quinta-feira, julho 29, 2004

MAPA DE RISCO DE FOGOS



Comentarios ca do je..........

Ora vejam como nos maiores incendios ocorridos na Arrabida e na Serra do Caldeirão no Algarve o boneco não estava pintado.
Ha cada uma nestas previsões. E ha quem não acredite nas sondagens eleitorais onde o erro é menor.

Os dedos e os anéis.....

No rescaldo dos incêndios de 2003, o Governo fez promessas de que iria investir em meios de prevenção e de combate a uma calamidade que vai consumindo a floresta portuguesa e o património de numerosas famílias. Mas as boas intenções anunciadas quando as chamas ainda alastravam pelo país perderam-se nos labirintos burocráticos da administração pública. Adiadas ou simplesmente esquecidas, numa espiral de irresponsabilidade cujos resultados estão novamente à vista.

Em menos de sete meses, a área ardida em Portugal durante este ano já ultrapassou os números que se verificaram em igual período de 2003, pesadelo que, pela sua invulgar dimensão, parece ter convencido as autoridades de que não se repetiria. O desaparecimento de uma parte da reserva natural da Serra da Arrábida ou a voracidade insaciável das chamas na região do Algarve, perante a impotência de bombeiros e populações, são novamente o espectáculo desolador da realidade de um país que ainda há pouco tempo era desafiado, por causa das conquistas no plano desportivo, a sacudir a sua descrença e a melhorar a respectiva auto-estima.

A crua verdade é que a Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais, ideia lançada pelo anterior ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, não passa de uma ficção. Liderada pelo actual secretário de Estado das Florestas, a sua primeira reunião só se realizou em Junho passado. Mesmo a tempo de os seus responsáveis assistirem à chegada de uma nova onda de destruição maciça que avança sem resistência perante as mesmas carências de sempre: falta de equipamentos e de meios financeiros e humanos, ineficácia na prevenção e inabilidade para forçar os proprietários a procederem a tarefas tão essenciais como a limpeza das matas.

A incapacidade para definir prioridades que não estejam sujeitas aos critérios arbitrários decorrentes da força dos "lobbies" é um dos sinais de subdesenvolvimento de um Estado simultaneamente pesado e fraco. O contraste entre a inexistência de recursos para aplicar no combate aos fogos e a generosidade dos cofres públicos para construir estruturas sumptuosas destinadas à realização de um evento desportivo efémero, transmitem a imagem de um país patético, apostado em melhorar as aparências enquanto varre o resto para debaixo do tapete. E, ano após ano, vão-se os dedos embora fiquem alguns anéis.

PROCESSAR O ESTADO


O principal problema dos incêndios é a "falta de ordenamento e o Estado tem de ser responsabilizado por isso". A opinião é do advogado José Sá Fernandes que está a ponderar processar o Estado pelos incêndios florestais que vão consumindo sistematicamente várias zonas do País.

José Sá Fernandes está a ponderar processar o Estado pelos fogos
"É inadmissível, não há prevenção, não há ordenamento, mas alguém tem de ser responsabilizado", refere em declarações ao CM, precisamente no dia [ontem] em que a sua dedicação às causas cívicas lhe valeu o Prémio Nacional do Ambiente Fernando Pereira 2003/2004.

Para já, Sá Fernandes está a amadurecer a ideia de instaurar uma acção judicial, prometendo analisar a situação mais a fundo quando terminar o período de férias.

O Estado tem de aprender que as coisas têm de ser bem feitas, é preciso reflectir e fazer estudos. Há milhares de coisas que se podem fazer para evitar a ocorrência dos incêndios?, refere acrescentando ser ?intolerável? que as chamas tenham consumido parte de dois parques naturais como o Gerês e a Arrábida e agora as terras do Vale do Ceira.

"As questões do ambiente e do ordenamento do território são de todos nós. Se nos começarmos a preocupar, vamos ter menos incêndios e vamos viver melhor", disse, frisando que o preocupa, sobretudo, a qualidade de vida das pessoas.

"Estas coisas do ambiente, não são só as melgas. É preciso que o ministro do ambiente seja o primeiro a preocupar-se com o sector e as autarquias tambem".

VALORES QUE SE PERDEM

Com Portugal ainda a arder, e o novo Governo a mostrar algum autismo de salão perante a dimensão da catástrofe que se abate sobre o País.

Com os autarcas das áreas atingidas a fazer o seu papel sazonal de virgens ofendidas ? como se também sobre eles não recaíssem pesadas responsabilidades. Falemos de cidadania.

A reacção das pessoas hoje tende para a passividade onde antes se manifestava uma atitude solidária e proactiva. Perante os incêndios, agora, tudo repousa na capacidade de resposta das autoridades. As gentes só se mobilizam quando o incêndio põe em risco os seus próprios interesses. Ainda há poucas décadas, as aldeias mobilizavam-se para combater o fogo que rondava qualquer aldeia vizinha. Assegurava-se assim a reciprocidade.

Todos vamos perdendo os valores da boa vizinhança e é assim no campo como na cidade. Entregamo-nos nas mãos do Estado, seja para combater incêndios, prevenir crimes, matar a fome. Ninguém quer incómodos. Que o digam os muitos que terão visto uma adolescente morrer atropelada, em pleno meio-dia, na rua principal do Laranjeiro. Não estão para se maçar contando o que viram, apesar dos apelos doridos da mãe da vítima.

No fogo, na aflição, ou na dor, voltamos costas. E este é um novo inferno.

