segunda-feira, maio 03, 2004

Críticas de Jaime Soares marcam comemorações ....


Os Bombeiros Municipais da Lousã estão de parabéns. No passado sábado festejaram 100 anos de existência e como prenda o presidente da Câmara anunciou a aquisição de três novas viaturas, investimento que ultrapassa os 30 mil contos. A cerimónia ficou marcada pelas contundentes críticas de Jaime Soares ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e pela apresentação de um livro sobre a corporação

Foi no longínquo ano de 1904 que a corporação de bombeiros da Lousã, na altura voluntários, começou a dar os primeiros passos. Já lá vão 100 anos. No sábado passado, corporação e população não deixaram passar em branco esta data história, assinalando a efeméride com uma cerimónia presidida pelo governador civil de Coimbra.
A sessão ficou marcada por fortes críticas de Jaime Soares, presidente da Federação Distrital dos Bombeiros, ao Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil que se fez representar pelo seu presidente, general Paiva Monteiro (ver notícia ao lado).
As boas novas saíram da boca do presidente da autarquia, Fernando Carvalho, que anunciou a aquisição de três viaturas, um veículo urbano e dois de combate a incêndios, cujo investimento ultrapassa os 30 mil contos.
«Todos nós sabemos que o corpo de bombeiros tem lacunas em termos de equipamentos, alguns deles já com uma idade avançada, outros já bastante distantes das últimas tecnologias. Mas também é verdade que os apoios para sua renovação por parte do Estado nos últimos cinco anos têm sido nulos», lembrou o autarca.
Fernando Carvalho criticou ainda o facto de os equipamentos adquiridos para os municipais terem um sistema fiscal extremamente penalizante em comparação com o dos voluntários. «Não podemos continuar a aceitar esta diferenciação negativa, que nos prejudica e nos impede de fazer investimentos extremamente necessários», salientou.
O governador civil de Coimbra, Fernando Antunes, presidiu às cerimónias e encerrou os discursos, elogiando «o extraordinário grupo que existe na Lousã».

Livro conta história
da corporação

A cerimónia de comemoração do centenário foi palco para a apresentação do livro do bombeiro João Pereira de Melo (que já foi segundo comandante), intitulado “Bombeiros Municipais da Lousã – 100 anos de História”.
A obra, segundo o autor, «pretende ser uma pequena homenagem e singela homenagem ao corpo de bombeiros da Lousã e aos seus bombeiros».
Durante a sua compilação, João Melo afirmou ter-se debatido com poucas fontes existentes, enfatizando que «as pessoas da Lousã são simples e nunca se preocuparam em construir história, mas sim em servir o próximo».
O livro, editado pela autarquia, retrata toda a história da corporação e revela que em 1897, sete anos da sua constituição, os lousanenses aspiravam a organizar um serviço contra incêndios que terá sido protelado por falta de recursos.
Durante a cerimónia foram promovidos novos bombeiros e atribuídas medalhas. Também a própria corporação foi distinguida com o crachá de ouro, atribuído pela Liga dos Bombeiros Portugueses, pelos 100 anos de actividade.

Renovação da frota
é prioritária

O comandante João Lopes era um homem bastante satisfeito. «Sinto-me muito feliz por esta data especial e de ter na minha guarda muitos jovens», disse ao Diário de Coimbra.
Constituída por 157 bombeiros, entre homens e mulheres, a corporação recebeu com bastante agrado as «prendas» anunciadas pelo presidente da Câmara, Fernando Carvalho.
«De facto, a nossa grande necessidade são viaturas, mas com a aquisição das três viaturas anunciadas pelo senhor presidente vamos ficar bem servidos», considerou João Lopes.
Em breve vão chegar ao quartel um carro urbano com capacidade para oito mil litros de água e mil de espuma e mais duas viaturas para combate a fogos florestais.
Mas as prendas não se esgotaram aqui. O SNBPC atribuiu um subsídio de 25 mil euros para aquisição de equipamento e as seis Juntas de Freguesia da Lousã, conjuntamente com a Comissão de Baldios de Vilarinho, ofereceram uma motobomba rebocável de grande capacidade.



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