terça-feira, maio 17, 2005

LOUSÃ ? Fogo detectado por robôs aéreos



Diversas universidades da Europa a trabalharem em conjunto, mostraram na Lousã como vai ser, no futuro, a detecção e monitorização de fogos florestais.

Alunos e investigadores de Portugal, Espanha, França, Alemanha e Suécia, reuniram?se periodicamente, ao longo dos últimos três anos, no Aeródromo da Lousã, para desenvolver um sistema inteligente de comunicações entre os respectivos meios aéreos robotizados. O consórcio adoptou o nome de COMETS, integrando dois helicópteros concebidos pela unidade de investigação da Universidade de Berlim, um outro da Universidade de Sevilha e um dirigível fabricado pelo núcleo de aeronáutica da Universidade de Toulouse.
Os frutos do trabalho realizado foram apresentados, tendo sido dada por concluída a parceria internacional. Na ocasião, foi feita uma demonstração no terreno, onde se constatou o nível tecnológico alcançado, uma vez que, segundo o líder do projecto, é a primeira vez se obtém uma coordenação de diferentes meios aéreos robotizados. O anfitrião da iniciativa, presidente da Associação para o Desenvolvimento de Aerodinâmica Industrial (ADAI), Xavier Viegas, disse que estão aqui algumas das equipas mais avançadas da Europa, em robótica e aerodinâmica, acrescentando que os colegas estrangeiros encontraram na Lousã, condições excelentes de espaço, incluindo o laboratório da ADAI.

Robôs-aéreos comunicaram entre si
A operação revestiu?se de algumas espectacularidade de meios, uma vez que através de quatro tendas montadas no aérodromo, as diversas equipas, munidas de potentes computadores portáteis e rádio?comandos, colocaram os equipamentos no ar em simultâneo. Através de uma simulação de incêndio foi possível observar que o helicóptero?robô alemão detectou o fogo através de sensores e de uma câmara de fotografar, contactando com o seu congénere espanhol que, por sua vez, através da câmara de infravermelhos, validou a informação e marcou as coordenadas por GPS, com uma margem de erro de um centímetro.
Ao dirigível?robô, que planava sobre os restantes aparelhos aéreos, coube fazer a monitorização de todos os dados.
Estava assim demonstrado o sucesso da operação. Ao governador civil de Coimbra coube fazer a ponte entre a esfera científica e a aplicação prática do projecto. Henrique Fernandes quis saber se um equipamento de monitorização e vigilância deste tipo poderia estar operacional em breve nas florestas portuguesas. Os cientistas envolvidos responderam afirmativamente, ressalvando que, embora tenha sido provado que o sistema de comunicações é fiável, são necessários meios aéreos mais robustos e de maior autonomia. As principais questões que se colocaram aos protótipos apresentados prendem?se como o tempo de permanência em voo, necessidade de contacto visual com os helicópteros?robô e capacidade de resistência do dirigível a ventos com velocidades superiores a 10 quilómetros por hora.

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