Inferno em Poiares

 As chamas lavraram com intensidade ao longo de horas, mas uma mobilização geral dos bombeiros conseguiu ?encurralar? o fogo que, por volta das 20h00, foi considerado circunscrito na zona de Poiares.
As operações de rescaldo do maior incêndio registado até ao momento no distrito prolongaram-se pela noite dentro. As chamas eclodiram por volta das 15h20, na zona de Ponte Ribas, concelho de Poiares e depressa se propagaram para a zona da Lousã, Miranda, lavrando com maior intensidade no concelho de Poiares. Rapidamente todos os meios disponíveis foram mobilizados, numa concertação ímpar que deu os seus frutos, como sublinhou o comandante do Centro Distrital de Operações e Socorro de Coimbra (CDOSC).
Para o local foram mobilizados 190 bombeiros, oriundos de 22 corporações, de Coimbra, Brasfemes, Arganil, Coja, Lagares da Beira, Oliveira do Hospital, Vila Nova de Oliveirinha, Tábua, Miranda do Corvo, Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penacova, Poiares, Penela, Serpins, Mira, Montemor-o-Velho, Soure e Figueira da Foz. Com praticamente todas as corporações de bombeiros do distrito (e outras de Viseu) com meios no terreno, foi tempo para actuarem os meios aéreos (até cerca das 20h35) operação a cargo dos ?dromadair´s? da Lousã e helicópteros de Pampilhosa da Serra e Ferreira do Zêzere, tendo sido mesmo equacionada a deslocação de um ?heli? de Braga, cuja actuação acabou por ser dispensada, dado que a actuação massiva e coordenada de todos estes meios, auxiliados ainda por ?bulldozers?, no terreno, conseguiu controlar as chamas.Uma actuação massiva, de total pressão, com os meios «suficientes», como sublinha fonte do CDOSC e que conseguiu debelar as várias frentes de fogos que se foram criando, com o incêndio a ser dado por circunscrito por volta das 20h00.Foi, de acordo com a mesma fonte, o «maior incêndio registado este ano no distrito de Coimbra» e as dificuldades foram muitas. O responsável do CDOS de Coimbra aponta, como grandes problemas, as «mudanças do vento e os maus acessos», na medida em que se está numa zona densamente florestada e bastante acidentada. Um «ataque cerrado» que venceu as chamas, cuja destruição não estava, ontem à noite, contabilizada, mas que envolverá, certamente, algumas dezenas de hectares de mato e eucaliptal. Sublinhe-se que, apesar da violência das chamas, nunca estiveram em risco habitações.
Jaime Soares, comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares, assumiu pessoalmente o comando das operações no terreno. No final, já com as chamas sob controlo, sublinhou as dificuldades, enfatizando «a geografia do terreno e o vento muito forte que se fazia sentir». Uma situação agravada pelo «intenso calor, baixa humidade» e pela existência de «uma floresta desprotegida», totalmente «à mercê das forças da natureza».O facto de se estar numa zona densamente florestada, com predominância para o eucalipto, não ajudou. Isto porque, explica Jaime Soares, «as folhas de eucalipto voam, qual hélice de helicóptero e vão atear novos focos de incêndio a 100, 200, 300 ou 400 metros de distância». «Esse foi o nosso grande problema. Tínhamos as frentes mais ou menos controladas e as chamas saltavam por todos os sítios», afirma.
O também presidente da Câmara Municipal de Poiares sublinha a actuação massiva dos meios envolvidos e «um sistema de coordenação que funcionou razoavelmente», forças combinadas que permitiram «encurralar» o fogo, diz, usando uma expressão que lhe é particularmente cara neste tipo de circunstâncias.Soares não deixa, todavia, de referir a «complicação das forças da natureza», ali conjugadas numa «mistura explosiva». «Há sempre fogo a mais e não há bombeiros ou carros a mais. A força é tão grande que é difícil de contrariar», diz, sublinhando que «é necessário as pessoas analisarem as coisas, com ponderação, quando se pronunciam, para não se ouvirem sucessivas barbaridades».?
Um desafio de todos?Pensar o que fazer com a floresta é outro dos desafios que Jaime Soares coloca. «Tem de se exigir ao Governo que crie legislação ? e está a ser criada -, que a regulamente e faça cumprir. Se isso acontecer, daqui a 10/15 anos poderemos ter sinais de recuperação na nossa floresta», considera.
Soares, um veterano na ?guerra pela floresta?, lembra que há 30 anos começou a falar em prevenção e planeamento, sentindo-se «pregar no deserto». «Hoje digo as mesmas coisas», sublinha, apelando a uma mobilização geral, dos políticos, dos proprietários, da população em geral, no sentido de uma discussão e participação construtiva em torno da floresta.«É uma discussão que nos envolve a todos, todos temos de fazer alguma coisa», refere e lembra que «esta força da natureza» também faz ?vítimas? em territórios e países dotados com bastantes mais meios e planeamento, com acontece em França, Estados Unidos, Austrália e Estados Unidos.«Devemos assumir uma perspectiva construtiva e solidária», remata, contrariando tendências «desestabilizadoras» que, por vezes, «usam os fogos como arma de arremesso político-partidário». «Isto é um problema de todos e assim deve ser considerado», remata o também presidente da Distrital do PSD de Coimbra. Os bombeiros permaneceram durante a noite no local, com o apoio de máquinas de ?arrasto?, para garantir o não reacendimento das chamas.

quarta-feira, julho 28, 2004

Agência de Prevenção de Fogos sem condições para funcionar

 O secretário de Estado das Florestas e ex-director da Agência Nacional para a Prevenção de Fogos Florestais, reconhece que faltam recursos humanos e financeiros e que aquela estrutura não tem condições para funcionar. Luís Pinheiro admite também estar à procura de um novo responsável para assumir as funções de directorUm dia depois dos ambientalistas terem questionado a actividade da Agência Nacional para a Prevenção de Fogos Florestais, o secretário de Estado das Florestas, Luís Pinheiro, admitiu ontem que aquele organismo «não tem condições para trabalhar por falta de recursos financeiros e humanos».Em declarações à agência Lusa, o ex-director disse que quando aquela estrutura foi anunciada, em Outubro de 2003, «era de prever que não estivesse em pleno funcionamento durante a época de incêndios deste ano».A Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais foi criada a 21 de Abril, tendo ficada instalada em Miranda do Corvo, no Centro da Biomassa para a Energia.O secretário de Estado das Florestas adiantou que quando tomou posse como director-geral da Agência, antes de assumir funções governativas, já estava lançado o Orçamento de Estado de 2004 pelo que não foi possível dotar o organismo de recursos.«Não era expectável que a Agência funcionasse antes do pe-ríodo de incêndios» disse Luís Pinheiro, sublinhando que não lhe compete ter «acções de execução na prevenção de incêndios», dado que é um organismo de coordenação destinado a concertar estratégias.O governante referiu que enquanto director--geral elaborou um orçamento para o funcionamento da Agência que esteve em apreciação no Ministério das Finanças, reconhecendo igualmente que também as alterações no Governo motivaram atrasos neste processo.Papel atribuído aosrecursos florestaisNa única reunião das entidades que com- põem a Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais, realizada no dia 30 de Junho, Luís Pinheiro destinou à Direcção Geral dos Recursos Florestais o papel daquela estrutura enquanto esta não tivesse todas as condições para trabalhar.Apesar dos condicionalismos, referiu, a Agência assinou um protocolo com a ANMP no valor de cinco milhões de euros para a criação de gabinetes técnicos municipais de prevenção de incêndios num grande número de autarquias. O objectivo da Agência para a Prevenção de Incêndios Florestais é a criação de um Plano Nacional de Prevenção que congregue todas as iniciativas de prevenção de incêndios a nível nacional.Para além de um director, compõem este organismo, um representante do Estado-Maior das Forças Armadas, do Serviço Nacional de Protecção Civil, Direcção Geral dos Recursos Florestais, director-geral da Polícia Judiciária, presidente do Instituto de Meteorologia, presidente do Instituto de Conservação da Natureza, representante do Ministério da Educação e presidente da Associação Nacional de Municípios.O secretário de Estado disse ainda à agência Lusa que está «à procura de um novo director--geral para o organismo» que está sem responsável desde 17 de Julho, dia em que o próprio abandonou aquelas funções para tomar posse no Governo de Santana Lopes.  

