quarta-feira, março 08, 2006

GOIS - José Girão Vitorino - Sentimo-nos marginalizados



Entrou para a presidência da Câmara de Góis substituindo José Cabeças e desde então nunca mais largou o cargo. José Girão Vitorino, agora no seu segundo mandato, luta contra factores negativos no seu concelho, comuns à maioria dos municípios do interior - o envelhecimento da população e a desertificação. Aposta por isso nos pólos industriais e no apoio às IPSS?s como forma de promover a fixação de jovens e continua na sua luta incessante por melhores acessibilidades. Na política as coisas também não estão bem ? a relação com a Comissão Política Concelhia e com José Cabeças não é boa e por isso a guerra continua.

Sinto que nunca tivemos da parte do Governo um olhar para o interior e sentimo-nos completamente marginalizados. Em 25 anos de autarca, a nossa luta foi sempre pela melhoria das acessibilidades e nunca fomos contemplados. Nota-se no mapa da região que Góis está completamente desprotegido e sem acessibilidades e não podemos pensar num futuro melhor para Góis sem acessibilidades. Defendo uma boa rectificação à EN342. Neste momento aquilo que precisávamos era uma estrada nova entre a Lousã e Arganil.
Estamos fartos de lutar, fartos de promessas, mas nunca se concretizou nada. Prometerem-nos uma boa estrada de ligação entre o IC8 e o IP3, a que chamavam a estrada do Pinhal, e aquilo a que assistimos foi que transformaram as estradas nacionais do concelho de Góis, em especial a EN2, numa estrada municipal. Ora isto vem trazer muitos encargos à autarquia. A estrada está a precisar de um novo tapete e é impossível às Câmaras de Góis e Poiares esse arranjo. Vem ainda penalizar ainda mais o pequeno orçamento da autarquia de Góis. Sozinhos temos muito pouca força, por isso trabalhamos a este nível em parceria com as autarquias de Arganil, Lousã, Pampilhosa da Serra e Miranda do Corvo. Estes concelhos têm estado unidos para o arranjo não só da 342, mas também para que esta zona tenha uma estrada em condições para o desenvolvimento dos concelhos.
? Queremos uma nova acessibilidade desde a Lousã até Arganil e Coja. É o sonho desta região.
? Não têm resposta para nos dar. Todos dizem que tem de se olhar para o interior mas tudo continua na mesma. No litoral continuam a fazer-se auto-estradas, quase paralelas umas às outras e o interior continua esquecido. A desertificação é cada vez maior e o Governo em vez de ajudar os pequenos municípios está cada vez mais a atrofiá-los e a fazer com que as pessoas abandonem o interior. Só nós é completamente impossível invertermos as situações ? tentamos dar uma rede viária, tentamos dar água em quantidade, rede de saneamento, mas se não houver apoio da administração central na parte do ensino, saúde, segurança social então vale mais, como se costuma dizer, fechar a porta.

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