dos Voluntários de Penacova em situações, como as barragens, que “são instalações muito complicadas” e que nem sempre “temos tempo para conhecer como deveríamos”. “Felizmente que os acidentes também são poucos”, disse.
Os elementos da corporação que participaram no simulacro – Alice Pimentel, Jaime Pereirinha, António Ministro, Manuela Mira, Vítor Simões, Acácio Alpoim, Bruno Esteves, Carlos Almeida, Bruno Simões, Eduardo Miguel, Paulo Santos, Nuno Garcia, Filomena Sofia, Tiago Flórido, Vasco Viseu, Marco Artur, Orlando Grilo e Leila Silva – estiveram à altura do desafio, mas António Simões já tem em agenda “visitas guiadas para os elementos mais novos da corporação”.
Edgar Dolgner, responsável pela implementação do sistema de segurança nas 25 centrais hidroeléctricas, afirmou que os simulacros têm de ser realizados de dois em dois anos e que a EDP tem de “fazer prova deles para manter a certificação”. Francisco Taveira, responsável pelo sector de medicina no trabalho da empresa, acompanhou de perto o simulacro.
Edgar Dolgner elogiou a direcção da Barragem da Aguieira que “tem dado provas de grande capacidade de resposta” em vários campos. “Estes simulacros são para o bem de todos, pois, como estamos a reduzir pessoal – agora, é tudo automatizado –, é necessário dar garantias aos funcionários e às populações”, concluiu.
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