Ponte de Penacova pode abrir aos peões

http://www.diariocoimbra.pt/fotos/7885.JPG 
A ponte metálica de Penacova, que está interdita desde dia 12, devido à ruptura de um dos cabos de suspensão, deverá abrir apenas para os peões dentro de um mês. Entretanto, o director de estradas lembra que a sua ordem de interdição ao trânsito nada teve a ver com avisos sobre deficiências na estrutura, mas sim no pavimento

A ruptura de um dos tirantes da ponte metálica de Penacova, na madrugada do dia 12 deste mês, nada tem a ver com as indicações para o trânsito ser restringido, emitidas pelo Instituto das Estradas (IEP) três dias antes, ordens que, ao serem revogadas no dia a seguir, levantaram polémica.
O esclarecimento é do director de Estradas do distrito, que afirma nunca ter sido informado do perigo de ruptura, mas apenas dos graves problemas que afectavam o pavimento, que se preparava para ser reparado no fatídico dia 12.
Segundo José Gomes, a ?história? já vem de Novembro de 2003, altura em que foi adjudicado ao engenheiro Carlos Ferraz, da empresa Estobra, o projecto para a reabilitação total da estrutura. Ainda segundo aquele responsável, durante a execução do projecto, o IEP terá pedido à empresa projectista que se pronunciasse sobre as condições de segurança da ponte. A resposta chegou em Maio, na qual, de acordo com o comunicado do IEP o projectista informou ter realizado uma vistoria aos cabos de suspensão, relatando que os mesmos, «?na generalidade, não apresentavam problemas de riscos graves? e que ?foram vistoriadas as selas sobre as torres dos pilares, as quatro amarrações e as várias fixações dos cabos?».
Diz José Gomes que em finais de Junho, a mesma empresa alertou o IEP sobre «uma evolução muito gravosa em relação à questão da ruptura do pavimento sobre o pilar da margem direita, recomendando que a obra deveria ficar restringida só ao tráfego de ligeiros e limitado à velocidade de 30 Km/h».
«Perante esta questão, de imediato mandei fazer os sinais de informação adequados e difundi as restrições, via fax, para as entidades competentes e órgãos de comunicação social», diz o director de estradas, justificando um posterior fax a anular estas medidas porque uma análise ao estado do pavimento, realizada pelos técnicos do IEP concluiu ser apenas necessário limitar o trânsito imediatamente antes do início das obras.
«Não era nesta data previsível que acontecesse qualquer outro problema que não fosse o do pavimento, dado que o relatório anterior dizia que os cabos estavam bons», afirma José Gomes, frisando que tendo em conta dois problemas diferentes, «a decisão tomada por mim não pôde ser condicionada pela informação dada pelo Engenheiro Ferraz». O próprio comunicado emitido pelo IEP refere que «a ruptura do cabo de suspensão da ponte no encontro da margem esquerda não é relacionável com as anomalias no pavimento detectadas sobre o pilar da margem direita, referidas pelo projectista» no seu aviso de Junho.
Enquanto as populações de uma e outra margem se deparam com dificuldades e transtornos, o Instituto das Estradas continua a intervencionar a ponte, reparando os danos estruturais, no sentido de conseguir possibilitar a passagem a peões dentro de cerca de um mês. De acordo com os prazos previstos, só dentro de três meses estará substituído o sistema de suspensão da ponte, de forma que possam circular os veículos ligeiros.
Numa segunda fase, a implementar posteriormente, vão-se realizar as restantes obras de reabilitação, necessárias para que o trânsito possa circular sem restrições.




quinta-feira, julho 15, 2004

O Monstro das Bolachas.....

Santana mandou uma boca e foi o que se viu. O autarca de Santarém dá saltinhos de alegria. As rádios e as TVs fizeram foruns. Os antiregionalistas do PSD aplaudiram e os regionalistas do PS criticaram.

No Jaquinzinhos sugere-se uma alternativa. Em vez de mudar o Ministério da Agricultura para Santarém, porque não extingui-lo?

Para que é que precisamos de um Ministério da Agricultura? Para distribuir subsídios contrata-se um banco, que o fará com eficácia alocando meia dúzia de funcionários. Uma ou duas funções necessárias de fiscalização concessionam-se. Testes laboratorias fazem-se nas universidades. Fazia-se uma boa limpeza.

Acontece que este minstério é um excelente representante da burocracia à portuguesa. É assim "O Monstro das Bolachas":

O MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS é composto pelo GABINETE DO MINISTRO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS, que para lá do chefe de gabinete e três secretárias pessoais comporta tem ainda um chefe de gabinete adjunto, quatro assessores normais, dois assessores de imprensa e dois assessores para a reforma agrária. Acompanham esta equipa meia dúzia de secretárias e uma catrefada daquilo a que se costuma chamar staff.

O Ministério tem três secretarias de estado. O SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO E DAS PESCAS não me parece ser um homem só. Está acompanhado pelo Chefe de Gabinete do Secretário de Estado Adunto e das Pescas, ajudados por 3 secretárias pessoais. Existem dois adjuntos do Chefe de Gabinete do Secretário de Estado Adunto e das Pescas e três assessores do Secretário de Estado Adjunto e das Pescas.

Já o SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO RURAL tem uma chefe de gabinete da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional e é mais comedido nas secretárias pessoais. Duas chegam. O Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural tem apenas dois adjuntos e três assessores.

No meio de tudo isto, a SECRETARIA DE ESTADO DAS FLORESTAS merece um aplauso. Não vejo como é que o senhor Secretário de Estado das Florestas consiga gerir o seu estaminé apenas com uma chefe de gabinete da Secretaria de Estado das Florestas, duas secretárias pessoais e apenas três adjuntos.

Entramos depois nos Serviços Centrais. O primeiro com interesse é o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Serve este gabinete para apoiar a concepção e assegurar a coordenação, avaliação e acompanhamento das políticas agro-alimentares, do desenvolvimento rural e das pescas, no âmbito nacional e comunitário, participar na formulação das políticas sectoriais e acompanhar a execução das medidas que as sustentam e coordenar e apoiar as relações dos serviços do Ministério com a União Europeia, organizações internacionais e países terceiros.

Tem uma directora de gabinete de planeamento e política agro-alimentar e dois subdirectores. Para cumprir a sua nobre missão, existe uma DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSUNTOS EUROPEUS E RELAÇÕES INTERNACIONAIS que, dada a complexidade das tarefas se divide em três outras divisões: A DIVISÃO DE ASSUNTOS EUROPEUS, a DIVISÃO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS e a DIVISÃO DE COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO.

Como é evidente isto é muito insuficiente para o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Tem mais divisões. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO que por sua vez se divide na DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS e na DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL. Não nos devemos esquecer da DIVISÃO DE DIVULGAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS, da DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, do GABINETE JURÍDICO e da DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E INFORMÁTICA.

Aparte destas divisões, chamadas de apoio técnico e administrativo, existem os chamados SERVIÇOS OPERATIVOS. O primeiro é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ESTATÍSTICA E GESTÃO DE INFORMAÇÃO, que tutela a DIVISÃO DE ESTATÍSTICAS AGRÍCOLAS E DOS MERCADOS AGRO-ALIMENTARES e a DIVISÃO DE INQUÉRITO, METODOLOGIA ESTATÍSTICA E GESTÃO DE INFORMAÇÃO. Depois existe a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ESTUDOS, PLANEAMENTO E PROSPECTIVA que não quer ficar atrás e também tem as suas divisões: a DIVISÃO DE ESTUDOS E ANÁLISE DE CONJUNTURA, a DIVISÃO DE PLANEAMENTO E POLÍTICAS, a DIVISÃO DE POLÍTICA SÓCIO-ESTRUTURAL e a DIVISÃO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO.

Por sua vez a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUÇÕES VEGETAIS tutela a DIVISÃO DE CULTURAS ARVENSES, a DIVISÃO DE AZEITE E AZEITONAS, a DIVISÃO DE AÇUCAR, TABACO, BANANA, TÊXTEIS E OUTROS E A DIVISÃO DE FRUTAS, HORTÍCOLAS E FLORES. (Não se pode dividir isto mais um bocadinho? Talvez separar o tabaco das bananas não seja má ideia.)

