terça-feira, outubro 07, 2008

Preço da madeira de pinheiro cai 50%

A falta de controlo no transporte de madeira contaminada com a doença do pinheiro pode gerar novos focos de nemátode, que atinge 100 mil hectares em Coimbra, onde os preços baixaram 50% e há serrações ameaçadas.
O director-executivo da Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAP), Luís Alcobia, receia que, "salvo inspecções pontuais", a madeira infectada esteja a circular sem controlo sanitário de norte a sul do país.
O primeiro foco da doença do pinheiro foi detectado em 1999, na Península de Setúbal. Em Abril passado, o nemátode foi localizado em matas da Lousã e de Arganil, distrito de Coimbra e terá alcançado o Minho, segundo Fernando Alves, da Associação Portuguesa de Agricultura Florestal, Floresta e Desenvolvimento Rural, sediada em Viana do Castelo.Dirigentes de várias associações florestais ouvidos pela agência Lusa reclamam apoios governamentais para o abate de árvores doentes e reflorestação de zonas afectadas, para evitar alterações na paisagem e efeitos na fauna e na flora e abandono da floresta.Só no interior do distrito de Coimbra, a área contaminada atinge cerca de 100 mil hectares. Arganil, Tábua e Penacova são os concelhos mais atingidos pela doença, indica a Associação Florestal Caule, da Beira Serra, cujo dirigente Vasco Campos prevê que, "dentro de cinco a seis anos", todo o país esteja atingido com manchas semelhantes.
Os dirigentes associativos, que defendem também a necessidade de campanhas de sensibilização, temem pelo futuro da economia de montanha e notam que está suspensa há três meses a exportação de madeira, nomeadamente para Espanha.
As serrações e a indústria da região estão sem capacidade para tratar a madeira pelo calor e há produtores a proceder a cortes antecipados de árvores, vendendo-as a preços muito desvalorizados ("ao desbarato", na expressão do presidente da Junta de Freguesia de Mouronho, em Arganil, Manuel Gambôa), receando que venham a ser afectadas pela doença, baixando ainda mais o rendimento dos produtores.
Trata-se de uma freguesia maioritariamente constituída por área florestal, ocupando a maior parte da sua população activa e desempenhando um papel importante na economia familiar, sublinhou o autarca, citado pela agência Lusa.


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