domingo, agosto 14, 2005

Góis homenageou os seus mortos ex-combatentes


O dia do município de Góis foi ontem comemorado com entusiasmo. Na tradicional sessão solene para evocar a data, o presidente da autarquia, José Girão Vitorino, além de homenagear algumas figuras que se destacaram no concelho, inaugurou um monumento em honra dos combatentes do ultramar. No seu discurso não se esqueceu de enumerar as obras que, afirmou, "a autarquia tem feito"

A forma como ontem José Girão Vitorino se dirigiu às cerca de meia centena de pessoas que assistiu à sessão solene evocativa do Dia do Município mais parecia um comício de pré-campanha eleitoral. O seu discurso baseou-se numa apreciação da qualidade e valorização das potencialidades de Góis em termos turísticos, e nas muitas obras que o executivo camarário fez. A tal ponto que, no final, o governador civil também não teve dúvidas em referir que Góis é um exemplo do que se faz bem em Portugal; que Góis é um município de atracção; e que é um município de futuro.O autarca sustentou que se vive em Góis em comunhão com a natureza, traduzindo o encanto natural da região que, garantiu, é potenciado por várias intervenções e obras realizadas pela câmara.

Monumento evoca combatentes do ultramar
Concelho de Góis perdeu 16 filhos


Momento de grande emoção aconteceu na Rotunda da Avenida Eng.º Augusto Nogueira Pereira, onde foi inaugurado um monumento erigido em honra dos combatentes do ultramar. Vários ex-militares da Associação de Combatentes do Ultramar Português (ACUP) marcaram presença na cerimónia, e a emoção foi ao rubro quando o presidente desta associação, José Ferreira Nunes, recordou os mais de 10 mil mortos e mais de 40 mil deficientes na guerra das ex-colónias.
Demos a vida para defender a pátria e, nesta ocasião, só me ocorre uma palavra para homenagear estes nossos companheiros: Saudade!.
Também Girão Vitorino, um antigo combatente, se emocionou ao recordar os seus conterrâneos mortos em combate e sublinhou a justeza deste monumento.
Já Henrique Fernandes, governador civil, disse que a «História não se pode apagar» e que este monumento «é a celebração da paz».
De autoria da arquitecta Elisabete Afonso, da divisão de Obras e Planeamento da autarquia, o monumento simboliza um barco, principal transporte dos militares para o ex-Ultramar nos anos 60.

O concelho de Góis perdeu 16 ex-combatentes, que ontem ficaram imortalizados no coração da vila.
São eles o
1.º cabo Álvaro Claro, morto na Guiné em 1967;
soldado Álvaro Loureiro Barata, (Guiné, 1967);
soldado António dos Anjos Maria (Guiné, 1974);
soldado Augusto Henriques (Angola, 1969);
soldado Carlos Alberto Monteiro de Sousa (Angola, 1961);
soldado Carlos Arlindo Pereira Rodrigues (Moçambique, 1968); furriel Gabriel Antunes Simões (Angola, 1966);
soldado Guilherme Maurício Henrique Neves (Angola, 1969);
1.º cabo Jaime Ribeiro (Angola, 1964);
soldado João Machado Tavares (Angola, 1970);
soldado José Barata (Moçambique, 1974);
soldado José Fernandes Joaquim (Moçambique, 1972);
soldado José Maria Palácio (Guiné, 1970);
soldado Luciano Assunção Antunes (Angola, 1962);
soldado Manuel Henriques Mateus (Guiné, 1969);
soldado Manuel Lourenço Oliveira (Angola, 1963),

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