quinta-feira, setembro 02, 2004

ARGANIL - Matar a sede na Fraga da Pena

Se já conseguiu subir ao Monte do Culcurinho (em Arganil), depois de visitar o Santuário de Nossa Senhora das Preces e gostou do que viu pode aproveitar o resto das férias para lá voltar e conhecer outras paragens tão ou mais belas e sossegadas. Recantos que, infelizmente, só os incêndios têm conseguido destruir.
Mas vamos à viagem. Se a manhã já vai alta e a fome começou a apertar faça como nós. Pare em Vila Cova do Alva. Uma freguesia situada entre Aldeia das Dez e a Ponte das Três Entradas, que esconde alguns verdadeiros tesouros da região.

Ali, por entre oliveiras e pinheiros, decorreram parte das filmagens de um dos filmes de Catarina Furtado e Diogo Infante e que conta a vida dos três pastorinhos e do aparecimento de Nossa Senhora de Fátima.
Mas não se pode abandonar Vila Cova do Alva sem saborear a água de uma das suas muitas fontes e sem visitar o convento que ?esconde? recantos de uma beleza única... quiçá dignos de uma história de amor como a de Pedro e Inês que a Quinta das Lágrimas ainda guarda.
Uma vez o estômago aconchegado com comidinha caseira, o regresso pode fazer?se por uma das aldeias mais históricas e, porventura, aquela de que mais se houve falar: o Piódão.
As estradas - ora em asfalto, ora em terra batida, levam?nos até ao ponto mais alto da serra onde é obrigatório parar. Perante os nossos olhos ?desenha?se? a aldeia do Piódão... e a sua pousada. É de realçar o recurso ao xisto para a cobertura de todas as paredes da pousada.
No largo da aldeia, mesmo aos pés da igreja, duas ou três pequenas lojas promovem o artesanato local proporcionando a compra de produtos com sabor a Serra. Um simpático café, construído em madeira, dá as boas vindas aos visitantes - e já eram muitos a avaliar pelas dezenas de carros estacionados. A visita pode ser rápida ou demorada. A nossa não passou do largo da aldeia até porque já a conhecíamos e interessava?nos ?descobrir? outros recantos que o levem a repetir a viagem pelo interior do país.
Subimos de novo ao cimo da serra. À nossa frente cruzavam?se caminhos, placas, destinos. Fomos escolhendo uns em detrimento de outros. Uns mais ou menos conhecidos. Outros mais ou menos desconhecidos... mas todos capazes de nos oferecerem recantos que os turistas - bastantes estrangeiros - com quem nos cruzámos tão bem sabem aproveitar.
Uma paragem obrigatória próximo da Mata da Margaraça onde a Fraga da Pena se abre perante os nossos olhos como qualquer cascata em telenovela brasileira. Pode subir?se ao cimo da Fraga por uma estreita escadaria ou optar por desafiar o gelo da água e tomar uma banhoca... mesmo por debaixo da cascata.
A meio caminho, um homem e uma mulher procuram - nos dias em que o movimento de turistas aumenta - vender o artesanato local, de onde sobressaem os cestos e as colheres de pau que ainda hoje são feitas (ao vivo) dentro da própria Mata da Margaraça. Um dos tais recantos que Portugal não pode perder.
E já que estamos em Arganil, impõe?se uma subida à Senhora do Mont?Alto. Se sair do carro verá que tem a sensação que é capaz de tocar o céu. Lá em baixo, montes e vales recortam?se naturalmente acolhendo as aldeias, as vilas ou as cidades que os homens foram construindo para se abrigar. Na grande maioria dessas terras, sobressaem as igrejas pela sua riqueza e beleza arquitectónica e pela ?elegância? das suas torres bem visíveis de qualquer lado que as olhemos. Mas isto, pode crer, dava ?pano? para mangas e para umas férias diferentes.


Comentários cá do je.........

Isto é mesmo promoção turistica da região.
Veja-se o que se passa com Poiares. Nem placas nem roteiros a indicar as suas belezas naturais.
Teve de ser a antiga JAE a colocar algumas placas na EN-2 e EN-17 se não as pessoas ainda se perdiam.
É simplesmente uma vergonha o que se passa no concelho de Poiares, quanto a isto e quanto à toponimia, mas enfim....burro velho não aprende linguas.

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