quarta-feira, setembro 01, 2004

Autarquias no centro de protecção da floresta


O ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves, deu ontem posse em Miranda do Corvo a Luciano Lourenço, como coordenador da Agência para a Prevenção de Fogos Florestais que está sediada naquele concelho, no Centro de Biomassa para a Energia.

Dentro de cinco anos já será possível analisar alguns resultados, disse o ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Costa Neves.
Luciano Lourenço, geógrafo e docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, vai gerir a Agência, que depende do Ministério da Agricultura e tem como missão concertar estratégias no âmbito da prevenção e protecção contra fogos florestais.
o governante apontou a falta de coordenação como a principal deficiência do sistema de prevenção e combate aos fogos florestais que nos últimos dois anos atingiram proporções trágicas.
No entanto, mostrou-se confiante de que num espaço de cinco anos já sejam visíveis resultados e que «daqui a uma geração a situação dos fogos florestais esteja controlada».
Para que isso aconteça, Costa Neves garantiu que o Plano Nacional de Defesa da Floresta estará concluído no primeiro trimestre de 2005 e que as Câmaras terão os seus planos municipais elaborados até Dezembro.
«O sucesso deste trabalho vai ser consoante o envolvimento das autarquias locais que tem a responsabilidade de constituir comissões municipais de defesa», reforçou o governante.
Anunciou ainda que serão lançadas campanhas de sensibilização públicas, uma vez que a maioria dos incêndios são motivados por negligência humana, e melhorada a articulação entre os centros de detecção de incêndios e os centros de operações.
Para além da prevenção, o ministro considera que é necessário gerir a floresta, o que tem sido o «grande problema».
«O Estado tem de gerir melhor o que é seu, apoiar a gestão dos baldios e apoiar técnica e financeiramente os privados», sublinhou. Em Portugal 85% da floresta está nas mãos de privados, 12% são baldios e apenas 5% pertence ao Estado.


A Agência não é, nem poderá vir a ser, uma varinha de condão que, com sucessivos passes de mágica, resolverá, de imediato e de um momento para o outro todos os problemas que se colocam em termos de incêndios florestais», alertou Luciano Lourenço.
Contudo, considera que será possível em 2008 reduzir o número de ocorrências de incêndios na ordem dos 20% relativamente à média do quinquénio 1999/2003.

O professor apelou também às autarquias para que instituam rapidamente o seu gabinete Técnico Florestal com vista à optimização dos recursos e ao planeamento integrado de acções concretas.

Aproveitando a presença do ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Fátima Ramos, queixou-se da morosidade que leva a rever o Plano Director Municipal e sugeriu a criação de uma legislação que facilite a construção nas aldeias serranas.Desta forma, defendeu a autarca, estaríamos a evitar a desertificação do interior e consequentemente a perder vigilantes da floresta.

«Sempre que se dificulta a fixação de um casal numa das muitas aldeias de Portugal, estamos a perder mais vigilantes da nossa floresta».

«Alguns técnicos de gabinete criam condicionalismos excessivos, criando reservas florestais, agrícolas e ecológicas que em alguns casos são excessivas»,

Fátima Ramos, presidente da Camara de Miranda tem-se confrontado com bastantes situações desta natureza.

Comentários cá do je.....


Já aqui o je se manifestava ha varios anos contra as RENs e as RANs onde alguns técnicos de gabinete criam condicionalismos excessivos,ao criarem reservas florestais, agrícolas e ecológicas que em alguns casos são verdadeiros abortos.
E a grande verdade é.............Sempre que se dificulta a fixação de um casal numa das muitas aldeias de Portugal, estamos a perder mais vigilantes da nossa floresta

Tambem fazer reservas florestais de montes de silvas ás portas das casas de algumas aldeias do interior....tem provocado estes estardalhaços destes fogos.

Esperemos que estas duas personalidades pelo menos tentem aliviar a pressão sobre as aldeias martires dos fogos.

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