Continuando que ainda estamos longe do fim. Chegamos à DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUÇÕES ANIMAIS, com as suas orgulhosas DIVISÕES DE BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS, DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS e a DIVISÃO DE AVES, OVOS E SUINOS.

Assim encerramos o GABINETE DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR. Passemos aos seguintes.

Além do parcimonioso serviço central de AUDITORIA JURÍDICA, temos a INSPECÇÃO-GERAL E AUDITORIA DE GESTÃO, com um director-geral e uma Subdirectora-Geral. Esta Inspecção Geral tem uma DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AUDITORIA DE ACÇÕES ESTRUTURAIS E DE GESTÃO que coordena a DIVISÃO DE AUDITORIA DE ACÇÕES ESTRUTURAIS e a DIVISÃO DE AUDITORIA DE GESTÃO. Por sua vez a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AUDITORIA DE ACÇÕES CONJUNTURAIS E DE GESTÃO coordena a DIVISÃO DE AUDITORIA DE ACÇÕES CONJUNTURAIS e a DIVISÃO DE AUDITORIA DE GESTÃO. ELEMENTAR.

Também aqui encontramos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE INSPECÇÃO E PROCESSOS ESPECIAIS (SIPE), com a sua DIVISÃO DE PROCESSOS ESPECIAIS e a DIVISÃO DE INSPECÇÕES ESPECÍFICAS.

Voltemos aos Serviços Centrais para vos apresentar a SECRETARIA GERAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS.

Aqui encontramos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE RECURSOS HUMANOS, com as suas necessárias DIVISÃO DE PLANEAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL.

Também por aqui se encontra a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS FINANCEIROS E PATRIMONIAIS que ostenta as orgulhosas DIVISÃO DE PROGRAMAÇÃO E GESTÃO FINANCEIRA, REPARTIÇÃO DE ORÇAMENTOS E CONTABILIDADE e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL.

Continuando na viagem, passamos pela DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INFORMÁTICA mais a sua DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO, o CENTRO DE FORMAÇÃO E PRODUÇÃO DE AUDIO VISUAIS (o que seria uma organização destas sem auto-produção de audio visuais?) e finalmente a DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO INFORMÁTICA.

Finalmente, na SECRETARIA GERAL DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS encontramos um GABINETE JURÍDICO.

Continuando a viagem pelo Ministério, eis-nos num novo serviço central. A DIRECÇÃO GERAL DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE ALIMENTAR. Para lá do Director-Geral e do Subdirector-Geral, esta Direcção geral também tutela várias Direcções, a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO que coordena a DIVISÃO DE RECURSOS HUMANOS E INFORMÁTICA, o NÚCLEO DE INFORMÁTICA e a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DA QUALIDADE ALIMENTAR por sua vez coordena a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL e a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL.

Existe também nestes serviços centrais a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE CERTIFICAÇÃO, NORMALIZAÇÃO, PROMOÇÃO E GARANTIA DA QUALIDADE ALIMENTAR. Aqui todos gostam de nomes grandes. Esta Direcção coordena a DIVISÃO DE CERTIFICAÇÃO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DOS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, a DIVISÃO DE CERTIFICAÇÃO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DOS PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL, a DIVISÃO DE NORMALIZAÇÃO E GARANTIA DA QUALIDADE ALIMENTAR e o NÚCLEO DE ROTULAGEM E EMBALAGENS.

Por sua vez, o DEPARTAMENTO DE COORDENAÇÃO E APOIO TÉCNICO coordena o NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS, o NÚCLEO DE FORMAÇÃO e o NÚCLEO DE PLANEAMENTO E ESTATÍSTICA.

Um outro importante departamento é DEPARTAMENTO DE REGULAMENTAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO ALIMENTAR. Também aqui preferem os núcleos. Têm dois, o NÚCLEO DE REGULAMENTAÇÃO e o NÚCLEO DAS CONTRA-ORDENAÇÕES.

Já o imprescindível GABINETE DAS TROCAS INTRACOMUNITÁRIAS E COM PAÍSES TERCEIROS parece-me muito só. Não tem núcleos nem divisões. Injusto.

Ainda por aqui, encontramos o LABORATÓRIO CENTRAL DE QUALIDADE ALIMENTAR, com as suas DIVISÃO DE MICROBIOLOGIA, DIVISÃO DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS COMUNS, ADITIVOS E CONTAMINANTES e a DIVISÃO DO VALOR FÍSICO E TECNOLÓGICO E MICROBIOLOGIA. Pura ciência.

O SERVIÇO DO AUDITOR DE AMBIENTE DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS parece-me ser mais contido. Aguenta-se com um pequeno gabinete de apoio e secretariado.

Um dos Serviços Centrais mais importantes é o INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL E HIDRÁULICA, que resulta da fusão entre a DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL (DGDRural) e o INSTITUTO DE HIDRÁULICA, ENGENHARIA RURAL E AMBIENTE (IHERA).

A lei orgânica que criará as dezenas de capelinhas ainda não chegou, mas os fundidos tinham as suas organizaçõezinhas. A DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL tinha a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO, o GABINETE JURÍDICO e a DIVISÃO DE INFORMAÇÃO E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL, que deve dar para pagar umas viagenzitas. Esta direcção ainda tem mais uns directores e respectivo staff nos seus serviços operativos: o primeiro é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PLANEAMENTO E AMBIENTE, que se subdivide na DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO E INFORMÁTICA, na DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS HUMANOS, na DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL e ainda na REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL.

Em segundo lugar aparece a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DOS RECURSOS NATURAIS E DOS APROVEITAMENTOS HIDROAGRÍCOLAS, também alimenta bastantes clientelas, nomeadamente na DIVISÃO DE CARTOGRAFIA E INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA, na DIVISÃO DE SOLOS, na DIVISÃO DE HIDROLOGIA AGRÍCOLA E QUALIDADE DA ÁGUA e na não menos importante DIVISÃO DE APOIO AOS PERÍMETROS DE APROVEITAMENTO HIDROAGRÍCOLA. O que seria de nós sem eles?

A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE HIDRÁULICA E ENGENHARIA RURAL também está bem cheinha de divisões. São elas a DIVISÃO DE REGA, DRENAGEM E CAMINHOS, a DIVISÃO DE ESTRUTURAS HIDRÁULICAS, a DIVISÃO DE MECANIZAÇÃO AGRÁRIA e a DIVISÃO DE ESTRUTURAÇÃO AGRÁRIA. Gosto de ver a quantidade de gente que trabalha a bem do país.
Finalmente, a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO DE PROJECTOS E OBRAS dá trabalho a mais uns quantos chefes de divisão e respectivas equipas, na DIVISÃO DE TOPOGRAFIA, na DIVISÃO DE OBRAS E FISCALIZAÇÃO e no GABINETE DE GESTÃO DO PARQUE DE MÁQUINAS.

Mas se isto era a DIRECÇÃO GERAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL, a outra que com esta se fundiu é bem mais interessante. É presiso fôlego para descrever esta direcção. Junto ao Director, há 4 gabinetes: o GABINETE DE APOIO JURÍDICO, o NÚCLEO DE PROMOÇÕES E RELAÇÕES PÚBLICAS, o SERVIÇO DE COMÉRCIO DE GADO, LEILÕES E BOLSAS e o serviço de APOIO TÉCNICO À CAMPANHA LANAR. Pois.

