sábado, julho 30, 2005

Mário Soares já lançou a sua campanha



Enquanto vai ouvindo os partidos, personalidades, associações, sindicatos e cientistas Mário Soares já lançou a sua campanha, contrariando a malícia dos cavaquistas que tentam passar a ideia de que Soares já está fora do prazo; com o outdoor que vai a ser lançado Mário Soares quer dizer que ainda está em condições para mais um par de meias-solas e que na próxima presidência o Palácio de Belém vai abandonar as presidências abertas para escancarar as portas às "boas abertas".

Pacheco Pereira ficou um bocadinho danado:

Soares concorre porque não lhe passa pela cabeça qualquer partilha do poder socialista. Ele é um homem de partido, com uma cultura jacobina do poder, quer no estado, quer no partido, e pouco propício a partilhá-la com quem acha que não é da família ou da tribo. Nesta pulsão, reconhece-se o mesmo Soares que empurrou o grupo socialista do Parlamento Europeu para uma estratégia do "tudo ou nada", e que o levou ao "nada".
Depois, quando perdeu, chamou com despeito "dona de casa" à sua concorrente, que ainda por cima era uma mulher. O mesmo tipo de atitude existe para um Cavaco que ele achará sempre que é um parvenu na "sua" democracia. Para ele seria uma quase afronta que Cavaco fosse Presidente, no lugar que foi o seu, e "mandasse" no PS. Irritava-o o que achava ser uma complacência dos socialistas perante a inevitabilidade de Cavaco. Convenceu-se de que só ele o pode impedir, e não desdenha mostrar essa capacidade salvífica combatendo para o evitar, o que aliás é mérito seu, porque combativo será sempre.

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