domingo, fevereiro 29, 2004

PENACOVA - Milhares provaram lampreia em Penacova ................

Autarquia faz balanço positivo do fim-de-semana gastronómico

Ainda não há números exactos, mas a Câmara de Penacova calcula que o VII Fim-de-semana da Lampreia tenha reunido cerca de quatro mil apreciadores. A edição foi, pela primeira vez, alargada a sexta-feira e contou com a adesão de nove restaurantes, o que permitiu servir mais e melhor o prato típico.

Potenciar a gastronomia como vector essencial do desenvolvimento turístico da região é o objectivo que a autarquia de Penacova pretende atingir com a organização do Fim-de-semana da Lampreia, um prato típico do concelho. Ontem à tarde – e apesar de ainda faltar a contabilização dos jantares –, o presidente da Câmara Municipal, Maurício Marques, apontava para cerca de quatro mil o número de clientes registados nos nove restaurantes que aderiram à sétima edição da iniciativa.
O balanço é, nas palavras do autarca, “extremamente positivo”, e a iniciativa é para continuar, já que, através dela, se tem conseguido não só divulgar a gastronomia e os interesse turísticos da região como também se tem potencializado o desenvolvimento dos vários operadores locais. No caso concreto da restauração, a opinião de Maurício Marques é de que “o evento tem sido o catalizador de investimentos na melhoria e na qualidade dos serviços”, de tal forma que “os serviços prestados são hoje bastante melhores, situando-se acima da média”
Esta edição do fim-de-semana da lampreia contou com um maior número de restaurantes e ainda com mais um dia de realização de actividades, pelo que, ao contrário do que, por vezes, acontecia em anos anteriores, não se verificaram grandes atrasos no atendimento aos clientes. Ainda assim, e a provar que a lampreia reúne um grande número de apreciadores, o presidente da Câmara notou que ontem às 16H00, nalguns estabelecimentos, ainda havia pessoas a começar a almoçar.
Em cada restaurante, os clientes tiveram a oportunidade de concorrer a fins-de-semana nas casas de turismo rural e no Hotel de Penacova, devendo o sorteio ser realizado esta semana. Uma forma de promover a região, a que se juntou ainda, ao longo destes três dias, a sugestão da organização de visita a locais de referência como o Mosteiro do Lorvão, os Moinhos da Portela de Oliveira, o Museu Vitorino Nemésio, os Fornos de Cal, a Praia Fluvial do Vimieiro ou a zona da Barragem da Aguieira. A acrescentar à apreciada lampreia e outra gastronomia regional estes são, no entender da autarquia, motivos mais do que suficientes para uma visita.

“Há anos que pedimos a escada de peixe”

A Confraria da Lampreia e a Amigos do Mondego e Efluentes (AMA) aproveitou o fim-de-semana da lampreia para, em colaboração com os restaurantes participantes na iniciativa, recolher dos visitantes a assinatura de uma petição a enviar à Assembleia da República, com vista à construção de uma escada de peixe na Ponte Açude, em Coimbra. Também a autarquia defende esta intervenção, no entanto, Maurício Marques esclarece que a luta da Câmara é bastante mais antiga, data já de 1998.
“Há anos que a Câmara tem vindo a alertar para a necessidade de construir uma escada de peixe, sob pena de, progressivamente, se correr o risco de extinção da lampreia, bem como de outras espécies como é o caso do sável”, declarou o autarca de Penacova, notando que foi, aliás, devido a esta “insistência” que se conseguiu, recentemente, a discussão e aprovação da obra na Câmara de Coimbra.
O projecto está orçado em dois milhões e meio de euros, uma estimativa que Maurício Marques entende ser “um pouco elevada”, mas que considera “indispensável” para a sobrevivência da espécie nas regiões do Mondego e do Alva, onde outrora a lampreia era bastante abundante.
No início de Março, a autarquia de Penacova pretende trazer ao concelho o presidente do Instituto Nacional da Água (INAG), em mais uma tentativa de sensibilização das autoridades para o problema.
Recorde-se que, desde que foi feito o açude do Mondego, em Coimbra, lampreia apenas pode subir o rio para desovar com a ajuda de técnicos do Serviço Florestal – que faz a captura e o transporte para montante – ou quando se verificam as cheias.

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