Depois temos 4 Direcções de Serviços e 19(!!!) divisões ou unidades orgânicas. É assim:

A primeira direcção é a DIRECÇÃO DE AMINISTRAÇÃO que tem a DIVISÃO DE FORMAÇÃO, GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E INFORMÁTICA, a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. A segunda é a DIRECÇÃO DE PLANEAMENTO com as suas DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO E TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO, DIVISÃO DE ESTUDOS, PLANEAMENTO E PROSPECTIVA, e DIRECÇÃO DE PROGRAMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO. E o importantíssimo OBSERVATÓRIO DO MUNDO RURAL. Em terceiro lugar temos a DIRECÇÃO DE ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ESPAÇO RURAL, mais as suas DIVISÃO DE GESTÃO DE PROGRAMAS E PROJECTOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL, a DIVISÃO DE VALORIZAÇÃO DO AMBIENTE NATURAL E DO PATRIMÓNIO CULTURAL, a DIVISÃO DE DIVERSIFICAÇÃO DE ACTIVIDADES NO MEIO RURAL e a DIVISÃO DE PROMOÇÃO DE PRODUTOS DE QUALIDADE. A quarta e última mas não menos importante direcção chama-se DIRECÇÃO DE QUALIFICAÇÃO E ASSOCIATIVISMO. As suas divisões são todas de morrer e pedir mais. Temos a DIVISÃO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, a DIVISÃO DE ASSOCIATIVISMO E APOIO INSTITUCIONAL, a DIVISÃO DE GESTÃO E CONTROLO DE FORMAÇÃO, a DIVISÃO DE RENOVAÇÃO DO TECIDO PRODUTIVO e ainda a importante unidade orgânica que dá pelo nome de CENTRO NACIONAL DE FORMAÇÃO TÉCNICA E HERDADE DE GIL VAZ.

Voltando aos Serviços Centrais do Ministério, aqui está mais um: a DIRECÇÃO GERAL DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS. O organigrama desta imbatível direcção geral é mais uma longa lista de direcções, divisões e coisas afins. Assim, adjuntos ao Director Geral e ao Subdirector-Geral (há sempre um amigo perto de nós), temos o sempre presente GABINETE JURÍDICO e o GABINETE DE GARANTIA DE QUALIDADE. Esta Direcção Geral tutela o CENTRO NACIONAL DE REGISTO DE VARIEDADES PROTEGIDAS e tem mais 4 Direcções de Serviços. Começemos a viagem pela DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FITOSSANIDADE, e pelas suas 4 divisões, a DIVISÃO DE INSPECÇÃO FITOSSANITÁRIA, a DIVISÃO DE SANIDADE VEGETAL, a DIVISÃO DE PRAGAS E MEIOS DE PROTECÇÃO e a DIVISÃO DE IDENTIFICAÇÃO E BIOECOLOGIA DE PATOGÉNEOS. O passeio continua pelas 3 divisões da DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE SEMENTES E PROPÁGULOS, a DIVISÃO DE SEMENTES, a DIVISÃO DO CATÁLOGO NACIONAL DE VARIEDADES e a DIVISÃO DE MATERIAIS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA. Muito bonitas, todas elas. A terceira direcção a visitar é a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS que tem apenas 4 divisões: a DIVISÃO DE HOMOLOGAÇÃO, a DIVISÃO DE TOXICOLOGIA AMBIENTE E ECOTOXICOLOGIA, a DIVISÃO DE FORMULAÇÕES E RESÍDUOS e a DIVISÃO DE AVALIAÇÃO BIOLÓGIGA. Para ajudar todos estes serviços temos a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE GESTÃO, ADMINISTRAÇÃO E APOIO TÉCNICO, mais as suas basilares divisões: a DIVISÃO DE PLANEAMENTO, INFORMÁTICA E ESATÍSTICA, a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÔES PÚBLICAS e a REPARTIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO GERAL. Uauuu... Isto só pode ser uma S&P 500...

Já em 2004 foi criada a DIRECÇÃO GERAL DOS RECURSOS FLORESTAIS. Esta direcção geral aguarda a lei orgânica que lhe permitirá criar todos os tachos e capelinhas para dar emprego a muitos amigos, mas para já tem apenas um director e três sub-directores. Em breve terá muitos mais. No âmbito da DIRECÇÃO GERAL DAS FLORESTAS encontram-se outras organizações úteis, como a AGÊNCIA PARA A PREVENÇÃO DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS.

Chegamos então à DIRECÇÃO GERAL DE VETERINÁRIA. Eu bem queria descrever esta organização, mas fico por aqui. Esta é das mais mastodônticas e só de olhar para o organigrama, canso-me.

Chegado a este ponto, descrevi 10 serviços. Faltam ainda 12.

E faltam também 7 serviços regionais, cada um a mimetizar o serviço nacional.

Por exemplo, a DIRECÇÃO REGIONAL DE AGRICULTURA DE ENTRE-DOURO E MINHO, tem um Director Regional e dois Subdirectores Regionais. Os SERVIÇOS DE APOIO TÉCNICO E ADMINISTRATIVO têm a DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO e a DIVISÃO DE GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLO ORÇAMENTAL, a DIVISÃO DE FORMAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS, a DIVISÃO DE DOCUMENTAÇÃO, INFORMAÇÃO E RELAÇÕES PÚBLICAS e a DIVISÃO DE ORGANIZAÇÃO INFORMÁTICA. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE PLANEAMENTO E POLÍTICA AGRO-ALIMENTAR tem uma DIVISÃO DE ESTUDOS e uma DIVISÃO DE PROGRAMAÇÃO, RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS. Depois vêm os SERVIÇOS OPERATIVOS DE ÂMBITO REGIONAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AGRICULTURA tem a DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS, a DIVISÃO DE PRODUÇÃO ANIMAL, a DIVISÃO DE VITIVINICULTURA E FRUTICULTURA, a DIVISÃO DE PROTECÇÃO DAS CULTURAS e a DIVISÃO DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE DESENVOLVIMENTO RURAL tem a DIVISÃO DE INFRAESTRUTURAS RURAIS, HIDRÁULICA E ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL, a DIVISÃO DE ASSOCIATIVISMO E RENDIMENTO DO TECIDO PRODUTIVO e a DIVISÃO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLO DA QUALIDADE ALIMENTAR tem a DIVISÃO DE AJUDAS À PRODUÇÃO E AO RENDIMENTO, a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE ORIGEM VEGETAL e a DIVISÃO DE FISCALIZAÇÃO DOS PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DAS FLORESTAS tem a DIVISÃO DE VALORIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO FLORESTAL, a DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONSERVAÇÃO FLORESTAL e a DIVISÃO DE CAÇA E PESCA NAS ÁGUAS INTERIORES. A DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE VETERINÁRIA tem a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DE VIANA DO CASTELO, a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DE BRAGA, a DIVISÃO DE INTERVENÇÃO VETERINÁRIA DO PORTO, o CORPO DE INSPECÇÃO SANITÁRIA e a DIVISÃO DE CONTROLO FITOSSANITÁRIO.

Temos ainda na direcção regional o NÚCLEO REGIONAL DO CORPO NACIONAL DA GUARDA FLORESTAL, o NÚCLEO TÉCNICO DE LICENCIAMENTO, as ÁREAS DE SUPERVISÃO do ALTO MINHO, do BAIXO MINHO, da ÁREA METROPOLITANA DO PORTO E BAIXO DOURO e de SOUSA E RIBADOURO, a ESTAÇÃO DE HORTOFLORICULTURA, a ESTAÇÃO DE CULTURAS ARVENSES, a DIVISÃO DE PRODUÇÃO ANIMAL, a DIVISÃO DE VITIVINICULTURA E FRUTICULTURA, a DIVISÃO DE LEITE E LACTICÍNIOS e o CENTRO AQUÍCOLA DO RIO AVE.

