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quarta-feira, maio 12, 2004
Crianças detectaram o perigo na ?casa dos distraídos?
A Oficina de Segurança da Lousã recebeu as primeiras crianças que desde logo se mostraram ágeis a encontrar o perigo em casa. Inaugurada ontem, esta oficina pretende sensibilizar a pequenada para as questões básicas de segurança. Ainda mal começou e o projecto já vai ser alargado a pais e educadores com o objectivo de pôr os mais pequenos a ensinar os maiores
«Vamos visitar a casa da família dos distraídos», anunciou uma das voluntárias da Oficina de Segurança da Lousã. A euforia foi geral. De sinal de stop em punho, as crianças começaram a visita pela casa detectando e assinalando o perigo com o sinal em cada uma das divisões. O pequeno Pedro foi o primeiro a encontrar o perigo na sala da casa: «o ferro não pode estar em cima da roupa», explicou, assinalando de imediato o local. Só custou o primeiro, porque desde logo as crianças assinalaram, um a um, os perigos nas diversas divisões da casa. Cigarros em cima do sofá, facas ao alcance das crianças, electrodomésticos no lava-loiça, fichas de electricidade sobrecarregadas, medicamentos e detergentes ao alcance das crianças, nada escapou aos olhares atentos dos mais novos.
A Oficina de Segurança da Lousã foi ontem inaugurada, na presença do presidente da Câmara Municipal da Lousã e do coordenador municipal da Protecção Civil. Neste dia, as primeiras crianças a serem conduzidas pela Preventinha, a mascote do projecto, mostraram que, afinal, sabem muito bem onde se esconde o perigo.
«A função principal (da oficina) é fazer com que as crianças descubram os perigos em casa, na via pública, na escola, entre outros», disse Parola Gonçalves, coordenador municipal da Protecção Civil da Lousã. Mas o objectivo do projecto não se fica por aqui. «Queremos que as crianças vão descobrindo o perigo e nos digam o que é que está mal», explicou Parola Gonçalves, salientando que esta será a particularidade do projecto que afinal quer fazer com que as crianças se sintam «mais úteis», sendo elas as primeiras a alertar os pais. E esta, é para o coordenador da Protecção Civil, uma «nova forma pedagógica»: os monitores são, afinal, meros orientadores já que cabe à criança detectar e explicar o que está errado.
Inaugurada ontem por Fernando Carvalho, presidente da autarquia da Lousã, a Oficina de Segurança, a funcionar na Casa dos Magistrados, tem como objectivo sensibilizar os jovens em idade escolar para as questões básicas de segurança, nomeadamente riscos de incêndio, sinistralidade rodoviária, e acidentes domésticos. A oficina não é mais do que uma casa de habitação familiar onde as crianças, dos 3 aos 10 anos, vão assinalar as situações de perigo. Ao todo, são 10 os voluntários da Protecção Civil, que a partir de agora têm a missão de conduzir os mais novos pela ?casa da família dos distraídos?.
O projecto não se fica pelas crianças, mas pretende chegar também aos pais e educadores. Nesse sentido estão já abertas as inscrições para que as visitas se estendam também aos mais velhos um domingo por mês, numa iniciativa que pretende «ter os filhos a ensinar os pais», como adiantou o coordenador municipal da Protecção Civil.
Na Casa dos Magistrados, edifício cedido pela autarquia da Lousã, funciona agora a Oficina de Segurança, a par do Serviço Municipal de Protecção Civil. O edifício é constituído por uma sala de recepção, cozinha, sala, casa-de-banho, quarto, sala de jogo, sala de formação, sala para a Protecção Civil e uma secretaria de apoio. Este é um projecto da Câmara Municipal e do Serviço Municipal de Protecção Civil da Lousã em parceria com os Bombeiros Municipais da Lousã e de Serpins, Guarda Nacional Republicana da Lousã e Centro de Saúde da Lousã.
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