sábado, outubro 11, 2003

Deputado Cruz Silva ouvido no DIAP ...ate que enfim.......

Assim vão os politicos e os negocios.........

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra ouviu esta semana o deputado do PSD Cruz Silva, suspeito de realizar negócios simulados com a Câmara de Águeda

Fontes ligadas ao processo disseram que Cruz Silva foi interrogado por um magistrado do DIAP, na terça-feira, sendo esta a primeira vez que o deputado, eleito por Aveiro, prestou declarações como suspeito da autoria de vários crimes de peculato.
Enquanto dono da firma Unicola, Cruz Silva terá realizado negócios simulados com a Câmara Municipal de Águeda, liderada pelo também social-democrata Castro Azevedo.
As facturas que originaram uma investigação da Polícia Judiciária de Aveiro foram passadas em 1998 e 1999, algumas à Câmara e outras aos Serviços Municipalizados e com valores entre os 2.500 e 4.000 euros mensais.
Algumas das facturas das vendas simuladas, sempre a dinheiro, eram emitidas em feriados e domingos.
Uma denúncia terá dado origem à investigação, que atingiu também a Arsol, firma de S. João da Madeira (liderada pelo presidente da Junta de Freguesia local, o social-democrata Joaquim Mateus) supostamente envolvida em negócios similares com a autarquia de Águeda.
Castro Azevedo auto-suspendeu o mandato de presidente da Câmara e apresentou-se para depor no Tribunal de Águeda, a 20 de Janeiro deste ano, mas Cruz Silva recusou prestar depoimentos presenciais aos magistrados, escudando-se numa polémica decisão da comissão de Ética da Assembleia da República, que condicionou o levantamento da sua imunidade parlamentar.
Só quatro meses depois, quando o deputado do PS Paulo Pedroso pediu o levantamento da imunidade, para facilitar as investigações do processo de pedofilia da Casa Pia, é que Cruz Silva escreveu uma carta ao Tribunal de Águeda, disponibilizando- se, pela primeira vez, a «prestar as declarações e esclarecimentos que tenham por necessários».
O deputado do PSD manifestava na carta disponibilidade para depor «na data, hora e local» que os órgãos da justiça tivessem por conveniente, mas já em Julho escusou-se a depor presencialmente no DIAP de Coimbra.
Esta atitude levou o deputado João Cravinho a admitir uma revisão da imunidade parlamentar, separando comportamentos associados à condição de deputado dos do foro particular.
A 28 de Maio, o líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, defendera que era preferível o seu correligionário Cruz Silva depor por escrito do que «simplesmente não depor».

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