Ainda na Direcção Regional, temos o MUSEU AGRÍCOLA REGIONAL DE ENTRE DOURO E MINHO, os CENTROS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL de VAIRÃO, ARCOS DE VALDEVEZ, AROUCA, S. TORCATO, BARCELINHOS, PAÇOS DE FERREIRA e VILA NOVA DE CERVEIRA.

Agora é só multiplicar por 7 e ficamos com o panorama da regionalização deste ministério.

E isto é só no insignificante Ministério da Agricultura.

Deus nos ajude.

quarta-feira, julho 14, 2004

Donos de terras sem uso devem ser penalizados

O director regional de Agricultura da Beira Litoral, Leonel Amorim, defendeu ontem em Aveiro a penalização fiscal de quem detém a terra e «não a usa, não a arrenda e não a vende», degradando a paisagem rural

Falando na abertura de um seminário promovido pela Associação dos Jovens Agricultores de Portugal(AJAP) sobre as alterações ao programa Agro, Leonel Amorim salientou que a Beira Litoral é a mais pulverizada do país, em termos de dimensão das propriedades.
Para o director regional, a dificuldade dos jovens no acesso à terra é um dos principais problemas com que se deparam na região, contrastando com o abandono da actividade agrícola.
Leonel Amorim disse ser necessário exercer uma maior pressão ambiental para contrariar esse abandono, que degrada a paisagem rural e o ambiente e penalizar em termos fiscais os proprietários das terras que as deixam incultas.
«É necessário penalizar fiscalmente os que não utilizam, não arrendam e não vendem as terras, visando a especulação», advogou, considerando que muitos não fazem nada com as terras, não obstante não poderem construir, porque mantêm a expectativa de um dia o poderem vir a fazer, o que prejudica a modernização da agricultura. A escassez de terra, apesar de haver terras abandonadas, dificulta o estabelecimento dos jovens agricultores que precisam de dimensionar a sua exploração, o que, sublinhou, acentua a desertificação das zonas rurais.
Para o director regional de Agricultura, um contributo para contrariar o fenómeno deverá ser também a diferenciação regional das ajudas, em função do preço da terra. «As ajudas devem ser repensadas numa diferenciação positiva, tendo em conta as zonas onde o preço da terra é mais elevado», defendeu.
A Beira Litoral apresenta apenas três por cento de agricultores com menos de 35 anos, quando a média nacional é de cinco por cento e a comunitária se situa nos oito por cento e o número de jovens inscritos no subsídio ao gasóleo agrícola tem vindo sempre a descer, desde 1999 até 2004.
Mesmo os 3200 jovens formados no sector até 1999, na região, só um terço beneficiou de ajudas à instalação e após cinco anos já metade tinha abandonado a actividade agrícola, devido às dificuldades encontradas.
Além da dificuldade de acesso à terra, a falta de acompanhamento dos investimentos feitos é outra das dificuldades com que os jovens agricultores se deparam, segundo referiu o presidente da AJAP, Firmino Cordeiro.
«Há jovens arrojados que fizeram investimentos e acabaram endividados, por falta de acompanhamento», relatou Firmino Cordeiro, que questionou o destino dos técnicos que têm sido formados nas escolas superiores agrárias e cuja escassez se nota no terreno.

Comentarios ca do je.......

Nunca se viu tanta asneira junta.
Será que este Director consegue distinguir uma carqueija duma esteva?
Nem se sabe se ele pretende um novo PREC com uma Reforma Agraria para dar " a terra a quem a trabalha" ou se ainda quer sacar mais uns centimos aos desgraçados que foram abandonados nas suas aldeias que durante uma vida... a sua e a das gerações anteriores conseguiram capitalizar essas terras como patrimonio de todo o seu trabalho....e que alguem progressivamente as depreciou bem como ao fruto que essas terras produziam.
Ninguem ha 30 anos quis preparar estas gentes para as modernices que se adivinhavam.Por isso é que toda a gente fugiu do mundo rural.
Não é o sr. Director que tem de se queixar destas gentes. É esta gente que se deve queixar de pessoas como o sr. Director.
Já houve alguem que se lhes tivesse dirigido a propor rentabilizar-lhes as terras?
Porque não propõe a criação de bolsas de terrenos para quem os quiser trabalhar, agricultar ou florestar?
O sr. Director não deve ainda ser do tempo em que um alqueire de milho dava para pagar uma semana de trabalho braçal.Hoje esse alqueire paga-se com meia hora de trabalho.Já vi que não comeu a broa que o diabo amassou.

Penalizar?......ainda mais?

Fale é em incentivar quem ainda por paciência ou destino se deixa ficar pelas suas aldeias a amanhar as suas territas e à espera que o fogo lhes queime aquilo que eles ainda dizem que é deles e que julgam que vale uma fortuna.
Por isso é que choram quando o fogo lhes bate à porta ou quando são recambiados para os Lares.

Autarca ameaça impedir passagem de pesados



O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares ameaçou ontem impedir a passagem de veículos pesados pelo centro da vila se o Governo não aprovar rapidamente a construção de uma nova ponte de ligação a Penacova

A travessia sobre o Mondego de ligação entre os dois concelhos está fechada ao trânsito desde segunda-feira, depois de um dos cabos de aço de suporte da ponte ter partido e aberto uma fenda na junção dos tabuleiros.
A ponte mantém-se encerrada por tempo indeterminado e as alternativas à circulação rodoviária são a EN2 e a EN110, através da Ponte do Louredo, ou o IP3 (Ramal do Miro).
A circulação de peões entre as duas margens está a ser assegurada por uma carrinha, por iniciativa da Câmara de Penacova. Agora, o autarca de Vila Nova de Poiares e presidente da Federação Distrital de Coimbra do PSD, Jaime Soares, reclama a «máxima urgência» na aprovação de um projecto em elaboração há uma década e para o qual a autarquia «aguarda há seis meses por resposta» do Governo.
«Ou o Instituto de Estradas de Portugal (IEP) arranja isto depressa ou não vou consentir por muito mais tempo que todo o trânsito pesado passe pelo centro da vila», avisou.
O autarca afirmou que «tomará as medidas que entender» necessárias à resolução do problema e adverte que «ou mudam de agulha ou vão ter problemas com o presidente da Câmara de Poiares».
«Fazem Pólis e estádios e não uma ponte onde passam milhares de pessoas todos os dias?», questionou, indignado.
O director regional do IEP, José Gomes, disse ontem à Agência Lusa que técnicos do organismo estão a «estudar as possíveis formas de intervenção, se reabilitar a ponte (interdita ao trânsito) e a que nível ou outra solução».
«O tabuleiro é muito resistente e os aços permitem deformações consideráveis», disse, referindo que a ponte estava com circulação limitada a 30 quilómetros/hora desde sexta-feira e no dia em que o cabo de aço se partiu previa-se o corte da circulação a pesados, com vista a obras de manutenção.
O presidente da Câmara de Penacova, Maurício Marques (PSD), que «a melhor solução seria a construção de uma nova ponte».
Uma das preocupações do autarca era a conduta de água existente no interior da ponte, que «abastece mais de metade do concelho», mas esta, «até agora, não sofreu qualquer estrago».


