terça-feira, maio 10, 2005

Piódão afirma-se como centro de arte rupestre



O município de Arganil e o Instituto Português de Arqueologia (IPA) vão assinar um protocolo de colaboração para a prospecção e inventariação de arte rupestre ao ar livre na freguesia do Piódão. O acordo surge na sequência de trabalhos ali realizados e que já permitiram localizar mais de 50 rochas gravadas.

Os trabalhos de campo que conduziram à instalação do Museu do Piódão permitiram, conforme foi noticiado na altura, a localização, nesta freguesia, de um significativo conjunto de arte rupestre atribuível ao Neolítico e Idade do Bronze entre o terceiro e primeiro milénios antes de Cristo. Na sequência dos achados, lembra o vereador da Cultura da autarquia de Arganil, Mário Vale, justificava-se a realização de prospecções sistemáticas», orientadas para a identificação e registo de novos sítios. Para que tal acontecesse, a autarquia arganilense apresentou ao Instituto Português de Arqueologia um projecto para prospecção e inventariação» de arte rupestre ao ar livre na freguesia do Piódão e, na sequência da aprovação do projecto, foram feitas novas investigações que permitiram localizar mais de 50 rochas gravadas, explica Mário Vale, o que transforma o vale da Ribeira de Égua e montanhas em redor num dos mais importantes santuários portugueses de arte rupestre dos referidos períodos.
O carácter homogéneo e concentrado das gravuras sugeriu também, desde o início, acentua Mário Vale, a possibilidade de a Câmara instalar, na Freguesia do Piódão, um Centro Interpretativo de Arte Rupestre, que funcionasse como pólo articulador de diversos circuitos guiados. Este projecto, aliás, encontra-se actualmente em fase adiantada de execução, sublinhando o vereador que, para o efeito, estão a decorrer obras de adaptação na antiga escola primária de Chãs d?Égua.
Torna-se agora necessário, para a sua concretização, refere o autarca, consolidar as investigações realizadas, passando ao estudo específico dos painéis mais importantes.
Para esta nova sequência de trabalhos (que envolve, nomeadamente, a fotografia com luz artificial e o decalque das gravuras em película plástica) foi solicitada a colaboração técnica e científica do Centro Nacional de Arte Rupestre (CNART), organismo sedeado em Foz Côa que, sob a direcção de António Martinho Baptista, superintende o estudo de inventariação da arte rupestre em Portugal.
O acordo entre as duas partes consubstanciou-se numa primeira campanha de trabalhos de campo (actualmente a decorrer), e a presença desta equipa de arqueólogos e técnicos do CNART no Piódão, vai ser aproveitada, simbolicamente, para a assinatura de um protocolo de colaboração entre o município de Arganil e o IPAR.
No final desta cerimónia, seguir-se-á uma visita guiada aos locais onde se localizam algumas das rochas gravadas mais importantes.l

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