Comentarios ca do je.....

Mas já não foi feita uma ponte entre Poiares e Penacova ha uns anos e ate se chamava a Ponte Europa?
Então para que foi feita essa ponte?
Agora ate ja se pode chamar a Ponte Europa, pois a outra mudou de nome para Rainha Santa.
Bem feito.

Miranda do Corvo - Testado o parque eólico mais potente


A empresa Enernova SA, do grupo EDP, procedeu ontem aos primeiros ensaios no parque eólico de Vila Nova - neste momento o maior a nível nacional em potência instalada - com vista à sua ligação à rede eléctrica nacional

Tiveram ontem início os primeiros testes no parque eólico de Vila Nova, situado no Alto da Mestrinha (Miranda do Corvo). Até ao final do mês deverão estar concluídos os ensaios aos 10 aerogeradores, prevendo-se que nessa altura comecem a fornecer energia para a rede nacional, através de uma linha de alta tensão que liga à subestação da Lousã.
Conforme notícia avançada pelo Diário de Coimbra, este empreendimento é constituído por 10 aerogeradores, da marca Vestas, com uma potência instalada de 20 MW, 2000 KW cada, com capacidade para produzir 50 GWH por ano, o suficiente para abastecer um aglomerado populacional de 30 mil habitantes.
Segundo fonte da Enernova, a construção do parque eólico de Vila Nova veio permitir que fossem remodeladas as linhas de alta tensão entre Marco dos Pereiros e Lousã e desta ao Pontão. «Estamos a instalar linhas mais fortes, com maior capacidade de transporte de energia», referiu a mesma fonte.
Tem também a vantagem de a linha que actualmente liga ao Pontão passar, em meados de 2006, a ligar à subestação de Penela que, entretanto, será construída. Uma medida que vem aumentar a fiabilidade do abastecimento aos concelhos de Lousã e Miranda do Corvo, uma vez que passa a poder ser abastecida por qualquer uma daquelas linhas, contrariamente ao que sucede actualmente.

Ampliação arranca em Setembro

A partir de Setembro deve ter início a obra de ampliação do parque com a instalação de mais três aerogeradores, que consistirão num reforço da potência instalada em 6MW, embora a licença atribuída pela DGE obrigue a limitar a potência máxima de ligação à rede em 5,3 MW.
Segundo José Godinho, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova, a inauguração do parque só deverá acontecer depois de estar concluído o seu alargamento.
Para além receber pelo aluguer dos terrenos, o autarca conseguiu que todas as empresas envolvidas na construção do parque eólico suportassem os custos da construção de um observatório astronómico que ficará situado na área circundante.
Uma obra que, segundo José Godinho, deverá rondar os 150 mil euros. «Não se trata de uma contrapartida da Enernova, mas sim de um conjunto de boas vontades que se uniram para financiar este projecto da Junta», sublinhou.
Os trabalhos deverão arrancar ainda este ano, existindo já um acordo verbal com a Universidade de Aveiro para a dinamização e apetrechamento daquele espaço.
Brevemente será também construído naquela área um heliporto para apoio ao combate de fogos florestais, estando já executadas as respectivas terraplanagens.

Novo parque pode vir a ser construído

Existe ainda a possibilidade de ser construído um segundo parque eólico na serra de Vila Nova, isto se a Enernova ganhar o concurso nacional que vai ser lançado para atribuição de 500 MW de potência e que obriga à construção de uma fábrica de aerogeradores em Portugal.
«Vamos concorrer em parceria com um fornecedor de aerogeradores e se o Governo nos atribuir essa potência provavelmente iremos construir um segundo parque em Vila Nova que é um sítio muito bom em termos de vento», referiu fonte da empresa.
Para em 2010 atingir a directiva comunitária de 39 % do consumo energético provir de energias renováveis serão precisos ainda instalar qualquer coisa como 1.500 aerogeradores.

domingo, julho 11, 2004

Texto "caído" no Correio Electrónico do Poiares-on-line como pertencendo a J.Pacheco Pereira.

Embora não tendo a confirmação da autenticidade da assinatura (não está no Abrupto nem o vimos no Público), aqui vai.

É bem feito. Os sinais estavam lá. As novelas. As intermináveis e desconchavadas novelas em que todas crianças frequentam colégios da Linha e são louras e precocemente parolas. As Lux e as Flash. O telejornal da TVI. O futebolês e a sua miríade de constelações e estrelas, as maiores, as menores e as anãs, os dirigentes, os agentes, os jogadores, as transferências e os treinadores de bancada e de café.
O 24 Horas e as suas manchetes sanguíneas e colunas rosa-choque. Os três diários desportivos. Os Big Brother's e as chusmas de indigentes que revelaram, geraram e adularam. Os caciques locais.

Felgueiras.Agueda. Marco de Canaveses. A justiça, apoucada e achincalhada. A Alexandra Solnado e as conversas de Jesus com a cabritinha. As abstenções, galopantes. A política, trauliteira e lapuz. Os impropérios lançados a esmo, pelos carroceiros e pelas azêmolas que habitam o Parlamento e as autarquias deste país de norte a sul. Os deputados que o são porque dominam as concelhias. O triunfo da demagogia, a vitória fácil do populismo.

A farsa da Madeira, esse espectáculo pornográfico instalado há anos na Casa da Vigia, onde perora um senhor anti-democrata e fascista tipo Bokassa, adulado por um dos dois maiores partidos portugueses.

A lenta agonia da Cultura. A asfixia da Ciência. A sangria, continuada, mortal, dos nossos melhores homens e mulheres, em demanda de melhores países, de outras instituições que os animem, que os reconheçam. A invasão obscena do betão em tudo o que é Parque Natural, zona protegida, Rede Natura, arriba fóssil, rio selvagem, orla costeira.

As oportunidades perdidas. O Alqueva. Os fundos de Coesão. O Fundo Social Europeu.

Os subsídios à agricultura dados de mão beijada a pessoas que não sabem distinguir um cão de uma ovelha. Os jipes. Os condomínios privados. Os montes no Alentejo. As férias no Brasil e as festas no Algarve. Os milhares que provam, provado, o adágio que diz que quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem.

Os Ferraris do Vale do Ave. Os processos que prescreveram. Os jornais, as rádios, as revistas, as televisões que estão na mão de apenas três grandes grupos económicos. As campanhas eleitorais, pagas a peso de ouro, a troco não se sabe bem do quê. As negociatas. As promessas. As mentiras. Os impostos que iriam descer e afinal sobem. O emprego que iria subir e afinal desce. O IVA que já foi a 17% e agora é a 19%.

O Santana Lopes que passou do Sporting para a Figueira, da Figueira para Lisboa e de todas as vezes foi eleito. Democraticamente. E que foi alçado a número dois do PSD estando, por esse facto, na linha de sucessão para o cargo de primeiro-ministro.

E, quando tudo isso aconteceu, onde estávamos nós?

Na praia? No café? Na Ler Devagar, a folhear Heidegger? Em Londres, a admirar Buckingham Palace?

Não sei onde estávamos. Sei, apenas, que estávamos calados. E é por isso que é bem feito.

Demitimo-nos do dever de falar, de esclarecer, de protestar, de votar. E, se alguns, poucos, falavam, muitos assobiavam para o ar, como se não fosse nada connosco. Era sempre com eles, com os políticos. E estávamos errados: a política é nossa. A política somos nós que a devemos fazer, participando, votando, reclamando, exigindo.

Abstivemo-nos e as coisas aconteceram. Os factos surgiram e ficaram impunes. Os acontecimentos seguiram o seu curso, o barco singrou desgovernado, com os incapazes ao leme e os arrivistas a bater palmas. Agora que o impensável se acastela no horizonte, assim ficamos, aflitos, o coração nas mãos, a perguntarmo-nos: como foi possível? Como será possível?

E mais aflitos ainda ficamos porque sabemos: é possível. Pode acontecer.


Pode acontecer que Paulo Portas e Santana Lopes, dois parasitas do poder, dois demagogos, dois populistas, se enquistem em São Bento. Mesmo as eleiçõesantecipadas, a ocorrer, poderão não o impedir. Mais: as eleições poderão até ser o impulso que necessita essa associação simbiótica contra-natura para se declarar vitoriosa. Bastam uma fotografias nas revistas do coração, uns beijinhos nalgumas feiras, uns ósculos nalgumas recepções, três ou quatro discursos ocos, cheios de sonoridade e de impacto televisivo, a aura de salvadores da pátria e dos bons costumes, e lá vai o povinho do futebol, dos morangos com açúcar e do 24 horas a correr às urnas, ungir o Sr.Feliz e o Sr.Contente com os louros do poder.

E, mesmo que não aconteçam eleições, a cartilha está igualmente traçada. Os impostos a cair. As festas para o povo pagas com o erário público, esse erário minguante que à custa de tanto e de tantos foi custosamente aforrado nos dois últimos anos. As promoções em catadupa, os Institutos Estatais criados por decreto, para promover os novos boys e criar novos empregos efémeros. Os gastos à tripa forra para contentar taxistas, sindicatos, peixeiras, comerciantes, função pública.

Os saneamentos. A ostracização dos críticos, dos descontentes, dos que se manifestam.

Tudo isto pode acontecer. Não só por dois anos, mas também por quatro. Ou mais. Até que o dinheiro se acabe ou até que vague o cargo de Presidente de qualquer coisa. Que até pode ser o do País, que a malta nem se importa muito.

Afinal, é fartar vilanagem!

sábado, julho 10, 2004

Tropas do Exército vigiam florestas ...à volta de Poiares.

Patrulhas apeadas do Exército vigiam os perímetros florestais das serras da Lousã e Buçaco 24 horas por dia, no âmbito da operação «Presença Solidária». Integram esta missão 150 militares que estão aquartelados junto ao aeródromo da Lousã. As acções de prevenção e detecção de focos de incêndio em áreas de terreno particularmente difícil começaram no dia 1 de Junho e vão manter-se até ao dia 30 de Setembro

De mochila e arma às costas, todos os dias três patrulhas com seis a oito homens são infiltrados em diversas zonas florestais no perímetro urbano das serras da Lousã e Buçaco, para acções de vigilância, prevenção e detecção de fogos florestais.
Ontem, numa visita ao aquartelamento da Lousã, o comandante da operação ?Presença Solidária?, coronel Diamantino Correia, explicou aos jornalistas que esta é a segunda fase das missões que o Exército Português está desenvolver no apoio à prevenção e combate aos fogos florestais.
Numa primeira fase foram abertos aceiros e estradas florestais em todo o país, numa extensão de 400 quilómetros, alguns em locais inacessíveis para as empresas privadas, através da engenharia pesada do Exército.

A unidade aquartelada na Lousã é constituída por 150 militares que integram uma força operacional de escalão de companhia, constituída por pelotões de Comandos, de Pára-quedistas e de Operações Especiais e destacamentos de transmissões, de apoio aos serviços e sanitários.
A operação ?Presença Solidária? abrange os concelhos de Miranda do Corvo, Lousã, Góis, Penacova, Penela, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Arganil, Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital, numa área aproximada de 1.100 quilómetros quadrados.
Até ao momento, decorridos 39 dias de operação, foram efectuadas 117 patrulhas que percorreram a pé 1.491 quilómetros e 9.251 em viaturas, tendo já contactado com 658 povoações. A actividade dos militares já permitiu detectar oito focos de incêndio nesta área.
O concelho de Miranda do Corvo é aquele onde já foram efectuadas mais acções de patrulha. Uma situação que, segundo Sérgio Correia, da Direcção Geral dos Recursos Florestais, se deve ao facto deste possuir maior número de ocorrências em termos de ranking.

Comentarios ca do je......

Poiares ate parece que é auto suficiente...ou será que ja ninguem passa cartão a Poiares. Ate já parece um enclave.....

Coimbra distingue legado cultural de Virgílio Caseiro

Coimbra distingue legado cultural de Virgílio Caseiro
O maestro Virgílio Caseiro é distinguido hoje com a medalha de mérito cultural da cidade de Coimbra, numa homenagem que decorre, a partir das 18H30, no Palácio de S. Marcos. Um jantar e um concerto da Orquestra de Câmara de Coimbra, com Paulo Soares, do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra e da Escola Portuguesa D?Arte Equestre constituem a festa. Esta homenagem ao maestro responsável pela formação de sucessivas gerações de músicos é co-organizada pela Reitoria da Universidade, pela Câmara Municipal e pela Orquestra de Câmara de Coimbra
Virgílio Caseiro, músico por constituição genética

Virgílio Caseiro, de 56 anos, é natural de Ansião, onde estudou até vir para o antigo Liceu D. João III (actual Escola Secundária José Falcão), em Coimbra, e ingressar na Universidade de Coimbra para cursar Engenharia Mecânica.
Em 1968 ingressa na Força Aerea tendo efectuado a sua recruta na Base Aerea nº2 na Ota como cadete, tirando a especialidade de Material Terrestre.Talvez daí a sua grande paixão pelo modelismo....já que se deslocava para a Ota no seu Mini-Cooper S, saindo do antigo Texas Parque onde se juntava com os camaradas coimbrinhas. Foram contemporaneos desses tempos os primos Cortesões -Ilidio e Jaime , o Alvaro e o Luis Soares.
Quis o destino que a crise académica de 1969 lhe mudasse definitivamente a trajectória.
Desde cedo se embrenhara no espírito académico, inscrevera-se no Orfeon Académico e no Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, pelo que acabou por optar pela carreira musical, fazendo o Curso Superior de Canto no Conservatório de Música de Coimbra, onde teve como docente aquele que considera o seu pai musical, o professor Mário Joaquim Sousa Santos.
Prosseguindo os estudos na área musical, licenciou-se em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa, em 1988 e, seguidamente, fez o mestrado em Ciências Musicais na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Actualmente, prossegue o doutoramento em Ciências Musicais, com um trabalho sobre a Canção de Coimbra, na Universidade Nova de Lisboa, sendo orientado por Salua Castelo Branco.
Cantou em diversos coros e criou o Coro dos Professores de Coimbra, do qual foi regente. Criou também o grupo de música medieval e renascentista ?Ars Musicae?, a Orquestra de Câmara de Coimbra e a Orquestra Para-Sinfónica Juvenil, sendo regente de ambas.
É maestro do Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, professor na ACM e na Escola Superior de Educação de Coimbra. Ainda tem tempo para o modelismo, um hobbie que muito diverte este maestro que se rege pela batuta do bom humor.